Estado oferece programa especial para superdotados
Por Marcelle Colbert, do Núcleo Intranet
Com o objetivo de incluir socialmente estudantes que apresentam sinais de superdotação, o governo do Estado do Rio de Janeiro criou, em 2006, o Núcleo de Atendimento de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S). O programa de apoio ao sistema de ensino capacita professores para atenderem crianças com inteligência acima da média e seus familiares. Localizado no Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho, em Niterói, o espaço utiliza recursos educativos e equipamentos tecnológicos para identificar e desenvolver os talentos desses alunos especiais.
Em parceria com o Ministério da Educação e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Secretaria de Educação oferece ao jovem com potencial para superdotado aulas de aprofundamento e enriquecimento pedagógico. O projeto, que atende cerca de 30 estudantes de 4 a 17 anos de idade, atua em todos os municípios fluminenses treinando profissionais de ensino. Mais de 3 mil docentes já participaram de cursos de formação continuada e receberam orientações para identificar o potencial de seus alunos.
- O Estado possui uma instância chamada de Sala de Recursos, que encaminha crianças superdotadas para o núcleo de atendimento, sem substituir o currículo. No caso dos superdotados, o espaço fornece tarefas que provocam o aparecimento de seus potenciais. As famílias dos integrantes do programa também recebem acompanhamento dos profissionais da unidade - explica a coordenadora da Unidade de Atendimento ao Aluno do NAAH/S, Regina Mussi.
Crianças com talentos precoces para artes visuais, música, matemática e idiomas estrangeiros podem ser superdotadas. Os jovens com aptidões intelectuais acima da média aprendem a ler rapidamente, possuem pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança e expressão verbal mais elaborada do que a normal para sua faixa etária. Os superdotados têm ainda raciocínio ágil e ótima memória.
- Essas crianças precisam de acompanhamento para que se vejam como seres humanos. Os jovens precoces se sentem diferentes desde cedo, por isso precisam ser auxiliados na busca da sua identidade. Pessoas com inteligência acima da média tendem a se tornar arrogantes, pois são extremamente perfeccionistas. Os super inteligentes são ruins em algumas áreas, excelentes em outras e muito focados em um objetivo afirma a psicóloga Regina Mussi.
No Núcleo de Atendimento de Altas Habilidades, crianças superdotadas como Simão Gabriel Martins têm oportunidade de participar de atividades de produção de artes e estimulação auditiva e sensorial. Aos 6 anos, o pequeno prodígio sonha em construir um estádio de futebol e até preparou os projetos do local onde seriam realizadas suas Olimpíadas Escolares. Ele utilizou todos os recursos que Copacabana, bairro onde mora, oferece para produzir as plantas. O colégio onde cursa o 1º ano da Educação Infantil, a pista da Avenida Atlântica e até o mar estão incluídos em seus planos.
- Preparei o projeto porque quero desenvolver atividades olímpicas no meu colégio diz com voz de criança e inteligência de um adulto.
Rogério Martins Pinto, pai de Simão Gabriel, descobriu o talento especial do filho há quatro anos. Apaixonado por geografia e esporte, o pequeno torcedor do Flamengo conhece todos os times de futebol, bandeiras e países do mundo. Simão adora ir ao shopping, mas não é para comprar brinquedos. Seu lugar favorito é a livraria, onde pode pesquisar sobre um dos seus assuntos favoritos: recordes mundiais.
- O Simão é muito bom em planejamento e geografia. Meu filho sabe tudo sobre Copa do Mundo e já leu diversos livros que abordam o tema. Desde que começou a freqüentar o núcleo, há mais de dois meses, ele tem se sentido realizado e feliz. O espaço ajuda em todos os aspectos, inclusiva na área da Psicologia conta.
Carros, números, mapas e palavras. Essas são as especialidades do pequeno Caio Mafra Alves De Paole, de 4 anos de idade. Há três meses, ele é o mais novo integrante do NAAH/S. Com três anos, Caio conhecia todas as marcas de veículos nacionais e importados e já começava a ler todo tipo de texto.
- Este ano, quando meu filho entrou no Jardim II, a professora estava ensinando as vogais. Mas o Caio ficou ansioso para montar as sílabas e aprender todas as palavras. A curiosidade dele é muito aguçada. Hoje, meu filho lê tudo relata Elizângela Mafra Pinheiro, mãe do menino prodígio.
Educação garantida pelo Estado
A normatização do atendimento educacional aos alunos superdotados na rede estadual foi garantida através da Resolução nº 3968, publicada no Diário Oficial do dia 11 de junho de 2008. A medida assegura a matrícula desses estudantes em classes comuns compatíveis com seu desenvolvimento escolar, independente da idade, após avaliação de uma equipe pedagógica.
Para a identificação das necessidades educacionais dos alunos com altas habilidades, a escola realiza um teste pedagógico no processo ensino-aprendizagem ou em conselho de classe. A avaliação é feita com assessoramento de professores especializados dos Núcleos de Apoio Pedagógico Especializado (Napes) com auxílio do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades (NAAH/S).
O Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação atende às crianças todas as quartas, quintas e sextas-feiras. Mais informações sobre o programa da Secretaria de Educação podem ser obtidas através do e-mail naahs.rj@hotmail.br .
2 Comentários
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Estou fazendo um trabalho na fundação casa do estudante no centro do RJ, e gostaria de visitar esse espaço, e conhecer mais, grata ,aguardo retorno. continuar lendo
Olá, meu filho tem 6 anos, está no 1º ano do ensino fundamental, mas sempre foi muito inteligente e a frente da idade dele, comparado aos seus amigos e irmãos, ele demonstra algumas características bem peculiares.
Ele andou muito cedo, falou muito cedo, aprendeu a ler muito cedo e tem um interesse por cálculos matemáticos. Ele aprendeu contas de subtração, adição, divisão, multiplicação, raiz quadrada. Contas básicas, e só até onde, eu como mãe, ensinei.
Eu não tenho condições de pagar um neuro psicólogo pra essa avaliação, e a escola onde ele estuda, escola municipal, não tem profissionais qualificados para essa percepção, infelizmente.
Então recebi orientação da escola em procurar o CIM, fui até lá, e eles recomendaram entrar em contato com vocês. Gostaria de saber como é o procedimento? Espero que vocês me atendam e me ajudem. Meu filho tem sofrido bastante, pois a escola não acompanha de acordo com o pensamento dele. continuar lendo