MPF/SP denuncia organização criminosa que clonava cartões de crédito e débito
Grupo recebia informações de funcionários de instituições bancárias e coletava senhas por meio de “chupa-cabras”
O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) denunciou uma organização criminosa que clonava cartões de débito e crédito de diversas instituições financeiras, entre elas a Caixa Econômica Federal. Estima-se que o grupo foi responsável por prejuízos de pelo menos R$ 430 mil a bancos e centenas de clientes a partir do uso ilícito de 1277 cartões magnéticos desde o segundo semestre de 2013. Das 21 pessoas denunciadas por associação criminosa, várias responderão também por crimes como furto qualificado, peculato, receptação e porte ilegal de arma de fogo. Grande parte dos delitos foi cometida na capital paulista, cidade onde reside a maioria dos envolvidos.
Os criminosos estavam divididos em três núcleos, que seguiam os mesmos procedimentos para a prática das fraudes. Os grupos confeccionavam os cartões mediante informações repassadas por pessoas infiltradas nas instituições bancárias. Dois dos denunciados eram funcionários terceirizados da Caixa, mas suspeita-se que a organização tenha cooptado também empregados de outros bancos e até mesmo dos Correios para fornecer os dados e desviar correspondências bancárias. Outro método para a obtenção de senhas e trilhas magnéticas era o uso de equipamentos conhecidos como “chupa-cabras”, instalados em máquinas de pagamento e terminais de autoatendimento.
As informações eram vendidas ilicitamente ou usadas diretamente na clonagem. Com os cartões em mãos, os integrantes da organização realizavam saques, compras, transferências para contas beneficiárias e pagamentos de boletos de terceiros. Muitas das transações eram feitas em estabelecimentos onde trabalhavam funcionários coniventes com o esquema. Para conseguir o maior proveito possível, os criminosos realizavam vários saques em pequenas quantias e em tempo curto, o que evitava o estouro do limite, dificultava aos correntistas a rápida detecção das fraudes e permitia a retirada de grandes somas até que o bloqueio fosse solicitado.
A organização seguia clara divisão de tarefas. Parte dos integrantes era incumbida da receptação de cartões e máquinas para a clonagem, enquanto outra se dedicava à instalação de chupa-cabras e ao manejo de programas de computador e outras tecnologias para a captação das informações. Havia ainda os responsáveis por transações, abertura de contas camufladas e cooptação de funcionários que pudessem colaborar com a obtenção dos dados. Em operações de busca e apreensão nas casas de alguns dos denunciados, os investigadores encontraram grande quantidade de cartões, dispositivos bancários, celulares e equipamentos usados nas irregularidades.
A autora das denúncias é a procuradora da República Cristiane Bacha Canzian Casagrande. Os números dos autos são 0010445-51.2014.4.03.6181 e 0010488-85.2014.4.03.6181.
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