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4 de Maio de 2024

Juiz Federal corrige distorção que violava a liberdade científica do psicólogo e o aprofundamento dos estudos na área de sexualidade

há 7 anos

No dia 15 de setembro (2017) a Justiça Federal de Brasília tomou uma importante decisão que trouxe alívio para um grande número de psicólogos, mas como já era esperado houve forte reação por parte dos integrantes e simpatizantes do movimento LGBT. [1]

O juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho concedeu uma liminar em ação movida por um grupo de psicólogos estabelecendo nova interpretação para a Resolução 001/1999 do Conselho Federal de Psicologia que estabelece normas para a atuação dos psicólogos em relação às questões relacionadas à orientação sexual. A norma, dentre outras coisas, proíbe que os psicólogos exerçam qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, in vérbis:

Art. 2º - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas. Art. 3º - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. [2]

Em sua decisão o juiz não considerou a norma inconstitucional, mas deu-lhe nova interpretação, não admitindo o entendimento que violava a liberdade científica do psicólogo, e o aprofundamento dos estudos na área de sexualidade. Para o magistrado princípios constitucionais garantem a liberdade científica bem como a plena realização da dignidade da pessoa humana, inclusive sob o aspecto de sua sexualidade, in vérbis:

Como se pode ver, a norma em questão, em linhas gerais não ofende os princípios maiores da Constituição. Apenas alguns de seus dispositivos, quando e se mal interpretados podem levar à equivocada hermenêutica no sentido de se considerar vedado ao psicólogo realizar qualquer estudo ou atendimento relacionados à orientação ou reorientação sexual. Digo isso porque a Constituição, por meio dos já citados princípios constitucionais, garante a liberdade científica bem como a plena realização da dignidade da pessoa humana, inclusive sob o aspecto de sua sexualidade, valores esses que não podem ser desrespeitados por um ato normativo infraconstitucional, no caso, uma resolução editada pelo CFP. [3]

Em entrevista ao HuffPost Brasil, o advogado e militante de direitos humanos Renan Quinalha se manifestou sobre a decisão do juiz do Distrito Federal. Segundo ele o magistrado fez uma ingerência indevida na esfera de competência do Conselho Federal de Psicologia, ou seja, extrapolou o seu poder ao interferir em uma discussão que é ética e é científica da profissão dos psicólogos. Afirmou também que não há evidências científicas de que a reorientação sexual funcione. Disse ainda que a Organização Mundial de Saúde diz que a homossexualidade não é doença, mas o magistrado, embora concordasse com isso, teve uma atitude paradoxal. [4]

É correto afirmar que a decisão do magistrado desagradou alguns setores ideologicamente ligados ao movimento LGBT, mas não é correto afirmar que o magistrado tenha feito uma ingerência indevida, e que sua decisão seja destituída de base científica. Quanto ao argumento de que a Organização Mundial de Saúde - OMS não considera a homossexualidade como patologia, não se pode negar que seja verdade. Mas, também é verdade que a organização considera a Orientação Sexual Egodistônica um transtorno psíquico reconhecido, de modo que ele está expressamente inscrito na Classificação Internacional de Doenças (CID-10 F66.1), juntamente com outros transtornos relacionados à orientação ou preferência sexual. O problema é que são poucos os que têm coragem de divulgar isso. A egodistonia sexual é o sofrimento das pessoas que convivem com a homossexualidade indesejada. Eles desejam sinceramente viver a realidade de seus corpos e não a fantasia de suas mentes.

Quanto à decisão do juiz é importante frisar que ela não invalida a resolucao de 1999 do CFP, e nem discorda da Organização Mundial de Saúde. O magistrado apenas reinterpretou a norma que, na interpretação original, proíbe o aprofundamento dos estudos científicos relacionados à (re) orientação sexual, afeta a liberdade científica do país e, por consequência, seu patrimônio cultural, na media em que impede e inviabiliza a investigação de aspecto importantíssimo da psicologia, qual seja, a sexualidade humana. [5]

Entretanto, a despeito da linha ideológica do Conselho Federal de Psicologia, é importante destacar que os estudos acerca da homossexualidade não estão esgotados, de modo que outras ciências e pesquisadores ainda investigam profundamente o fenômeno.

A associação de pediatria dos EUA, por exemplo, declarou-se formalmente contra a ideologia de gênero. A declaração do American College of Pediatricians alerta educadores e parlamentares para que rejeitem qualquer medida que condicione as crianças a aceitarem como normal uma vida que personifique química e cirurgicamente o sexo oposto. Segundo a entidade, o Manual Diagnóstico e Estatístico indica que 98% dos meninos e 88% das meninas confusos com seu gênero, aceitam o seu sexo biológico naturalmente ao passar pela puberdade. A nota do grupo médico afirma enfaticamente que os fatos, não a ideologia, é que determina a realidade, in vérbis:

Ninguém nasce com um gênero. Todos nascem com um sexo biológico. O gênero (uma consciência e um senso de si mesmo como homem ou mulher) é um conceito sociológico e psicológico, e não biologicamente objetivo. Ninguém nasce com a consciência de si como homem ou mulher: essa consciência se desenvolve com o tempo e, como todo processo de desenvolvimento, pode ser prejudicada por percepções subjetivas da criança, relacionamentos e experiências adversas desde a infância. Pessoas que se identificam como “se sentissem do sexo oposto” ou “nem masculinas nem femininas, algo entre os dois” não constituem um terceiro sexo. Elas permanecem, biologicamente, homens e mulheres... Condicionar as crianças a acreditar que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável é abuso infantil. Apoiar a discordância de gênero como normal através da educação pública e de políticas legais confundirá as crianças e os pais, levando mais crianças a procurar “clínicas de gênero”, onde tomarão drogas bloqueadoras da puberdade. Por sua vez, isso garantirá que elas “escolherão” uma vida toda de hormônios cancerígenos e tóxicos e provavelmente considerarão passar por uma mutilação cirúrgica desnecessária de partes saudáveis do seu corpo ao chegar à vida adulta. [6]

Também a American Psychiatric Association desenvolveu estudos relacionados às questões de gênero. Segundo a entidade a crença de uma pessoa de ser algo que ela não é, na melhor das hipóteses, é um sinal de pensamento confuso. Na infância quando um menino quer se tornar menina há um “problema psicológico objetivo”, que está na mente e não no corpo, e dessa forma deve ser tratado. A disforia de gênero, formalmente conhecida como transtorno de identidade de gênero, é uma desordem mental reconhecida na edição mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico da entidade. Diga-se de passagem, que a psicodinâmica e as teorias de aprendizagem social dessa desordem nunca foram refutadas. [7]

Esses são apenas alguns dos muitos estudos existentes sobre o tema, mas que a mídia enganadora não pública por simples questão ideológica. Portanto, parabéns ao juiz federal que corrigiu distorção que violava a liberdade científica do psicólogo e o aprofundamento dos estudos na área de sexualidade. Espera-se que a decisão seja mantida nas instâncias superiores. É de suma importância o desenvolvimento científico na área de psicologia em relação a transtornos psíquicos relacionados à orientação ou preferência sexual. Negar ajuda aos que precisam de socorro nesta área viola o princípio da dignidade humana.

Referências:

[1] BETIM, Felipe. ‘Cura gay’: o que de fato disse o juiz que causou uma onda de indignação: Juiz Waldemar Cláudio de Carvalho abre brecha para que psicólogos ofereçam tratamento. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/19/política/1505853454_712122.html>. Acesso em: 22 set. 2017.

[2] CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP nº 001/99 de 22 de março de 1999. Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual. Brasília, 1999, p. 3.

[3] DISTRITO FEDERAL. Ação Popular nº 1011189-79.2017.4.01.34.00. Ata da audiência datada de 15 de setembro de 2017. Sala de Audiências do Juízo Federal da 14ª Vara - Juiz Federal Dr. Waldemar Claudio de Carvalho, Brasília, 2017.

[4] ROSA, Ana Beatriz. 3 pontos para entender a decisão do juiz do DF sobre homossexualidade e 'cura gay'. Disponível em: <http://www.huffpostbrasil.com/2017/09/19/3-pontos-para-entenderadecisao-do-juiz-do-df-sobre-homoss.... Acesso em: 22 set. 2017

[5] DISTRITO FEDERAL. Ação Popular nº 1011189-79.2017.4.01.34.00. Ata da audiência datada de 15 de setembro de 2017. Sala de Audiências do Juízo Federal da 14ª Vara - Juiz Federal Dr. Waldemar Claudio de Carvalho, Brasília, 2017, p.4.

[6] SEMPRE FAMÍLIA. Associação de pediatria dos EUA declara-se formalmente contra a ideologia de gênero: Médicos afirmam que, na infância, quando um menino quer se tornar menina há um “problema psicológico objetivo”. Disponível em: <http://www.semprefamilia.com.br/associacao-de-pediatria-dos-estados-unidos-declara-se-formalmente-co.... Acesso em 22 set. 2017.

[7] SEMPRE FAMÍLIA. Associação de pediatria dos EUA declara-se formalmente contra a ideologia de gênero: Médicos afirmam que, na infância, quando um menino quer se tornar menina há um “problema psicológico objetivo”. Disponível em: <http://www.semprefamilia.com.br/associacao-de-pediatria-dos-estados-unidos-declara-se-formalmente-co.... Acesso em 22 set. 2017.

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120 Comentários

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Uma informação: a“American College of Pediatricians”, autora do artigo citado, é um grupo de lobby político conservador com cerca de 500 membros. A Associação de Pediatria dos EUA é a American Academy of Pediatrics, com mais de 60 mil membros, e posições diametralmente opostas à do artigo citado acima. É desonestidade citar a ACP como uma associação científica quando é, na verdade, uma organização de cunho absolutamente ideológico. continuar lendo

Olá Emily,
Obrigado por ler o meu artigo e dar a sua opinião. Sua participação é muito importante. Quero pontuar que o que está em jogo não é a quantidade de membros desta ou daquela Associação que estuda o tema. Há muitos estudos sendo feitos por várias associações. A questão é que nem eu nem você, nem o Conselho de Psicologia, nem as religiões ou qualquer outra pessoa tem o direito de invadir a privacidade ou violar o direito de alguém que deseja adequar sua mente ao seu corpo biológico. Isso tem que ser respeitado da mesma forma que se respeita aqueles que fazem o contrário. Mais uma vez obrigado por sua colaboração neste debate. continuar lendo

American Psychiatric Association é aquela que definiu a pedofilia como uma atração sexual aceitável, impondo-a como doença tratável.

American College of Pediatricians surgiu de um cisma universitário justamente pela posição dúbia da APA sobre abuso sexual infantil. continuar lendo

Dr. Antônio, até onde eu soube, por amigos psicólogos, nunca houve uma interpretação no sentido de proibição ao atendimento de homossexuais ou transgêneros que não estivessem felizes com isso e, por qualquer motivo, precisassem de apoio psicológico. O que se proíbe é a venda desse tratamento psicológico como uma "cura", uma vez que a homossexualidade não é doença. Se eu for gay, estiver sofrendo com isso - seja porque não me aceito assim, seja porque outras pessoas não me aceitam assim, ou qualquer outro motivo -, e procurar um psicólogo, ele poderá me atender normalmente. O que ele não pode é me vender esse serviço como sendo de "cura" da homossexualidade. Decisões retrógradas como essa fazem eu me sentir no século XIX, em pleno século XXI...

Além disso, a questão da quantidade de associados é sim relevante, uma vez que uma associação de 500 pediatras tem menor pluralidade de pensamento do que uma com 60 mil pediatras. A pluralidade de pensamentos, como sabemos, é essencial para a boa ciência. continuar lendo

Olá Ricardo Scholz,

Primeiramente obrigado por ler o artigo e dar a sua opinião. Pontuo que a mídia está mentindo quando fala deste assunto. Em nenhum momento se falou em cura gay. Esse termo é equivocado. A questão mesmo é a proibição ao atendimento de homossexuais que buscam ajuda para abandonar a homossexualidade. Sejamos coerentes: se por um lado a homossexualidade não se caracteriza como doença, por outro é notório que se trata de algo que está na contramão do sexo biológico. Biologicamente nascemos homem ou mulher. Não existe um terceiro sexo. Não é que a pessoa precise ser curada, mas ela precisa saber que é possível mudar de comportamento com terapia se ela quiser. Se não é errado ser homossexual, também não pode ser errado ser heterossexual. Cada pessoa tem que ter o direito de escolher se quer se comportar como homossexual ou heterossexual e pronto. Mais uma vez obrigado por sua opinião. Sua participação é muito importante. continuar lendo

Chamar um grupo de pessoas de "conservadoras" em absolutamente nada afasta a seriedade e o fundamento científico de suas alegações. E o próprio CFP por sua vez não é imune a ideologias, já que seu presidente, Rogério Giannini, foi recentemente dar apoio ao ditador assassino Nicolas Maduro, da Venezuela, tudo pago com dinheiro dos psicólogos que sustentam a entidade. O viés ideológico do CFP também fica explícito na Resolução 012/2011, que pura e simplesmente amordaça o psicólogo que vá fazer um laudo criminológico de um apenado, proibindo que se faça análise de periculosidade e probabilidade de reincidência, submetendo a independência técnica do psicólogo a uma norma altamente ideológica, já que o CFP é alinhado com os grupos governamentais que querem "penas alternativas à prisão". Assim, se um psicólogo analisar numa cadeia um serial killler, não poderá fazer referência à sua periculosidade, o que só pode ser classificado como piada. No mais, há pediatras que confirmam o que é dito no texto, havendo muito mais ideologia do que ciência neste campo: http://dailysignal.com/2017/07/03/im-pediatrician-transgender-ideology-infiltrated-field-produced-large-scale-child-abuse/ https://www.cnsnews.com/blog/michaelwchapman/american-psychiatric-association-distinguished-fellow-transgender-emotional continuar lendo

Tenho aqui uma sincera dúvida. Psicologo trata de pessoas doentes ? Quando vou a um psicologo estou doente ? Qual a função da psicologia ?

Não sou um especialista e esta discussão me interessa muito pouco, mas sempre me preocupo com os comportamentos histéricos sobre qualquer tema "contraditório" ao nosso mainstream. Percebi a maldade com que as grandes empresas de comunicação trataram o tema, crucificando sem dó nem piedade o juiz.

Nunca falei isto aqui, mas as vezes isto me dá ânsia de vomito. continuar lendo

Dr. Antônio,

Obrigado pela réplica. Vou tomar a liberdade de responder a alguns trechos da sua fala.

"mas ela precisa saber que é possível mudar de comportamento com terapia se ela quiser".

Não creio que isso seja verdade. Identidade de gênero e orientação sexual, bem como o sexo biológico, não são escolhas do indivíduo. Simplesmente acontecem, e cabe a nós, como sociedade, respeitar. Como eu disse, ninguém é impedido de buscar ajuda e, se quiser, tentar mudar de comportamento. Mas não se pode vender a ideia de que isso é possível se ela quiser, porque nem sempre isso é possível, ainda que ela queira. Até onde entendi, a psicologia vem se colocando no papel de ajudar as pessoas a conviver com seus desejos e serem felizes assim. Não é a felicidade o objetivo maior de todos nós? E é preciso analisar mais profundamente: porque ela quereria, senão por uma pressão social ou religiosa que não aceita comportamentos divergentes da norma?

"é notório que se trata de algo que está na contramão do sexo biológico."

Não entendo porque é preciso haver alinhamento entre orientação sexual, sexo biológico e identidade de gênero. São coisas totalmente distintas. Dimensões diferentes. Exigir que todos sejam sis (identidade de gênero + orientação sexual "de acordo" com o sexo biológico) é querer normatizar o comportamento humano, que é muito, muito, muito mais complexo do que isso. A psicologia já entendeu isso, por sinal. Mesmo que alguns se recusem a entender... continuar lendo

Mas não se trata do fato de que se a "pessoa quiser procurar ajuda".
Trata-se, sim, de uma sociedade intolerante e pre conceituosa, impor a conduta sexual das pessoas e fazê-las sentir-se mal em serem diferentes. Trata-se do desrespeito e da intolerância destinadas a essas pessoas. Há campanha sistemática dentro da maioria das religiões combatendo ferozmente a homossexualidade, inclusive, propagando o ódio a essas pessoas. continuar lendo

Olá Drª Virginia,

Obrigado por ler o meu artigo e dar a sua opinião. Sua participação é muito importante. Com certeza precisamos lutar para abolir qualquer tipo de preconceito na sociedade, mas isso não significa que devemos considerar todas as coisas válidas sem ao mesmo refletir sobre elas. Ser intolerante não é apenas impor a um homossexual determinado comportamento, mas também impor o contrário, ou seja, impedir a todo custo que aquele que sinceramente deseja mudar e voltar a ter comportamento diferente do homossexual, que ele possa fazê-lo. Como se pode notar existem muitos tipos de intolerância. Mais uma vez obrigado por sua importante participação. continuar lendo

Fica cada vez mais claro q o autor da matéria ou qq um q se proponha a defender - "com todo respeito" - o direito de querer "ajuda" no sentido proposto, NÃO convive com homossexuais e mesmo, nunca conversou com algum: nenhum deles quer ajuda nesse sentido, nenhum deles pede pra "se livrar" da homossexualidade. Muito pelo contrário; finalmente encontram a paz interior e, se conseguem superar julgamentos de fora, se sentem melhores ainda.

"Disforia de gênero", com CID e tudo, não é o determinante da realidade!!! Vejo no caso da minha pp doença, cuja literatura está ERRADA e eu sou a prova disto. Tenho Esclerose Múltipla, diagnosticada há 24 anos, mas com sinais há 34. A literatura OFICIAL afirma q é uma doença degenerativa. NÃO É! Não estou degenerada. Diz q há perda da memória. NÃO É. A grande maioria dos portadores tem doutorado - como poderiam, se houvesse tal perda? Idem para perda de cognição. Afirma q a depressão é um sintoma. NÃO É, mas uma consequência e, se houver depressão antes do aparecimento dos sintomas, é da pessoa e não por ter a doença.

"A egodistonia sexual é o sofrimento das pessoas que convivem com a homossexualidade indesejada. Eles desejam sinceramente viver a realidade de seus corpos e não a fantasia de suas mentes." Isto não acontece, é um delírio ou mesmo desejo e falta de aceitação, DE FATO.

Mas o q me espantou, de verdade, foi este trecho"Condicionar as crianças a acreditar que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável é abuso infantil. Apoiar a discordância de gênero como normal através da educação pública e de políticas legais confundirá as crianças e os pais, levando mais crianças a procurar “clínicas de gênero”, onde tomarão drogas bloqueadoras da puberdade."
NINGUÉM faz iss0 - aí o modus delirium pegou feio!!Muito pelo contrário - o preconceito gera uma infinidade de comportamentos totalmente confusos nos pais, com sérias consequências, como abandono, surras, torturas físicas e morais, q acabam por afastar a pessoa do convívio familiar. Absurdo. Tosco, mesmo.... continuar lendo

Repito: doença orgânica é algo indesejável e a cura é perseguida pois traz sofrimento. Homossexualidade não é doença. Mostre-me algum homossexual q está querendo deixar de ser e poderemos avaliar pq sofre. Em não sendo doença, não há clientes espontâneos pra isso. Há q se considerar q a psicóloga q quer "tratar" disto é da bancada evangélica e, evangélicos chatonildos - há muitos q são bem conscientes e legais, eu conheço de conversas -não aceitam os homossexuais por nada. Quem referenda isto, posso apostar uma unha (não mais do q isso) q são evangélicos fundamentalistas. Ninguém impõe NADA, nada!!! Não existe "aquele que sinceramente deseja mudar e voltar a ter comportamento diferente do homossexual"!

Gostaria de ler uma matéria VERÍDICA, com um - apenas 1 me basta - q se posicione contra a SUA própria condição de homossexual... continuar lendo

"Negar ajuda aos que precisam de socorro nesta área viola o princípio da dignidade humana."

Impor uma medida absurda sob o pretexto de se estar concedendo ajuda a homossexuais é verdadeiro retrocesso. A meu ver, o único "socorro" que essas pessoas precisam é com relação àqueles que insistem em definir normas de comportamento ligados à vida pessoal de terceiros.

Fala-se de "transtornos psíquicos relacionados à orientação ou preferência sexual", mas acredito que aquele que não consegue tolerar as escolhas sexuais das outras pessoas, quando estas são diferentes das suas, encontra-se muito pior psiquicamente. continuar lendo

Ola Rafaela, obrigado por ler o meu artigo e dar a sua opinião. Sua participação é muito importante. Contudo, quero pontuar que neste caso, não se impõe qualquer medida. O que está em questão é se a pessoa quiser procurar ajuda ela tem o direito de receber atendimento. Mais uma vez, muito obrigado por sua participação. Deus te abençoe. continuar lendo

Disse tudo. O único problema em ser homossexual é o preconceito que se sofre de pessoas iguais ao autor desse texto. continuar lendo

@dudupagliaroni @tompirola
Arrasou no comentário.
O articulista falaciosamente não colocou em contexto que o processo foi aberto pelas pessoas que demonizam a homossexualidade. Dogma não se confunde com ciência, são opostos naturais.
Não há nada de científico na ação, apenas uma brecha para continuar julgando e importunando pessoas que não sentem ou pensam como eles.
E o cara ainda fala como se fosse um humanista.
Seria piada se não fosse trágico. continuar lendo

Que medida está sendo imposta? continuar lendo

"Impor uma medida absurda" Quem vai impor o que a quem? Onde está escrito isto na resolução do juiz? continuar lendo

A liminar realmente não coloca a questão na forma de uma medida imposta. Peço desculpas se me expressei mal, mas o que eu quis dizer com "imposição" é a moral, não a efetivamente jurídica. Afinal, os responsáveis pela "cura gay" estão propondo essa medida a pedido do povo LGBT ou por razões que, de forma pessoal, entendem serem corretas?

Até o momento, não vi nenhum homossexual se manifestar a favor da medida (se algum o fez, por favor que alguém aqui me corrija). Então, se uma medida que se coloca a favor do povo LGBT não tem sido apoiada pelos mesmos, não sei como não pode ser considerada uma medida imposta (ainda que a imposição não se dê de forma direta). continuar lendo

Bom dia, sr Antônio!
Um colega (assim como o sr provavelmente faria) me perguntou se eu não acho, como médico e psicólogo, que é direito de uma pessoa que sofre por ser homossexual procurar ajuda terapêutica para deixar de sê-lo e assim parar de sofrer.
Perguntei-lhe:
- O que você acha da terapia do desamor para curar o sofrimento das pessoas nestes outros casos?
1- Um jovem branco e uma jovem negra (ou um jovem negro e uma jovem branca) que se apaixonem devem ter o direito de submeterem-se a tratamento terapêutico que os façam parar de amarem-se em sociedades racistas;
2- Uma mulher que sofra porque é obrigada a deitar-se com seu marido mesmo sem querer deve ter o direito de submeter-se a tratamento terapêutico que a faça gostar dessa ação, enquadrar-se à cultura e desta forma parar de sofrer em uma sociedade machista;
3- Um jovem rico/nobre de alta casta que se apaixone por uma jovem pobre de casta inferior (ou uma jovem rica/ nobre de alta casta que se apaixone por um jovem pobre de casta inferior) deverá ter o direito de submeter-se a tratamento terapêutico para deixar de gostar de castas inferiores/pobres e assim evitar o sofrimento de ser deserdado e cair em desgraça em uma sociedade de castas.
Creio que o senhor, assim como este colega, tenha um parecer quanto a adequação das sugestões de terapia nas situações acima e por, analogia, devemos estender o parecer dos casos acima à reinterpretação da norma do CFP, visto terem a mesma base:
Jovens que se apaixonem por outros do mesmo sexo devem ter o direito de submeterem-se a tratamento terapêutico que os façam parar de amarem-se enquadrando-se à cultura e assim evitando seu sofrimento em sociedades homofóbicas.
A questão levantada neste contexto é:
Devemos repensar a validade da terapia do desamor para o amor homossexual ou é melhor nos anteciparmos e pedirmos mais algumas liminares para garantir o "pleno exercício da liberdade" em todos os casos referidos ? continuar lendo

Olá Dr. Seridon, boa tarde! Obrigado por ler o meu artigo e dar sua opinião. Quero pontuar que ser negro, branco, pobre ou rico são questões completamente diferentes e não servem de referencial para o caso em questão. Se eu devo admitir que alguém pode mutilar o seu corpo para ser mais feliz como gay, também devo admitir o contrário, ou seja, que aquele que assim deseja possa mudar sua forma de pensar para ser mais feliz com o seu corpo biológico. É apenas uma questão de escolha e nem eu e nem você tem o direito de interferir nisso. Desculpe, mas infelizmente não posso concordar com você, no entanto a agradeço sua importante participação. continuar lendo

Seridon - Amei todas as analogias! É fato!

Dizer q são coisas diferentes é forçar a argumentação - em termos populares, "puxar sardinha pro seu lado"...
E pior: não querer, de jeito nenhum, admitir q a escolha do gênero se faz ao longo da vida, q nascemos BISSEXUAIS (o q, pra preconceituosos é ainda mais escabroso - ô dó).

Nasce-se preto ou branco, amarelo, vermelho. Nasce-se BIssexual!!! E alguns permanecem bi...
Riqueza ou pobreza podem ser de nascença, por herança ou através do trabalho (sem corrupção, senão não entra na estatística) ou a falta de.

Mutilação é uma palavra tosca, bem como a corrupção. Mutilação me dá ataques de riso... Não estamos - ainda - no nazismo: lá, sim, pode-se falar em mutilação. Ou nos países q tinham eunucos, bem como em países q mutilam suas mulheres. Quem sabe, em casos de guerra, quando a perna precisa ser extirpada pra não espalhar a gangrena, ou na diabetes, ou no câncer onde é preciso extirpar um órgão. No mais, é pejorativo.

E enquanto isso, esse desgoverno continua MUTILANDO nossos direitos trabalhistas, civis, fechando hospitais referência, destruindo o SUS. Aí tb vale o termo...
Consertar o q foi um engano da genética, tal qual a Síndrome de Down, q tb é um engano da genética e é desconhecido como consertá-la, é um exagero permitido pela linguagem de quem está desinformado. Uma licença nada poética. continuar lendo

Excelente colocação, Dr. Seridon!

Gostaria de fazer apenas uma pergunta ao autor do texto, o sr. Antônio, que afirma: "É apenas uma questão de escolha e nem eu e nem você tem o direito de interferir nisso", se ele utiliza esse mesmo raciocínio quando se trata da descriminalização do aborto. Porque seria apenas uma questão de escolha da mulher, ela não seria obrigada. continuar lendo