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30 de Abril de 2024

Metade das famílias gasta mais que ganha

há 11 anos

O comportamento do brasileiro de não abrir mão do padrão de consumo conquistado levou a uma situação inusitada. Mais da metade dos domicílios (51%) gastou mais do que ganhou em 2012, apesar de a renda média das famílias ter superado as despesas em 2%. Foi o segundo ano consecutivo que a renda ultrapassou o gasto e a fatia de famílias com o orçamento comprometido continuou alta, aponta pesquisa da Kantar Worldpanel. Em 2011, 52% das famílias estavam nessa condição.

A perspectiva é que número de domicílios com o orçamento comprometido - e, portanto, endividados - continue elevado. Isso porque essas famílias não deixaram de comprar alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza mais sofisticados que experimentaram nos últimos anos. As famílias optaram por cortar quantidades compradas, diminuir as idas às lojas e até trocar o local de compras para preservar as conquistas.

Isso é o que revelam duas pesquisas que representam o universo de consumo de bens não duráveis de 48 milhões domicílios. Essas pesquisas são feitas regularmente pelas consultorias Nielsen e Kantar Worldpanel. Apesar de os números serem diferentes por questões de metodologia, os resultados apontam para a mesma direção,

"Agora o brasileiro busca substituição de produtos em algumas cestas, em outras mantém itens mas reduz volumes e, no geral, está diversificando os canais de compras", afirma Olegário Araújo, diretor de Atendimento da Nielsen. "É um consumidor malabarista: vive na corda bamba para manter o padrão de compras com o orçamento apertado."

A ginástica para preservar o que conquistou é nítida. No primeiro semestre deste ano, as quantidades consumidas de uma cesta com 131 categorias de alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza apurada pela Nielsen caíram 2,6% em relação a igual período de 2012. Apesar da retração dos volumes, houve aumento de 1,9% da cesta em valor, já descontada a inflação do período. Na pesquisa da Kantar Worldpanel, o volume consumido de um cesta com 78 categorias cresceu 2% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2012 e em valor houve um acréscimo de 11% no mesmo período, sem descontar a inflação.

Na pesquisa da Nielsen, foi a primeira vez desde 2003 que houve queda nos volumes na comparação anual, com aumento real do gasto. Isso significa, segundo Araújo, que o consumidor não trocou a marca preferida e líder por outra de segunda linha. "Ele simplesmente comprou menos." Esse movimento, segundo ele, ocorreu nas cestas de produtos de higiene e beleza e em bebidas, isto é, em categorias nas quais o consumidor enxerga mais valor no produto. Iogurte e condicionador para o cabelo são exemplos de produtos nos quais houve essa mudança no padrão de consumo.

Christine Pereira, diretora Comercial da Kantar Worldpanel, ressalta que 9 categorias deixaram de ser tidas como supérfluas entre 2008 e 2013, mesmo com o comprometimento elevado do orçamento. São elas creme de leite, extrato de tomate, molho de tomate, cereal tradicional, tempero, absorvente higiênico, leite em pó e maionese. Esses produtos foram comprados pelo menos uma vez por 70% dos lares nos últimos 12 meses, especialmente entre as classes de menor renda (C, D e E).

Atacarejo. "Como o consumidor não abre mão das compras, ele optou por ser mais racional", observa Christine. Isso significa, por exemplo, diversificar os locais de compras. Em 2001, por exemplo, 61% da população fazia compras em mais de três canais diferentes. Hoje esse índice subiu para 84% na média do País. Nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, o indicador atingiu 90%, com destaque para o atacarejo, mistura de atacado com varejo, e farmácias.

Segundo a Nielsen, no primeiro semestre de 2013 o varejo tradicional teve retração nas quantidades vendidas. Em compensação, tanto as lojas de atacarejo como as farmácias ampliaram as quantidades vendidas porque ofereceram preços menores ante o varejo tradicional.

Fonte: www.estadao.com.br

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