‘Para o concurseiro, persistência é tão vital quanto o estudo’

Crise do mercado de trabalho pela qual passa o Brasil, com um índice de desempregados que cresce a cada mês, passa longe do cotidiano de Gabriel Habib. Hoje ele é professor em quatro instituições que atuam na área jurídica, mas, sem dúvida, a posição que mais o deixa blindado frente aos sobressaltos da economia é a de defensor público federal, cargo que ocupa desde 2006. Mas não foi fácil chegar a esse estágio na sua vida profissional. O desafio de ingressar na Defensoria Pública da União (DPU) exigiu, como não poderia deixar de ser, muita dedicação aos estudos. Mas, como em todo concurso, e em maior escala nos mais concorridos, só se preparar bem não basta.

Mesmo que a maioria não chegue em condições de efetivamente disputar as vagas, em concursos, o número dos que estão realmente bem preparados ainda assim costuma ser bem maior que o de vagas ofertadas. Por isso, quase sempre não se consegue atingir o objetivo nas primeiras tentativas. Aí entra um componente fundamental para quem sonha com a estabilidade e os bons salários da carreira pública: persistência.

Isso, Gabriel Habib teve de sobra: foram cerca de três anos fazendo provas. “Fiz muitos concursos, de perder a conta, mas sabia que a minha hora iria chegar”, relembra o defensor público federal, que também é professor da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), da Escola da Magistratura Federal do Paraná (Esmafe), da Fundação Escola da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (Fesudeperj) e do curso preparatório Forum, voltado para concursos da área jurídica.

Para o defensor, estudar bastante é o passo inicial para, de fato, participar de um concurso em condições de ser classificado. Gabriel Habib reforça a importância daquela que é a recomendação número um dos especialistas, quando o assunto é preparação. “Fazer provas anteriores também é um grande elemento que ajuda bastante”. O QualConcurso disponibiliza, gratuitamente, mais de 200 mil questões para serem resolvidas, além de planos de estudo que contemplam, entre diversas ferramentas, Simulados, cujos resultados além de mostrarem a proficiência dos usuários, servem de indicadores para a definição do concurso que eles têm mais chances de passar.

Como acontece em boa parte das histórias de sucesso de concurseiros, o componente da motivação tem lugar cativo na trajetória de Gabriel Habib. Até porque, por mais que os especialistas da área reforcem que as experiências malsucedidas tornam-se também aprendizados importantes para as provas seguintes, não são poucos os que, diante de fracassos iniciais, sentem-se desanimados a seguir tentando uma vaga. Talvez por isso o defensor acredite que ter obstinação seja tão importante quanto saber o máximo possível sobre os tópicos que constam do programa oficial de um processo seletivo.

“A persistência é o grande motivo de eu ter alcançado a aprovação. Concurso público é para quem não desiste nas primeiras reprovações”, disse o professor da Emerj. Para ele, só estudar, muitas vezes, pode não ser suficiente. “Para o concurseiro, persistência é tão importante quanto estudo. Por mais que a pessoa estude, se não tiver perseverança, não será aprovada”, completa. A exemplo dos milhões de brasileiros que sonham em ingressar no serviço público, Gabriel Habib foi atraído principalmente pela estabilidade e pelos bons salários, principalmente na área federal. Mas, há várias outras vantagens. Via de regra, o ritmo de trabalho mais planejado e regular permite ao profissional dedicar-se a outras atividades.

Ele pôde, por exemplo, investir em sua formação acadêmica e fazer uma pós-graduação em Direito Penal Econômico pelo Instituto de Direito Penal Econômico e Europeu, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Também em Portugal, só que pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, ele cursa um mestrado em Ciências Jurídico-Criminais.

“Do ponto de vista financeiro a aprovação no concurso representou independência, estabilidade e solidez”, destaca Gabriel Habib, salientando que, em termos de realização pessoal, a conquista significou “liberdade em todos os sentidos” e a certeza de que tinha a obstinação suficiente para alcançar os objetivos estratégicos de sua vida. “Representou também a comprovação de que eu era capaz, que por mais que eu fosse reprovado, o momento da minha aprovação iria chegar.”

A partir de sua experiência de concurseiro e de professor que trabalha diretamente com candidatos a vagas no serviço público, o defensor deixa dois conselhos. “Esqueça as redes sociais e estude. Elas tomam muito tempo do seu dia, tempo esse que você poderia estar dedicando aos estudos. Além disso, afaste-se das pessoas negativas”, ressaltou Gabriel Habib. Fica de exemplo, também, o tripé de sua história: muito estudo, confiança na conquista da vaga e persistência. “A pessoa pode ser reprovada em 100 concursos, mas ela precisa ser aprovada apenas em um.”

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