Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
2 de Maio de 2024

Representantes do BC e da Caixa defendem regras de planos econômicos

há 10 anos

O Supremo Tribunal Federal (STF) continuou nesta quinta-feira (28) a fase de sustentação oral no julgamento de processos sobre correção monetária em planos econômicos. Os representantes do Banco Central (BC) e da Caixa Econômica Federal, admitidos na qualidade de amici curiae, defenderam a constitucionalidade dos planos e da forma de correção monetária adotada.

O procurador-geral do Banco Central do Brasil, Isaac Sidney Menezes Ferreira, sustentou a constitucionalidade das medidas tomadas por diversos governos, entre 1986 e 1991, para combater a inflação. Segundo ele, todos os planos econômicos, exitosos ou não, tinham como objetivo cumprir o dever constitucional do Estado de preservação do valor da moeda. No entendimento do procurador, os planos evitaram tragédias, mesmo que não tenham conseguido debelar a inflação de forma permanente.

Ferreira argumentou que a manutenção do valor de compra da moeda é uma das formas de soberania de uma nação. Afirmou, ainda, que os planos econômicos atingiram indistintamente todas as obrigações contratuais em curso, como poupança, aluguéis, salários, empréstimos e planos de previdência complementar, entre outros. Segundo ele, a discussão não se dá em torno de planos específicos, mas sobre uma política de Estado que permite o cumprimento de preceitos constitucionais fundamentais, como a garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza, redução de igualdades sociais e a garantia de emprego. Neste julgamento não se discutem meros contratos, discute-se o país, afirmou.

Caixa

O advogado da Caixa Jailton Zanon Da Silveira alegou que se o STF considerar inconstitucional as formas de correção adotadas nos diversos planos econômicos, o banco não terá como aguentar o impacto de uma indenização estimada em R$ 50 bilhões apenas para o banco. Ele observou que a Caixa, responsável por um terço das cadernetas de poupança, é empresa pública sem ações em Bolsa de Valores, sendo necessários aportes da União para fazer frente às indenizações. A Caixa não terá condição de suportar, caso o valor total seja confirmado. Isso irá gerar a obrigação de aporte de recursos pela União, recursos de toda a sociedade, disse.

De acordo com estudos da Caixa, a maior parte das indenizações seria direcionada a um pequeno grupo de poupadores, 2% das 7 milhões de cadernetas de poupança, que possuíam à época dos planos, metade do saldo das aplicações. O advogado do banco afirmou que, caso os planos sejam considerados inconstitucionais, não estará sendo feita justiça social, pois a maioria dos contribuintes é que teriam que arcar com os custos. Me parece que estaríamos praticando uma política Robin Hood às avessas, tomando de toda a população, incluindo os pobres, para dar para alguns dos mais ricos poupadores da ocasião, concluiu.

PR/AD

  • Publicações30562
  • Seguidores629135
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações81
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/representantes-do-bc-e-da-caixa-defendem-regras-de-planos-economicos/112161539

Informações relacionadas

Pauta Jurídica
Notíciashá 5 anos

Advogados de São Paulo pedem destravamento de ações sobre planos econômicos

Pauta Jurídica
Notíciashá 5 anos

Poupador prejudicado por planos econômicos custa a receber o dinheiro

Supremo Tribunal Federal
Notíciashá 10 anos

Planos econômicos: OAB e entidades de defesa do consumidor defendem direto de poupadores

Advocacia Geral da União
Notíciashá 6 anos

NOTA SOBRE PLANOS ECONÔMICOS

Supremo Tribunal Federal
Notíciashá 6 anos

Termos do acordo sobre planos econômicos serão publicados no Diário Oficial e seguem à PGR para parecer

0 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)