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20 de Junho de 2024

Já pensou em ser agente penitenciário? Saiba como funciona o trabalho e a rotina deste profissional

Para encarar a tarefa, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) oferece salário de R$ 5.403,95

há 9 anos

Trabalhar com vigilância, guarda e escolta de prisioneiros pode parecer uma profissão arriscada.

J pensou em ser agente penitencirio Saiba como funciona o trabalho e a rotina deste profissional

Para encarar a tarefa, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) oferece salário de R$ 5.403,95. O cargo em questão é o de agente penitenciário federal, que exige dos candidatos apenas nível médio e carteira nacional de habilitação de categoria B. E aí, vai encarar?

A diretora geral substituta do Depen, Clarice Calixto, responsável pelo edital do concurso com 258 vagas, assegura que o trabalho é baseado em segurança, organização e serenidade. “O desafio do agente penitenciário é diferente da polícia. O agente não trabalha como policial, ele lida com custódia”, esclarece.

De acordo com Clarice, o Depen tem trabalhado para desmistificar e esclarecer a complexidade do trabalho exercido pelo agente penitenciário. “Fizemos o edital dividindo em sete áreas justamente porque precisamos de profissionais multifacetados”. A diretora explica que o órgão possui três diretorias, com missões diferentes, mas todas voltadas para a elaboração e gestação de políticas penais. Ou seja, apesar de ser um cargo de nível médio – logo, sem especialidade –, a divisão das áreas no edital possibilita que os candidatos se preparem com base em conteúdos diferentes para diversas possíveis funções dentro do órgão.

Clarice compara a carreira no Depen com a da Polícia Rodoviária Federal (PRF). “A PRF, por exemplo, tem só uma carreira, mas o servidor pode ter múltiplas funções. Pode tanto trabalhar no setor de estatística, como na rodovia, em um trabalho operacional. A realidade do agente penitenciário também é assim: heterogênea, de múltiplas personalidades”, afirma. Marlene Rosa, de 49 anos e agente penitenciária federal há cinco, confirma a colocação. Ela trabalhou durante três anos na penitenciária federal de Porto Velho/RO e, hoje, atua na ouvidora do Depen, em Brasília. “Eventualmente, ainda trabalho na parte operacional, como em missões de transporte de presos de um estado par o outro”, conta.

Casada e mãe de dois filhos, Marlene lembra que a escolha pela carreira, a princípio, preocupou a família. “Mas quando passei a relatar a rotina, o curso de formação e constatar toda a segurança que envolve o trabalho, todos ficaram mais calmos”. A filha da agente, inclusive, prestará o concurso recém-lançado para o mesmo cargo que a mãe. “Sempre temos um receio, mas em nove anos de sistema não tivemos uma fuga ou rebelião e nenhum agente machucado por presos. O nível de segurança é altíssimo”, conta.

Questionada sobre o recente episódio de São Paulo, em que uma prisioneira arrancou a orelha de um agente de segurança no presídio, Clarice faz questão de ressaltar que a realidade estadual é diferente do sistema penitenciário federal. “Fazemos um tipo de custodia muito especial. Os presos ficam em selas individuais, com rotinas organizadas. O candidato precisa compreender a realidade da profissão e estudar a execução penal, até porque é, inclusive, matéria da prova”, aconselha.

Marlene também reforça que é preciso desconstruir os estereótipos da carreira. “Quando estava na penitenciária não me sentia em perigo. A arquitetura prisional é de extrema segurança, somos bem preparados, os procedimentos são rigorosos e temos câmeras em todas as dependências funcionando 24h”, conta. Ela, inclusive, pretende voltar a atuar na parte operacional quando a quinta penitenciária federal, em Brasília, for inaugurada. “Tenho muito orgulho da minha profissão e sempre quis contribuir para ter um sistema prisional mais humanizado. Apesar de ser uma carreira nova, precisamos sempre nos capacitar para desenvolver um trabalho de excelência. Afinal, os agentes estaduais se espelham na gente”, avalia.

Enquanto atuava na penitenciária, Marlene trabalhava no setor de reabilitação, com as visitas virtuais dos presos. Ela fazia o cadastramento dos detentos e visitantes para proporcionar, semanalmente, os encontros. Ainda assim, a agente explica que sempre participou de missões em outras áreas, como transportar presos e auxiliar o diretor na tomada de decisões. “Não realizamos somente uma tarefa. Podemos ajudar em vários serviços”, relata. Já na ouvidoria do órgão, Marlene lida com a demanda de todas as unidades prisionais, tanto estaduais quanto federais. Além de inspeções e recebimento de denúncias, ela conta que sempre que pode participa de outras missões operacionais. “Assim não esqueço os procedimentos, como manuseio das armas. A qualquer momento posso ser chamada e quero meu treinamento em dia”, completa.

Lotação dos aprovados

Ainda segundo Clarice, a perspectiva de inaugurar a quinta penitenciária federal, em Brasília, foi um dos fatores que tornou o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) especialmente sensível com a demanda de abertura do concurso. “Estamos terminando a obra e precisamos de servidor para funcionar”, adianta.

A diretora pondera, contudo, que isso não quer dizer que a lotação dos novos aprovados será majoritariamente na capital federal. Antes disso, ela explica, será preciso realizar um concurso de remoção dos atuais servidores. “A lotação dos novos aprovados vai depender do modo como o processo de remoção interno se desenrolará”. A previsão é de que a seleção ocorra ainda no segundo semestre, quando o concurso atualmente aberto estiver na fase final.

Ficou interessado?

De acordo com o edital lançado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), são 258 vagas de nível médio e superior. Os candidatos serão lotados na sede do Depen em Brasília ou em uma das cinco penitenciárias federais localizadas nas cidades de Campo Grande/MS, Catanduvas/PR, Mossoró/RN e Porto Velho/RO e também na capital federal.

Quem tem nível médio de formação, e carteira nacional de habilitação de categoria B, pode competir ao cargo de agente penitenciário federal. O salário é de R$ 5.403,958. Para nível superior o cargo em aberto é o de especialista em assistência penitenciaria nas áreas de enfermagem, farmácia, pedagogia, psicologia, serviço social e terapia ocupacional. A remuneração inicial é de R$ 5.254,88.

Há ainda o cargo de técnico de apoio à assistência penitenciária, para quem tem nível médio e curso técnico em enfermagem. A remuneração, neste caso, é de R$ 3.679,20. Cinco por cento das chances são reservadas a pessoas com deficiência e 20% para negros.

As inscrições podem ser feitas até 17 de maio, pelo site da banca. As taxas variam de R$ 75 a R$ 95. O concurso vai aplicar provas objetivas e discursivas no dia 28 de junho. Haverá também exame de aptidão física, avaliação médica e psicológica, investigação social e curso de formação profissional.

Fonte

http://www.qualconcurso.com.br/

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Os agentes e guardas prisionais possuem porte de arma de fogo mesmo fora de serviço?

10 Comentários

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Rudy Silva
9 anos atrás

Desculpe! Mas sou Agente Penitenciário do Rio e jamais vou me espelhar no Agente penitenciário federal como a colega disse "Afinal, os agentes estaduais se espelham na gente", pois cuidar de um preso por cela e ter dez agentes para transportar um preso é MOLE. Quero ver fazer o confere de presos dentro de uma penitenciaria com capacidade para mais de 700 presos, sendo que cada galeria com mais de 30 presos e sozinho como se fazia antigamente. Ficar sentado vendo as câmeras de monitoramento é mais fácil ainda, bem diferente da nossa realidade que ficamos face a face com mais de 10 presos por cela. Em termos de vivenciar o perigo e aprendizado não há o que se discutir e invejar ninguém. Ficarei feliz quando estivermos no artigo 144 da CFB como sendo da Área de Segurança pública DE FATO, pois atualmente somos meros servidores públicos estaduais e federais. continuar lendo

David Devasconcelos
9 anos atrás

E sobre a Polícia Penal? Nada ainda? Quais as novidades? continuar lendo

Oi David, assim que tivermos novidades dos concursos vamos postando por aqui! Boa sorte! continuar lendo

M A
4 anos atrás

Sonho realizado graças a Deus.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) continuar lendo

David Devasconcelos
9 anos atrás

Já fui policial civil e por varias vezes tive de custodiar e escoltar presos. Com toda a certeza era a pior parte do trabalho. Por isso, jamais faria concurso para esse cargo. No entanto, devo reconhecer que o sistema penitenciário federal é bem mais organizado e seguro que os sistemas penitenciarios estaduais. continuar lendo

J R
6 anos atrás

Essa mulher que faz seus relatos no texto acima é mais um dos agentes que assumem funções de confiança e entendem pouco do trabalho de fato do agente penitenciário. São pessoas que estão em uma sala climatizada e não estão do lado dos colegas operacionais. Quem disse que a atividade não é policial? Quer dizer que revistar pessoas, veículos, apreender drogas e armas, apurar infrações, repreender crimes dentro da penitenciária, impedir fugas e rebeliões, escoltar presos de justiça, fazer rondas na área externa da penitenciária e outras atividades de segurança não é atividade policial? Como eu disse, quem não pega no pesado fala o que não sabe porque está em cargo de chefia. Não me espelho em agente federal porque eu ganho igual ou mais como agente Estadual, meu salário é de 5.550 bruto e com diárias tiro mais de 7 mil líquido por mês ao todo, sem contar que posso trabalhar em qualquer cidade do meu Estado, diferente do depen que só existe em 4 estados e o servidor não pode morar no seu Estado de origem. No meu concurso temos vários policiais militares e civis que hoje são agentes. Cada Estado é uma realidade e ainda bem que nossa realidade é umas das melhores do sistema penitenciário brasileiro. continuar lendo

Tony Erik Barbosa
1 ano atrás

Eu acredito que tudo tem que melhoras ,tanto na área de agentes estaduais pq os agentes federais são mas treinados tem melhores equipamentos táticos acho que é por ai continuar lendo