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8 de Maio de 2024

Somos honestos?

Quantas vezes praticamos de boa fé pequenos delitos ou simplesmente o fazemos de má fé?

Publicado por Ricardo Pires
há 5 anos

Estive pensando a respeito da boa fé.

Resultado de dicionário para boa-fé
substantivo feminino
  1. 1. retidão ou pureza de intenções; sinceridade.
  2. 2. convicção de agir ou portar-se com justiça e lealdade com relação a alguém, a determinados princípios etc.
  3. 3. respeito ou fidelidade às exigências da honestidade ou do que é considerado direito; lisura.
  4. 4.JURÍDICO (TERMO)
    estado de consciência de quem crê, por erro ou equívoco, que age com correção e em conformidade com o direito, podendo ser levado a ter seus interesses prejudicados [Configura uma circunstância que a lei leva em conta para proteger o faltoso das consequências da irregularidade cometida.].

Definição de terceiro de boa fé:

Normalmente o terceiro de boa fé é um crédulo inocente ou ingênuo que é vítima de estelionato por ignorância e muitas vezes arrolado como criminoso sem saber. Muitas vezes também denominado de "laranja".

A ausência da boa fé e a presença da desonestidade

Quando vamos a uma loja de veículos e queremos adquirir um veículo, conversamos com o vendedor e esse "profissional" nos seduz com uma conversa macia falando das qualidades do veículo, "da baixa quilometragem", entre outros atributos. Muitos desonestos, para forçar uma margem de 2% a 10% de lucro a maior, baixam propositalmente a quilometragem do veículo para "agregar" valor. Esses irresponsáveis sabem que um veículo com uma quilometragem maior necessitará de manutenção e peças mecânicas para ficar seguro, mas ignoram a segurança do cliente e da família somente para fazerem um pequeno lucro. O cliente, em sua boa fé, pela quilometragem sabe que não precisará trocar determinados tipos de peças. Coloca sua família no veículo e todos, por motivos mecânicos, se acidentam e muitos acabam morrendo, tendo sequelas ou até mesmo ficando paraplégicos. Por causa de um pequeno lucro e um grande prejuízo para a sociedade, pois estes acidentados custarão para a União (seguro, hospital, tratamento, improdutividade prematura, aposentadoria por invalidez, etc) milhares de reais, sem contar o problema emocional. E isso não é praticado só pelo comerciante, mas, particulares também praticam esse tipo de ilícito. Para ilustrar isso, deixo o link de uma matéria a respeito do tema.

[https://www.youtube.com/watch?v=uuh90TIkiGI]

Mas a nossa atitude não para aí. Jogar lixo na rua, latas de bebida com o carro em movimento, ocupar a vaga de deficiente / idosos (com a desculpa de vou ali, é rapidinho), bater em um carro no estacionamento e danificá-lo para depois sair sem deixar um contato, comprar sem nota fiscal para descontar o imposto do preço (depois sai protestando que não tem serviços do poder público - elimine desse comentário o roubo de colarinho branco), tentar conseguir que um determinado serviço público saia rápido - jeitinho - para depois se gabar que tem relacionamento no órgão público (o serviço deveria ser rápido, independente de relacionamento), entre outros episódios que os leitores podem ilustrar nos comentários.

O quanto somos honestos?

É preciso que o cidadão, de direito ou de esquerda, branco / amarelo / negro ou de qualquer raça que não sei como mencionar, seja religioso ou ateu, hétero ou LGBT, seja um defensor de valores e não pratique ou repreenda a prática de qualquer ato imoral, mesmo que seja lícito, pois existe muita licitude em imoralidades.

O ministro do STF - Gilmar Mendes, deu uma carteirada legal na Receita Federal (uma atitude imoral, porém lícita) impedindo uma investigação, ao invés de se explicar. Já, por sua vez, a Receita Federal na posição de seus colaboradores, agiu de forma moral porém ilícita.

É necessário que todos se tornem cidadãos melhores. Quem somos nós para acusar um Governo que pratica crimes, se os governados não são o melhor dos exemplos, mesmo que exista uma diferença gigantesca entre os fatos? Temos que melhorar individualmente para que o coletivo prospere. Não é mais possível ficar olhando para o lado quando vemos algo que nos pareça errado. É dentro deste contexto que os crimes evoluem. Hoje um shampoo e amanhã uma vida.

É hora do CHEGA! A intolerância conosco e com os demais deve ser a nova diretriz de comportamento quando existirem erros. Seres humanos são falíveis e frequentemente devem ser exortados quanto aos desvios. Tomei a decisão de ser intolerante comigo a alguns anos. Estou evoluindo. E você? Deseja evoluir ou prefere criticar o que acha errado mas não corrige quem pode fazer as principais mudanças e está olhando para você todas as manhãs no espelho?

A "Constituição Cidadã" - CF88, no art. , define direitos e deveres, e entre eles está os seguintes deveres:

• Cumprir as leis.
• Respeitar os direitos sociais de outras pessoas.
• Educar e proteger nossos semelhantes.

Direitos, só depois dos deveres.


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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/somos-honestos/676541510

2 Comentários

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Muito bem colocadas suas citações, Dr Ricardo. Lembramos de um texto bíblico sobre Cristo e Madalena: "Atire a primeira pedra"...Em minha profissão (PM), na família, nos meus negócios, sempre procurei ser o mais "honesto possível", porém reconheço que não mereço "nota 10" nessa "matéria". Mea-culpa. Será que "existe" um ser humano nota 10? continuar lendo

Acho que não precisamos ser nota 10 Perciliano. Se formos um 6 ou 7 já está de bom tamanho. Isso já é o suficiente para mudarmos como indivíduos. E em tempo, OBRIGADO PELO SEU SERVIÇO. continuar lendo