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6 de Maio de 2024

Emoji de “joinha” é considerado por Juiz como aceite de acordo contratual

Publicado por Direito e tecnologia
há 10 meses


No cenário jurídico canadense, um fazendeiro enfrentou uma sentença curiosa após um acordo supostamente selado por meio de um emoji de "polegar para cima" (👍). Em 6 de julho deste ano, o tribunal decidiu que esse simples símbolo pode ter o mesmo valor legal de uma assinatura tradicional. O caso gira em torno de uma disputa entre Chris Achter, um vendedor de grãos em Saskatchewan, e seu cliente frequente, Kent Mickleborough, que buscava comprar 86 toneladas de linho em 2021.

Tudo começou quando Kent enviou a minuta do contrato de compra e venda de grãos para Chris com a mensagem "Por favor, confirme o contrato de linho". O que parecia ser uma simples solicitação de confirmação transformou-se em uma batalha legal quando Chris respondeu apenas com o emoji de "joinha". Posteriormente, sob declaração juramentada, ele alegou que o emoji era apenas uma confirmação de recebimento da mensagem.

Quando a data de entrega indicada no contrato chegou, Kent ficou frustrado ao não receber a quantidade de grãos acordada. Ele argumentou que, em ocasiões anteriores, Chris havia concordado com contratos por meio de mensagens, levando-o a acreditar que o acordo estava selado com o emoji. Em resposta a essa quebra de contrato, Kent entrou com um processo por danos e quebra de contrato.

A decisão do juiz Timothy Keene, emitida pelo Tribunal de King's Bench, foi considerada histórica. O magistrado baseou sua decisão na definição do emoji fornecida pelo Dictionary.com, que afirma que ele é utilizado para expressar consentimento, aprovação ou encorajamento em comunicações digitais.

O juiz Keene reconheceu que, embora a assinatura tradicional seja amplamente aceita como a forma clássica de confirmar aceitação em um contrato, os métodos modernos, como emojis, também podem ser válidos para esse fim. Argumentou-se que emojis são amplamente usados na comunicação digital para transmitir emoções e ideias, tornando-se uma linguagem comum entre os usuários. Dessa forma, o emoji de "joinha" pode ser interpretado como uma forma válida de assinatura, permitindo que as pessoas confirmem acordos e contratos por meio desses símbolos.

O tribunal decidiu a favor de Kent Mickleborough, condenando Chris Achter a pagar 82.200,21 dólares canadenses, além de juros e custos. A decisão levanta importantes reflexões sobre a evolução das formas de comunicação na era digital e destaca a necessidade de adaptação das práticas legais diante das novas realidades tecnológicas. Afinal, tentar conter o avanço da tecnologia e a adoção comum dos emojis seria uma empreitada vã.

O caso estabeleceu um precedente significativo no Canadá, demonstrando que, em tempos de comunicação digital, um simples emoji pode ter implicações legais substanciais. O uso cada vez mais frequente de emojis em negociações e acordos comerciais pode levar a mais situações onde esses pequenos ícones desempenham um papel crucial na definição de direitos e obrigações contratuais. A partir de agora, as pessoas e empresas devem considerar com cautela como interagem e confirmam acordos em plataformas digitais para evitar disputas legais futuras.

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