Sidicley Barbosa: concurseiro desde sempre, e querendo mais

Durante seus 42 anos de vida, Sidicley Barbosa traçou uma longa trajetória na carreira pública. Logo cedo ele percebeu no emprego público a oportunidade de conquistar estabilidade e, por isso, participou de vários processos seletivos. “Sinceramente, não faço a menor ideia de quantos concursos eu já fiz, mais de 30 com toda certeza”, confessa o concurseiro. A vontade de conquistar um emprego público começou ao observar seu pai, que trabalhava na Light, na época empresa pública. “Apesar do meu pai não ter um cargo alto, eu considerava interessante a condição de trabalho que ele tinha”, afirma o morador do Rio de Janeiro.

Para ele, a maior vantagem do emprego público é a estabilidade. "A estabilidade é a condição de poder trabalhar em uma empresa com as pressões da carreira profissional, mas sem a pressão da empresa privada, na qual os donos fazem qualquer coisa por lucro, e pensando no bem estar do empregado", afirma o concurseiro, que também teve emprego em empresas privadas. A sua primeira oportunidade de participar de uma seleção foi justamente para a empresa em que seu pai trabalhava, a Light, no processo seletivo para jovem aprendiz, em 1987. “Na época, eu tinha 15 anos, e o programa teve um período de curso e, após, fiz um estágio na empresa, até os meus 18 anos”, relembra Sidicley.

Após sua experiência em uma empresa pública, ele fez curso técnico em eletrônica. Durante o curso, estagiou como eletricista em uma empresa privada, e depois trabalhou com instrumentação e controle de processos. No entanto, ele afirma que nunca perdeu a vontade de fazer concursos. “Por ter tido uma experiência em empresa pública, ver como funcionava e como era o processo, sempre me chamou a atenção ingressar na carreira pública”, comentou Sidicley. Por isso, ele prestou concurso para a Marinha Mercante. “Foi o meu segundo concurso, o primeiro para profissional", lembra o concurseiro, que ainda sem muita experiência conquistou a vaga.

Ele não pensou duas vezes antes de embarcar nesse emprego. Durante cerca de três anos, Sidicley ficou pouco em casa. “Eu ficava uns seis meses viajando e apenas dois em casa, aproximadamente”, disse. O excesso de viagens fez com que ele ficasse cansado da sua rotina e, além disso, acreditava que precisava pensar mais à frente. “Queria ingressar em um curso superior e, para isso, precisaria estar em terra”, afirmou. Entre as empresas para as quais prestou concurso estava Furnas Centrais Elétricas, para o cargo de técnico em eletrônica, sua profissão. Para trabalhar, Sidicley teve que morar em Angra dos Reis, já que a oportunidade era para a usina nuclear. Foi nesse momento que ele conheceu verdadeiramente o que é uma rotina de concurseiro. “Comecei a fazer outros concursos para voltar ao Rio de Janeiro, onde minha família sempre morou”, relembrou o técnico em eletrônica.

Novamente procurando concursos na sua área, Sidicley fez prova para a Infraero e para a Telerj. Em ambas foi aprovado, mas apenas na segunda foi convocado. “Na época que fiz o concurso, ela era uma empresa pública, mas depois foi privatizada e terceirizada, e eu passei por todo esse processo”, contou o concurseiro, que passou a ser funcionário terceirizado da Telemar. “Surgiram uma sucessão de eventos, de transferências e mudanças”, relembrou Sidicley, que ficou incomodado com sua situação na empresa e resolveu procurar novas oportunidades.

Novamente realizando inúmeras provas, ele fez concurso para vários tribunais, e novamente para Furnas, onde já havia trabalhado. No entanto, foi chamado em 2003 para técnico de instrumentação da Petrobrás, concurso que havia participado em 2001. Sempre em busca de mais, dois anos depois, Sidicley participou da seleção para o mesmo cargo da empresa, mas para técnico com experiência. Foi em 2006 que o rumo dos concursos de Sidicley mudou. Ele recebeu seu diploma de nível superior, como bacharel em Informática, e deixou de fazer provas para técnico em eletrônica." Fiz concurso para a Dataprev, Petrobrás e outras empresas do setor público ", relembrou. Sidicley tentou por três vezes o cargo de analista na empresa em que já trabalhava, e sua persistência valeu a pena. Há dois anos trabalhando na nova função, ele conseguiu a vaga pelo concurso que fez em 2010.

" Como comecei com formação técnica, e depois de nível superior, a cada momento da minha carreira profissional o meu foco foi mudando ", afirmou Sidicley. Para ele, o segredo é especificar os concursos, já que foi assim que conseguiu obter resultados melhores." Tente afunilar o máximo que puder o cargo que deseja ocupar ", aconselha Sidicley. Ele nunca fez curso para se preparar para as provas." Não sou autodidata, mas a partir do momento em que cursei a graduação e tive uma orientação inicial, escolher os caminhos de estudo acabou sendo mais fácil ". Sidicley estudava diariamente, mas as horas variavam de acordo com seus compromissos." Insistia muito no estudo em pelo menos uma hora por dia, para dar uma olhada no conteúdo ", lembra.

Outra dica importante é ter persistência, algo que ele nunca deixou de lado." Tente, acompanhe os concursos, e saiba que em algum momento sua aprovação vai chegar. É muita matéria, e não há como absorver tanta coisa em pouco tempo, é preciso ter um tempo de preparação ", afirma Sidicley, que não acredita que um candidato consiga seu objetivo rapidamente, já que a demanda por concurso público é muito grande. Atualmente, Sidicley deseja retomar sua vida de concurseiro, depois de dois anos confortável na função de analista da Petrobrás. Segundo ele, os acontecimentos recentes fizeram-no pensar que algo pode mudar na empresa brevemente." Por ter passado por um processo de privatização na Telerj e ter o desejo de sempre trabalhar em uma empresa pública, hoje penso voltar a prestar concurso público ", afirma Sidicley, decidido.

Fonte

www.qualconcurso.com.br