Prezada Dilma, vamos falar de Petrobrás?
A crise na Petrobrás se refletiu nas correspondências que chegam para a presidente Dilma Rousseff e ganhou destaque entre as 4.200 cartas e e-mails recebidos, em março, pelo Palácio do Planalto. Até o surgimento das denúncias envolvendo a estatal, ela aparecia genericamente nessas correspondências, segundo a Diretoria de Documentação Histórica da Presidência.
A declaração de Dilma ao Estado de que só aprovou a compra de 50% da refinaria de Pasadena por ter recebido informações "falhas" e "incompletas" despertou o interesse dos eleitores - muitos para cobrar explicações e outros para defender a presidente e definir o caso como "jogo de sucessão eleitoral".
"Por que todo este empenho em travar a CPI da Petrobrás? Há algo a esconder" , questionou um baiano que diz ter sido "petista" , mas "agora está a pensar". Depois de dizer que "o tapete não está aguentando com tanto lixo debaixo", ele pediu: "Vamos lavar as roupas sujas, uma de cada vez, para que os brasileiros saibam claramente quem as sujou". Neste caso, e em outros semelhantes, o Planalto manda uma resposta padrão: "Registramos o recebimento de sua mensagem. A presidente Dilma agradece seus comentários".
As correspondências sobre a Petrobrás chegam a meia centena. Um e-mail enviado de São Paulo afirma que "um governo sério faria criar uma tropa de choque para esclarecer o malfeito e punir os culpados, não para impedir a CPI". Outro paulista sugere que está na hora "de uma atitude da Dilma que elegemos". Mas há questionamentos mais radicais - como o que pergunta se "é intenção deste governo quebrar a Petrobrás" e "onde está a autossuficiência" da empresa.
'Ínfimo'. O Planalto minimizou a importância das cartas sobre Pasadena, alegando que o volume dessas cobranças "é ínfimo" no conjunto. Das 4.200 correspondências de março, 1.849 eram críticas - sobre temas como administração pública, educação, violência, saúde, transportes, cultura, me...
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