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28 de Maio de 2024

O Congresso Nacional diz à Organização dos Estados Americanos que não há ilegalidade em impeachment

Organização pediu ao Brasil explicações sobre afastamento de Dilma. Parlamentares do PT procuraram a OEA para que processo fosse suspenso.

Publicado por Adeilson Oliveira
há 8 anos

Em resposta à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Senado e Câmara divulgaram nesta segunda-feira (22) ofícios semelhantes em que dizem que não há ilegalidade no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

O ofício da Câmara foi entregue ao Ministério das Relações Exteriores que deverá encaminhá-lo para a OEA. Já o documento do Senado é endereçado diretamente à organização.

Na última terça (16), a comissão enviou ao Brasil um pedido de explicações sobre o processo, atendendo a um pedido de parlamentares do PT, que acionaram a entidade com o objetivo desuspender o andamento do processo.

A resposta é elaborada em duas partes. Uma delas, produzida pela Câmara dos Deputados, que admite a denúncia de crime de responsabilidade contra o presidente da República; e a outra a ser feita pelo Senado, que conduz o processo de impedimento do chefe do Executivo. A parte do Senado, foi preparada pela Advocacia-Geral da Casa.

O texto da Câmara, elaborado por consultores legislativos da Casa e assinada por Rodrigo Maia, diz que “não houve nenhuma violação” no processo de impeachment.

“Não houve nenhuma violação ao texto constitucional e à Lei que rege a matéria e, em consequência, assegurou-se a mais ampla defesa, como todos os recursos dela decorrentes, incluindo várias ações impetradas perante o Supremo Tribunal Federal”, diz o documento.

Já o ofício elaborado pelo Senado, feito pela Advocacia-Geral da Casa a pedido do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), conclui que, ao longo do rito de impeachment,

“foram observados os preceitos constitucionais, legais e regimentais que norteiam o processo de impedimento, não havendo que se falar em qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade dos atos praticados pelo Senado”.

O ofício da Câmara diz ainda que a reclamação levada por petistas até a comissão da OEA é “descabida”.

“Improcedente, descabida e sem nenhum fundamento constitucional, legal e jurisprudencial, a reclamação”, conclui o texto.

Câmara e Senado ficaram encarregados de responder à OEA porque o impeachment tem início na Câmara, responsável pela aceitação da denúncia de crime de responsabilidade contra o presidente da República, e é processado e julgado pelo Senado, que dá a decisão final sobre o afastamento de um chefe do Executivo.

Por isso, nos ofícios, técnicos da Câmara e do Senado relembram todas as etapas do processo de impeachment e afirmam que foi garantido à presidente afastada “o amplo direito de defesa”.

As Casas Legislativas também argumentam que o rito seguiu a Lei do Impeachment (1.079/50), a Constituição de 1988 e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ofícios também dizem que, ao longo do processo, o STF foi consultado várias vezes, o que assegurou os direitos da presidente afastada.

O pedido do PT

O pedido de suspensão do processo de impeachment de Dilma, enviado no último dia 10 à OEA, contém cerca de 100 páginas.

Nele, os parlamentares do PT alegam que ela é uma "vítima" no processo e que há "vícios", como suposto desvio de poder cometido pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acolheu o pedido de impeachment. Atualmente, Cunha está afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Os aliados de Dilma argumentam ainda que o país está "diante de uma situação que não pode ser solucionada por meio de recursos internos".

Eles justificam, então, que procuraram a entidade internacional porque é necessária uma medida "urgente" contra o impeachment, já que o processo pode "materializar-se em um dano irreparável ao exercício dos direitos políticos".

A cada dia que Dilma permanece afastada, dizem os petistas, "temos por consequência uma privação dos nossos direitos como cidadãs e cidadãos do direito de eleger e de participar."

"A presidenta Rousseff será – quase com certeza, podemos dizer – destituída e inabilitada mediante uma flagrante e confessada violação de seus direitos humanos políticos e de garantias", diz trecho do documento.

FONTE: G1

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14 Comentários

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O pior lixo, é aquele que gruda na tampa da lata. continuar lendo

Para obter a glória que deseja talvez Dilma devesse seguir o exemplo de Getúlio Vargas e "Deixar a vida para entrar na história."
O mais provável é que vá para a lata de lixo da história. continuar lendo

Não...
Deixando a vida pública já está de bom tamanho.
Vamos pela cassação do partido. continuar lendo

EXCELENTE sugestão, que também deveria ser seguida, incontinenti, por Lula! continuar lendo

Não se poderia esperar outra forma da câmara em tentar justificar o injustificavel;Pois imediatamente após a eleição de Dilma começaram a articular um meio de afastar a presidente do poder,e este meio foi tramado ardilosamente pelos que foram derrotados nas urnas,a maioria responde a processos por desvios de dinheiro público.Não foi um golpe pelas armas;foi um golpe disfarçado de impaechment! continuar lendo

E os desvios de dinheiro público para alimentar a campanha??? são legais???
Fraude eleitoral....é legal?????
A manipulação das contas públicas?? da Meta fiscal???? São legais???
Na verdade, não basta afastar a Dilma para a justiça ser feita, é necessário cassar o PT, sem dúvida o partido mais corrupto que já surgiu nesse país. continuar lendo

Temos que nos preparar se a Dilma não voltar, porque a guerra civil vai começar. Chegou até rimar. continuar lendo

Não basta ela não voltar. Tem muita coisa ruim precisando ser expurgada do cenário governamental do país. continuar lendo