Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
30 de Abril de 2024
    Adicione tópicos

    Perito diz que fratura no queixo prova assassinato de Eiko Uemura

    Publicado por JurisWay
    há 13 anos

    José Ribamar Trindade

    Redação 24 Horas News

    A morte da estudante Eiko Uemura é um dos casos mais polêmicos das últimas décadas em Mato Grosso. Quase dois anos depois, a Polícia e a Justiça, tendo ao meio o Ministério Público, peritos e legistas travam uma guerra e ainda não chegaram a uma conclusão oficial se ela foi assassinada ou se suicidou

    Afinal de contas, a estudante universitária Eiko Nayara Uemura, morta aos 23 anos, foi assassinada ou se suicidou? A fratura no queixo da vítima pode provar que ela foi morta e jogada de uma altura de 100 metros. O corpo de Eiko foi localizado no local conhecido como Portão do Inferno, na Rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães (Baixada Cuiabana, a 65 quilômetros da Capital). Há suspeita de que ela foi jogada, já morta. Pela distância entre o paredão e o local da queda em que o corpo foi encontrado, há indícios de que ela fez um movimento horizontal entes de bater de costas no solo. As investigações da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) indicam que Eiko foi assassinada. A família cobra e espera por uma solução para o caso.

    O perito oficial criminal Carlos Roberto Angelotti, um dos mais renomados do Brasil, que assassinou o laudo de perícia no local de crime junto com o também perito Ernesto Amado, diz que tem sua opinião formada sobre a morte de Eiko, mas garante que é apenas sua opinião, pois apenas ajudou a calcular o laudo.

    Para Angelotti, o queixo quebrado de Eiko pode ajudar a perícia a desvendar o mistério. Ou seja, se ela foi jogada morta ou se pulou para se suicidar. Eu não desci no dia em que o corpo foi retirado do local do crime, quem desceu foi o Ernesto. Só ele pode afirmar ou não se havia hematomas no queixo. Ou o Ernesto ou próprio médico que fez a necropsia em Chapada pode afirmar isso, comenta Angelotti.

    As explicações do perito Angelotti vieram após a confirmação através do segundo laudo de necropsia realizado após a exumação de que o queixo de Eiko apresentava uma fratura, Para ele, só a fratura não prova que ela se suicidou ou que foi assassinada.

    Para Angelotti, o que prova o homicídio é a existência de sangue e hematoma. É simples, basta confirmar se no local da fratura existiam vestígios de sangue e hematoma. Se existe, é porque ela foi assassinada e jogada morta no local onde foi localizado, explica o perito oficial.

    Uma das hipóteses para a existência da lesão no queixo de Eiko sem a existência do hematoma e do sangue também foi explicada por Angelotti: Com certeza ela caiu de costa. Com a queda e com a batida das nádegas dela no solo e uma altura de mais de 100 metros, as pernas foram para trás e a cabeça para frente, havendo o encontro desses membros que podem ter causado a fratura no queixo. Como ela já estava morta, o hematoma e o sangue não apareceram, até porque, elas não podem aparecer em pessoa já morta. É impossível, afirma o perito.

    Angelotti diz que apesar de importante, inclusive podendo ajudar na conclusão final e na decisão do legista, a perícia do local do crime não é conclusiva para se definir com exatidão se a pessoa estava viva ou morta quando foi jogada.

    Só um médico legista pode afirmar com 100% de precisão durante a necropsia se a pessoa estava viva ou morta quando foi jogada de determinada altura. No caso da morte da Eiko, eu não estive no local do crime no dia em que ela foi encontrada morta. Só desci no local 26 dias depois e só ajudei no cálculo pericial. Por isso eu não tenho prova exata do que aconteceu. Tenho apenas minha opinião pessoal, comentou Angelotti.

    Questionado sobre os possíveis erros, tanto no primeiro laudo realizado em Chapada dos Guimarães, quanto no segundo laudo após a necropsia. Angelotti foi ainda mais contundente. Eu não sou médico legista. Eu sou perito oficial criminal. Agora, o mistério da verdade está na fratura do queixo da vítima. Se isso criou polêmica e existem, inclusive outros laudos, que sentem numa só mesa as pessoas que realizaram as perícias e definam uma mesma linha de raciocínio, pois a verdade é só uma e, tanto a família quanto a população estão esperando uma definição sem dúvidas, alertou.

    Para concluir, Angelotti diz que tem sua própria opinião formada sobre o caso e dá as últimas explicações. É a minha opinião pessoal. Ela foi jogada. Pode ter sido jogada ainda viva ou já morta, não importa. Tenho até a impressão, pela distância em que o corpo caiu, até porque no meio do caminho existe uma cerca, que ela foi pega pelos braços e pelas pernas e arremessada, pois com certeza ela não tomou distância e se jogou. Ela também não pulou a cerca e se arrastou até cair, pois teria caído próximo ao paredão se assim o fizesse.

    Mesmo com as investigações apontadas como perfeitas do delegado Márcio Pieroni, titular da DHPP, que concluiu que Eiko foi assassinada, a Promotoria Pública de Chapada dos Guimarães não ofereceu denúncia aos acusados e ainda mandou arquivar o processo por entender que a jovem se suicídio. Contrariando a opinião do promotor de Justiça César Danilo, no entanto, a juíza de Chapada dos Guimarães, Sílvia Renata Anffe não concordou que o caso fosse arquivado e solicitou parecer do procurador Geral de Justiça Marcelo Ferra, que ainda não deu sua palavra final sobre o polêmico caso.

    Para a família Uemura, no entanto, nada do que está sendo falado vai trazer a estudante Eiko de volta. Mesmo assim as cobranças para que o caso seja desvendado o mais rápido possível vão continuar. A família também faz questão de lembrar, que de uma maneira ou de outra, se a jovem foi assassinada ou se suicidou, existe apenas um culpado, o namorado dela, o advogado dela, Sebastião Carlos Araújo Prado.

    A família lembra ainda que desde o início não aceitou a morte como suicídio, quando resolveu cobrar novas investigações, inclusive denunciando que Eiko havia pego jóias avaliadas em mais de R$ 1 milhão da família e entregue ao namorado.

    Foi a partir de então, segundo uma tia de Eiko que pediu para não ser identificada, que a então Polícia de Chapada resolveu questionar o advogada Sebastião Carlos. Logo em seguida ele entregou algumas peças de jóias, mas não o total e passou a ser investigado, mesmo assim o arquivamento do caso seria apenas uma questão de tempo.

    A Polícia entendia que Eiko deixou dois bilhetes, o que comprovaria sua intenção de suicídio. Ela deixou os bilhetes para se despedir da família, pois os dois (ela e o advogado) haviam combinado fugir de Cuiabá para uma cidade do Norte. Mas ele (o namorado) não cumpriu a palavra. Temos e sempre tivemos convicção de que a Eiko jamais sequer sonharia em se suicidar. As cartas foram para um despedida de viagem, nunca para a morte, afirmou a tia de Eiko.

    O delegado Márcio Pieroni, da DHPP, prometeu e cumpriu a palavra de desvendar o mistério da morte da estudante universitária Eiko Nayara em menos de 30 dias. O delegado confirmou que os cabelos encontrados na trava do porta-malas de um carro apreendidos na cidade de Rio Branco, no Acre, pela Polícia Federal é da estudante. O Caso Eiko. A jovem foi encontrada morta no dia 29 de abril de 2009.

    As investigações do delegado Márcio Pieroni já identificaram a participação de algumas pessoas envolvidas diretamente como autores da morte. Inclusive as investigações também confirmaram, segundo o delegado Márcio, o suposto mandante do crime, o advogado Sebastião, que nega todas as acusações.

    Todos os acusados, segundo a Polícia, podem ter a prisão preventiva decretada e serem presos a qualquer momento. As prisões dos acusados, inclusive a do suposto mandante, apesar de representadas na época por Pieroni, nunca foram decretadas pela Justiça.

    A jovem Eiko Uemura, segundo as investigações, teria sido seqüestrada após sair de um posto de combustível localizado na Avenida Rubens de Mendonça, por volta das 20 horas do dia 28 de abril do ano passado. Eyko também pode ter sido violentada antes da morte.

    Ainda segundo as investigações, intensificadas e confirmadas após algumas denúncias, Eyko estaria na loja de conveniências do Posto Luma, quando saiu em companhia de um homem, que a Polícia acredita se tratar do então namorado dela, o advogado Sebastião Carlos.

    A estudante teria deixado o local no carro dela, quando teria sido seguida por alguns homens - a Polícia já tem os nomes de todos os acusados -, em outros dois veículos. No caminho Eiko teria sido seqüestrada. A morte, possivelmente por estrangulamento, teria acontecido entre as cidades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães.

    A Polícia ainda mantém em sigilo os motivos da execução de Eiko, mas trabalha com pelo menos três hipóteses. O delegado Márcio Pieroni foi bastante taxativo em afirmar que as investigações estão quase concluídas.

    O delegado Pieroni, titular da DHPP, diz não ter dúvidas que o mandante da morte de Eiko é o advogado Sebastião Carlos. Afirma que já tem os nomes dos assassinos, mas alega que ainda vai manter os nomes dos acusados em sigilo por mais alguns dias, ou até mesmo algumas horas.

    O principal suspeito de mandar matar a Eiko é o advogado Sebastião Carlos. Até porque, só ele poderia retirá-la de dentro da loja de conveniência do Posto Luma, onde ela estava horas antes de ser encontrada morta. Também já temos os nomes dos assassinos, que podem ser presos a qualquer momento. Tudo agora é apenas uma questão de tempo, afirma o delegado Márcio Pieroni.

    Além do seqüestro, que a Polícia confirmou, também existem denúncias de que a estudante poderia ter sido estuprada antes de ser assassinada. Nas fotos feitas por peritos da Perícia Oficial (Politec) durante a retirada do corpo do abismo de mais de 100 metros de altura, Eiko aparece sem blusa, apenas de sutiã.

    A estudante de Direito Eiko Uemura, que também era empresária, foi encontrada morta por volta das 7 horas de 29 de abril de 2009. O corpo dela estava jogado no fundo do abismo conhecido como Portão do Inferno, localizado às margens da Rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá à Chapada dos Guimarães.

    Próximo ao local onde ela caiu, ao lado de um comércio, a Polícia encontrou o carro dela com as duas portas abertas. Algumas bolsas com roupas e dois bilhetes de despedidas e agradecimentos, um para uma tia e outro para uma amiga.

    Logo nas primeiras investigações, a Polícia de Chapada descobriu que a estudante Eiko Uemura havia mantido um caso amoroso com um advogado. Era Sebastião Carlos, um homem casado. Entre outras coisas, a Polícia também ficou sabendo que o advogado estava de posse de algumas jóias que teriam sido retiradas de dentro da casa da família Uemura pela estudante.

    Eiko teria pego as jóias da família e entregue a Sebastião Carlos, pois os dois estariam planejando fugir de Cuiabá. Descoberto, o advogado entregou algumas jóias à Polícia e elas estão relacionadas nas investigações. A família, no entanto, alega que foram devolvidos menos de 10% do montante das jóias.

    • Publicações73364
    • Seguidores793
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações1031
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/perito-diz-que-fratura-no-queixo-prova-assassinato-de-eiko-uemura/2554309

    Informações relacionadas

    JurisWay
    Notíciashá 14 anos

    Justiça não encontra provas e inocente Júlio Uemura

    CASO EIKO UEMURA: MINISTéRIO PúBLICO RATIFICA PEDIDO DE EXUMAçãO

    Defensor de advogado não vê surpresa

    Titular da DH está convicto de homicídio

    Conselho Nacional de Justiça
    Notíciashá 14 anos

    Ex-presidente do TJMT é punido com aposentadoria compulsória

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)