25 candidatos conseguem reverter eliminação por cotas no Itamaraty
O resultado final saiu no Diário Oficial da União desta quarta-feira (14/9)
O Itamaraty acatou recurso de 25 candidatos que se autodeclararam negros no último concurso público para a carreira diplomática. O comitê de verificação, criado após polêmica de que brancos concorriam ilegalmente às cotas para negros, rejeitou 47 dos inscritos no certame. Esses não serão desclassificados se tiverem nota para passar pela ampla concorrência. Alguns dos reprovados já haviam se beneficiado do Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco, que concede bolsa de R$ 25 mil aos autodeclarados negros que passaram no exame objetivo e na banca de verificação.
Houve polêmica em relação à lista divulgada pelo Itamaraty, pela alegação de que houve exclusão de concorrentes pardos. Várias pessoas entraram com recurso. Atualmente, há candidatos que que tiveram a autodeclaração negada e assistem as aula no Instituto Rio Branco com ordem judicial. O candidato Daniel Silvério está incorformado. Ele está entre os cotistas e já recebeu, entre o valor da bolsa e despesas de viagem, cerca de R$ 125 mil.
O concurso para o Itamaraty foi motivo de reclamações desde o início devido à ausência de comissão de verificação para evitar casos como o do médico Mathias Abramovic, branco de olhos verdes, que se inscreveu como cotista em 2013. No quadro atual de avaliadores do Instituto Rio Branco estão dois embaixadores negros, Silvio Albuquerque e Benedito Fonseca, e Vanessa Dolci, conselheira militante de direitos humanos. O resultado final da verificação e o a convocação para a segunda fase deverão ser divulgados nesta quinta-feira (15).
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1 Comentário
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O "tribunal" que avalia a "raça" das pessoas do país mais miscigenado do mundo está dando problemas? Por que será?
Pelo amor de Deus, políticos, leiam um pouco de Demétrio Magnoli!
Não é possível que estamos vivendo esse momento, discriminação racial institucionalizada pelo Estado! Não podemos obrigar o enquadramento dos cidadãos em raças!
Cota racial é política populista que tem como único intuito a perpetuação no poder de determinada classe política que se diz defensora dos direitos humanos. Todavia é claro o intuito, quando percebemos ao invés de investir maciçamente em educação básica, privilegia poucos e mantém o status quo da maioria.
De fato, implantar um sistema de cotas raciais, num país onde o grau de mestiçagem é altíssimo, como o Brasil, é ilógico. Aqui não é Estados Unidos. É só verificar o caso emblemático dos irmãos gêmeos, em que um foi considerado negro e o outro não pela Unb.
A solução, agora, é um tribunal racial, onde terceiros irão definir a tua raça? Já vi isso antes, em um momento tenebroso da história mundial, não foi bom. Quer dizer, você pode se achar pardo, mas se no dia da entrevista estiver mais pálido de nervoso, ou mesmo alguém não for com a tua cara, você poderá ser "sentenciado" como branco? Há um certo movimento que inclusive defende a criminalização dos que "fraudarem" as cotas.
A tal "comissão de verificação com relação à autodeclaração" parece aqueles órgãos nazistas que verificavam o fenótipo de supostos judeus! É absurdo. E quem disse isso não fui eu, mas o Procurador Cabeleira, que usou esse mesmo exemplo.
E os casos em que a família inteira é negra/parda e o filho nasce branco? Quer dizer, a pessoa teve todas as condições sociais de uma família negra, todavia, não poderia, em tese, concorrer às vagas.
O ideal seria um critério puramente social, onde a inclusão de mais pessoas negras e pardas, que realmente não tiveram condições de estudos, seriam automaticamente beneficiadas.
Pelo sistema atual, na questão de inclusão racial, somente os negros e pardos com condições sociais melhores têm oportunidade. O pobre, independente da raça, será excluído.
Nivela por cima, não inclui os mais pobres. É mudar para continuar tudo igual.
Em suma, o sistema não inclui satisfatoriamente, haja vista casos como o do Itamaraty, negros e pardos, não inclui pobres, não funciona!!! continuar lendo