Saiba como agem e o que querem as associações de bairro da cidade
REGIANE TEIXEIRA
VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO
O megafone em punho alerta para a causa. É a voz de Paula Ribas, 37, reverberando para que vizinhos ouçam as reivindicações por moradia contra o projeto Nova Luz, na região central.
Na zona oeste, o empresário Jorge Eduardo de Souza, 58, tenta descobrir quando haverá reuniões nos condomínios para conseguir apoio aos pedidos de mais segurança no Morumbi.
Longe dali, no Jardim São Paulo, zona norte, Alba Stela Medardoni, 64, faz sua visita semanal à Subprefeitura de Santana/Tucuruvi para acompanhar as demandas de reparo de buracos nas ruas.
As estratégias e os objetivos são diferentes, mas guardam em comum o fato de envolver representantes de associações de bairros e suas reivindicações. Antigos, recentes, ativos ou comandados por uma pessoa só, esses grupos brigam por melhorias nas ruas e, muitas vezes, botam a mão no bolso para suprir a falta de ação do governo.
As entidades aproveitam o ano eleitoral para pressionar os candidatos: pedem comprometimento do próximo prefeito e dos vereadores, melhor atendimento nas subprefeituras e a discussão de planos para suas microcidades.
Em regiões com mais infraestrutura, a principal cobrança é para manter as coisas como estão: moradores protestam contra a verticalização imobiliária e querem a preservação do patrimônio histórico. Na periferia, a lista inclui melhorias ou implementação de serviços básicos, como educação, transporte e saúde.
Apesar de alguns pedidos serem comuns a todos --segurança, iluminação e áreas verdes--, nem sempre eles convergem para o bem da cidade como um todo. "É comum associações defenderem interesses locais que acabam prejudicando a cidade", diz o professor de história do urbanismo
da FAU-USP Renato Cymbalista.
O caso "clássico", exemplifica, é o de protesto contra obras de transporte público. "Uma estação de metrô serve à cidade inteira. Não pode ser tratada como planejamento de bairro" , diz. "Se continuarmos assim, as desigualdades não tendem a diminuir."
Numa cidade como São Paulo, que possui 11,2 milhões de habitantes, os diferentes anseios fazem com que surjam variadas associações. A prefeitura não sabe dizer quantas entidades há em seus 96 distritos. Uma estimativa é dada pelo movimento Defenda São Paulo, que reúne cerca de cem associações de bairro.
Uma delas é a Sociedade Amigos do Itaim Bibi, que nasceu em 1995 no bairro da zona oeste. Naquele ano, ...
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