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22 de Maio de 2024

Serpro investe R$ 9 milhões para criar sua

Com um investimento de R$ 9 milhões realizado neste ano, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), companhia de tecnologia da informação do governo federal, começa em setembro a oferecer serviços no modelo de computação em nuvem a seus 30 clientes. Com a abordagem, o objetivo é acelerar o atendimento aos projetos das autarquias e reduzir em R$ 15 milhões por ano o gasto com a compra de novos equipamentos para os seus centros de dados.

No modelo da computação em nuvem, os sistemas ficam acessíveis aos clientes por meio de uma conexão à internet, sem a necessidade de instalá-los na própria máquina. A abordagem traz praticidade e redução de custos, já que a cobrança é feita por meio de uma assinatura mensal, e não pelo projeto como um todo.

Para quem oferece esse tipo de serviço, a nuvem tem como principal vantagem o uso mais racional da infraestrutura. Tradicionalmente, cada serviço oferecido por uma empresa precisa de uma estrutura específica. Isso significa que se a demanda é menor que a esperada, os equipamentos ficam ociosos. Se a demanda supera as expectativas, a qualidade do serviço fica comprometida, pois não há capacidade suficiente para fazer uma alteração rapidamente. Com a nuvem, essa questão é mais bem balanceada. A infraestrutura passa a ser única para vários serviços. Por meio de diferentes sistemas e técnicas, a capacidade da estrutura é automaticamente direcionado a um determinado serviço.

Um dos exemplos disso é o atendimento ao programa de Cidades Digitais, do Ministério das Comunicações, um dos primeiros a migrar para a nova abordagem do Serpro, a partir de outubro. Pelo contrato atual, a estatal oferece ao ministério uma capacidade fixa que é compartilhada entre as prefeituras. Se a demanda é muito alta, ou algum problema acontece com os equipamentos, a qualidade fica comprometida.

No modelo de nuvem, disse Marcos Mazoni, presidente do Serpro, o ministério passa a ter um contrato de atendimento a um determinado número de prefeituras. Nesse caso, cabe ao Serpro determinar a infraestrutura necessária para que tudo funcione bem. "A preocupação passa a ser a preservação do serviço com qualidade, e não apenas manter a estrutura funcionando", disse Mazoni ao Valor. "O objetivo é que no futuro não haja quedas de sistemas."

Além de uma mudança na forma de atuar da companhia, a adoção da nuvem também pode criar novos modelos de cobrança pelos serviços. Hoje, pelas regras do governo, os 5 mil serviços prestados pelo Serpro só podem ter variações de preço de 25% para mais ou para menos do valor inicial contratado. Com a nuvem, que tem um modelo de cobrança por número de usuários, ou quantidade de recursos usados, os valores podem ficar fora dessa faixa. De acordo com Mazoni, a ideia é trabalhar com a venda de pacotes para cumprir a legislação, mas também buscar mudanças na lei. "O que entendemos é que não podemos esperar as mudanças no mundo jurídico para ter essa movimentação, senão o Estado fica muito atrasado", disse.

Segundo Mazoni, não há intenção de migrar tudo que o Serpro faz para a nuvem. A ideia é avaliar caso a caso, para decidir o que se adapta melhor ao modelo. "O recebimento das declarações de Imposto de Renda, por exemplo, não faz muito sentido, por ser um recebimento de informação. Mas guardar os dados do imposto de uma pessoa na nuvem parece interessante", disse.

O projeto da nuvem do Serpro foi desenvolvido por profissionais da própria estatal e executado com sistemas de software livre - que não pertencem a nenhuma empresa e podem ser alterados livremente, sem a necessidade de pagamento de licenças.

O investimento de R$ 9 milhões incluiu a compra de equipamentos de rede, máquinas para armazenar informações, sistemas de segurança e a contratação de um link de dados de 10 gigabits por segundo (Gbps) para ligar os três centros de dados da companhia que funcionarão como estrutura do serviço. É a mesma capacidade que liga as 11 unidades regionais da companhia. O Serpro tem 11,5 mil funcionários e receita anual de R$ 2 bilhões. O investimento em novas tecnologias e equipamentos gira em torno de 10% deste total.

Segundo Mazoni, a iniciativa faz parte de um projeto mais amplo do Serpro de se adaptar a algumas das principais tendências do mundo da tecnologia. No planejamento até 2020, além da nuvem, estão na pauta temas como mobilidade, redes sociais e o gerenciamento e a análise de grandes volumes de dados, fenômeno conhecido como Big Data. Nas áreas de mobilidade e redes sociais, o Serpro já desenvolveu iniciativas como o aplicativo da Receita Federal para smartphones e uma parte do 'Participatório', site do governo federal para a discussão de políticas públicas com o público jovem. Nas próximas semanas serão apresentados os primeiros serviços de Big Data.

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