Adversidades encontradas por Cubanos em busca de uma vida mais digna

Cubanos ficam detidos na fronteira da Nicarágua com a Costa Rica, após o governo Nicaraguense usar de força militar para impedir a entrada dos migrantes que visavam passar temporariamente pelo país, visando chegar ao destino final: Estados Unidos da América que tem a política de receber quaisquer cubanos que pisem em solo americano, visto que desde os anos 60, os cubamos que emigram para os EUA têm direito a tratamento especial, gozando de benefícios que outros imigrantes não gozam.

Os cubanos conseguiram chegar à Costa Rica quinta-feira, dia 12 de Novembro de 2015, também enfrentando dificuldades. Mais de uma centena ficou em ruas perto do gabinete de imigração da Costa Rica, e cerca de mil ficaram retidos por três dias numa cidade fronteiriça com o Panamá, face a impossibilidade de seguir migrando por não possuírem visto para a Costa Rica, mas eventualmente, o governo costarriquense chegou ao entendimento que trata-se de um assunto humanitário e que os Direitos Humanos devem ser observados, concedendo visto de trânsito válido por uma semana para que os cubanos seguissem a jornada.

Não obstante, emitiu no sábado (14) um apelo urgente aos países da América Central, visando que estes facilitassem o fluxo de cidadãos cubanos que buscam desesperadamente chegar aos Estados Unidos.

No entanto, a Nicarágua não vê assim e a agência Efe informa que "mais de mil cubanos, com passaporte e um visto da Costa Rica, estão bloqueados na fronteira entre a Costa Rica e a Nicarágua, desde domingo, dia em que o governo de Manágua lhes recusou a entrada e utilizou o Exército para repelir cerca de 800 que procuravam entrar ilegalmente no país".

O Presidente da Costa Rica, Luís Guillermo Solís, criticou a Nicarágua por ter-lhes fechado a fronteira e se pronunciou “É da importância suprema entender que este é um problema de pessoas que têm ilusões, necessidades, que procuram chegar a um destino onde querem viver melhor. Tem de se olhar pelas pessoas, que precisam de ter respostas à sua ansiedade e protegidas nas suas necessidades”.

Um comunicado informa que "O governo da Costa Rica faz um apelo urgente aos países que têm estado envolvidos no fluxo ilegal de cubanos para os Estados Unidos para que procurem uma solução conjunta para o fluxo de pessoas"

O Presidente Ramón Saúl Sánchez do Miami Movimiento Democracia, um grupo de exílio cubano emitiu apelo "Pedimos que lhes tratem com humanidade e si possível, que todos os países lhes deem a oportunidade de voltar a reunir-se com suas famílias, pois é o que querem no final desta caminhada".

Vale recordar que houve um aumento do povo cubano que deixou seu país buscando chegar aos EUA. Este aumento ocorreu três meses após o anúncio do restabelecimento das relações diplomáticas, entre janeiro e março. Nesse período, 9.371 cubanos chegaram aos Estados Unidos, mais do que o dobro dos 4.296 que realizaram o deslocamento nos primeiros três meses de 2014. Segundo Pew Research Center, ao estender essa pesquisa entre os meses de outubro de 2014 e junho de 2015, foram 27.296 pessoas que deixaram Cuba e entraram nos EUA.

Após reabertura da embaixada americana em solo cubano em agosto, houve um aumento de 78% comparado ao ano de 2014, todos em busca de liberdade e dignidade para viver.