Estudo mostra o que há por trás de ofensas em redes sociais
O Brasil é visto e reconhecido como um lugar pacífico, com um povo tolerante. Mas ainternet vem ajudando a derrubar esse mito de que nós brasileiros somos tolerantes às diferenças.
Um estudo realizado entre os meses de abril e junho monitorou a internet e encontrou dez tipos principais de intolerâncias.
No total, foram analisadas 393.284 menções feitas por internautas de todo o país no Facebook, Twitter e Instagram e também em páginas de blogs e comentários de sites da internet.
Expressões como cabelo ruim, gordo, vagabundo, retardado mental, boiola, malcomida, golpista, velho e nega predominam as nuvens de palavras encontradas em posts que revelam todo tipo de intransigência ao outro, em relação a aparência, classes sociais, deficiências, homofobia, misoginia, política, idade, raça, religião e xenofobia.
Com o auxílio de um software de monitoramento, o Torabit, concluiu-se que a intolerância de maior audiência no Brasil é a política, com quase 220 mil menções; mais de quatro vezes superior à misoginia, que aparece em segundo lugar (50 mil menções); seguida por preconceitos relacionados a deficiência, aparência e raça.
O Rio de Janeiro é o estado com maior volume de postagens intolerantes no país, seguido por São Paulo e Minas Gerais. Em termos relativos, na proporção com o número de habitantes, o Distrito Federal lidera o ranking.
“A intolerância nas redes é resultado direto de desigualdades e preconceitos sociais em geral, não é uma invenção da internet. O que ocorre é que o ambiente em rede facilita que cada um solte seus demônios, ao dar a sensação de um pretenso anonimato. O mundo virtual é, portanto, mais uma forma para que os intolerantes se manifestem e ampliem o seu alcance”, destaca Bob Vieira da Costa, sócio-fundador da agência nova/sb.
Dados da ONG Safernet mostram que denúncias contra páginas que divulgaram conteúdo do tipo cresceram mais de 200% no país. No primeiro momento, parece que a internet criou uma onda de intolerância.
Mas o fato é que as redes sociais apenas amplificaram discursos existentes no nosso dia a dia. No fundo, as pessoas são as mesmas, nas ruas e nas redes.
Se não, vejamos: o Brasil lidera as estatísticas de mortes na comunidade LGBT (dado da Associação Internacional de Gays e Lésbicas); mata muito mais negros do que brancos (Mapa da Violência); aparece em quinto em homicídios de mulheres (Mapa da Violência); registrou aumento de 633% nos casos de xenofobia (Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos); e 6,2% dos seus empregadores confessam não contratar pessoas obesas (site de recrutamento).
7 Comentários
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O que há por trás das ofensas é desvio de caráter. continuar lendo
Considero todos estes adjetivos como desvios de mentalidade e falta de personalidade do ser humano que desfruta de um universo infinito de coisas boas a sua volta e não tem sensibilidade para perceber e viver bem. continuar lendo
Rastrear termos que supostamente são ofensivos ou mesmo fixar que algo seja politicamente correto ou incorreto não são o suficiente para observar a realidade neste caso, até porque, na boca ou no ouvido do maldoso, os melhores termos podem ser distorcidos. continuar lendo
Desconfio que o racismo é muito mais denso e frequente nas reportagens midiáticas do que na realidade do dia a dia. continuar lendo
- ERRADO: "mata muito mais negros do que brancos (Mapa da Violência)"!
- PARDOS E BRANCOS SÃO MAIS ASSASSINADOS DO QUE NEGROS!!!
- MAPA DA VIOLÊNCIA 2014: http://mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_AtualizacaoHomicidios.pdf
- PÁG. 119: "É importante esclarecer que a categoria negro utilizada neste relatório, resulta do somatório das categorias preto e pardo empregadas pelo IBGE."
- PÁG. 120: Homicídios, taxas (por 100 mil) e vitimização segundo raça e/ou cor na população total – Brasil.
- PARDA: 33.150
- BRANCA: 14.435
- PRETA: 4.398 continuar lendo