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16 de Junho de 2024

Advogados de réus do mensalão esperam saída de Barbosa para pedir regime aberto

Defesas já poderiam trabalhar para concessão do benefício a partir do 2º semestre, segundo Lei de Execuções Penais, mas acreditam que presidente do STF emperraria pedidos

há 10 anos

Os advogados dos condenados no julgamento do mensalão pretendem esperar que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, deixe a Corte antes de fazer qualquer pedido de cumprimento de pena em regime aberto para seus clientes. Neste caso, o preso pode dormir em casa e não mais na prisão.

STF / Divulgação

Barbosa tem monitorado as execuções penais dos condenados no mensalão e tem sido rigoroso na concessão de benefícios

Condenados como o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu; o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares podem receber o beneficio já no final do ano. No entanto, precisariam do aval do juiz de execução penal ou do relator do processo do mensalão, no caso, ministro Joaquim Barbosa. Têm direito ao regime aberto presos que executaram um sexto da pena total. Esse tempo pode ser encurtado caso o detido comprove que está lendo ou executando trabalho externo. A cada três dias estudado ou trabalhado, conforme a Lei de Execucoes Penais, o preso tem a redução de um dia na sua pena total.

No melhor dos cenários (em caso de estudo ou trabalho regular), Dirceu e Genoino podem deixar o regime semiaberto após dez meses de prisão, ou seja, em setembro deste ano. No pior dos cenários, Genoino começaria a cumprir o regime aberto no início de janeiro de 2015 e Dirceu, em março do ano que vem. Delúbio poderia deixar a prisão após oito meses de cumprimento de pena, mas seu benefício de trabalho externo foi suspenso e só deixará o regime semiaberto em dezembro deste ano.

Advogados admitiram ao iG, em caráter reservado, que é cedo para se pensar nas articulações com objetivo de progressão de regime para os condenados do mensalão. Eles só acreditam na possibilidade de que isso ocorra após a saída do ministro Joaquim Barbosa do STF. Barbosa tem monitorado pessoalmente as execuções penais dos condenados no mensalão e tem sido rigoroso na concessão de benefícios (o regime aberto seria um deles).

No STF, especula-se que Barbosa deixe o Supremo ainda no primeiro semestre desse ano (em maio) - embora ele já tenha dado sinais de que vá se aposentar no início do segundo semestre - e crie uma entidade de combate à corrupção. A iniciativa do presidente o manteria em evidência, estratégia que o ajudaria a concorrer a um cargo eletivo em 2018. Nos corredores do tribunal, fala-se que Barbosa não concordaria em ser comandado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que assume o STF em novembro.

Sem Barbosa à frente do STF, a execução das penas caberia ao seu substituto direto, o ministro Ricardo Lewandowski. Com uma postura menos radical que o colega, acredita-se que Lewandowski deixaria todo o trâmite relacionado à execução de sentença aos juízes de Execução Penal. Dessa forma, os advogados dos réus do mensalão acreditam que seria mais fácil obter benefícios como a progressão para o regime aberto.

Outros réus que não estão sendo diretamente monitorados pelo presidente do Supremo têm tido menos dificuldades para obter benefícios, como o ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT). Desde janeiro, ele faz dupla jornada de trabalho. Ele se divide na função de coordenador administrativo do Hospital Santa Rosa e como médico legista do Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá. Nos dois empregos, ele ganha aproximadamente R$ 14 mil. Ele é o único réu a ter obtido o benefício de dois empregos externos.

Fonte: Último Segundo - IG

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46 Comentários

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Fábio Kandrik
10 anos atrás

Um Pais onde as Leis beneficiam quem tem recursos p/ contratem bons Advogados, a corrupção nos 3 poderes beneficiando os amigos da corte, o que podemos esperar. Vamos torcer p/ que outros J. Barbosas apareçam. continuar lendo

Giulie Brito da Silva
10 anos atrás

É isso aí! continuar lendo

Deus me livre! continuar lendo

Alexsander Barbosa
10 anos atrás

A última sessão do STF sobre os recursos de Embargos Infringentes, interpostos pelos advogados dos réus do mensão, apreciados e julgados pelos ministros da Suprema Corte, foi de uma hipocresia sem tamanho. É lamentável que quando uma minoria visa extipar condutas corruptivas, outros, grande maioria, estimulam tais condutas, atenuando penas e beneficiando corruptos. Deixando claro para todos, que ser político corrupto compensa.
É o nosso Brasil. Não vamos deixar essa situação prosperar. Vamos lembrar de todos eventos que geraram danos aos cofres públicos, lembrar dos políticos que colaboraram para isso e não votar neles nunca mais. continuar lendo

Giulie Brito da Silva
10 anos atrás

Muito bem falado. continuar lendo

José Emanuel
10 anos atrás

Dizer que o "Ministro" Ricardo Lewandowski tem "postura menos radical" é no mínimo um insulto aos "verdadeiros brasileiros". Grande Lacaio dos PTralhas! continuar lendo

Attila Bsipos
10 anos atrás

Faço minhas as suas palavras. continuar lendo

Omar Salman
10 anos atrás

É bem típico das crianças não aceitarem o ponto de vista dos outros, principalmente quando difere do seu! Veja-se o atual "presidente" do supremo, né? A infantilidade campeia... continuar lendo

Emerson Kaiser
10 anos atrás

Bem, todos comentários me parece ser um pouco parcial. Digo isso, pois se analisarmos sob o crivo técnico jurídico ou sócio Brasileiro, verificamos que de um lado temos um processo difícil de apontar a responsabilidade criminal dos "atores", de outro o problema social que me parece ser vetor desses resultados insatisfatórios. Ora, eu não culpo a PF, nem o MP, tampouco os ministros que tem o poder discricionário para aplicar a lei conforme seu entendimento. Mas, a falta de educação do Brasileiro e análise crítica, esses sim tem o condão de levarmos ao cume da impunidade. Isso mesmo, o Brasileiro atualmente está empenhado demais em assistir suas TV's, programas que deturpam os princípios da educação e favorecem a demência crítica. Todos estão tentando "tirar águas da enchente de suas casas, porém, não sabem, ou não querem saber, que tem que fechar as comportas que estão abertas lá nas cabeceiras". O problema começa bem no início, na falta de educação, na manutenção dessa falta e a consequente deficiência de olhar para determinadas questões de forma profunda e estreita. Sendo assim, o que houve, na verdade, foi uma sistemática legal com lacunas que desdobraram nestes resultados. Quiça, seja por falta de protocolo para essa monta, onde tem-se réus ex-funções elitistas no governo com suporte jurídico inimaginável. Por fim, aconselho buscarmos sempre indagarmos se nossas posições estão tendenciosas ou crítica- analíticas, para não cairmos no erro de sermos, tão somente, um caixa ressonante da mídia medíocre. continuar lendo

Raciocínio jurídico perfeito. continuar lendo

Muito bom comentário. continuar lendo

Jose Pedro Vilardi
10 anos atrás

É mais ou menos assim: os analfabetos votam em quem nao presta.
Os letrados, senhores de notavel saber jurídico, guindados ao cargo de ministro e nomeados, defendem e isentam os corruptos.
Os advogados (alguns) defendem e tiram da cadeia ou protelam a sentença de quem assalta, mata, rouba, estupra, etc.
Antigamente o advogado escolhia a dedo seu cliente e, aceitando e defendendo-o, se por questao de ética aquele cliente merecia a sua defesa.
Por isto criou-se a defensoria pública, para que o culpado nao ficasse sem defesa. Mas ai o advogado defensor era nomeado, podendo se abster.
Mas isto era antigamente. continuar lendo