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17 de Junho de 2024
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    Jogador de futebol não pode receber dupla indenização

    há 14 anos

    Um jogador de futebol profissional não foi autorizado a receber a indenização prevista na Lei Pelé, em caso de rescisão contratual, de forma cumulativa com a do artigo 479 da CLT A decisão da 8ª Turma do TST de negar provimento ao recurso de revista do atleta foi baseada em voto da ministra Dora Maria da Costa

    Segundo a relatora, a Lei nº 9615/98, que dispõe sobre normas gerais do esporte, conhecida como Lei Pelé, é específica para o atleta profissional Apenas se houver omissão, é que poderá ser aplicada, subsidiariamente, outra legislação, a exemplo da celetista Por essa razão, os conflitos existentes entre entidades desportivas e atletas devem ser dirimidos com a aplicação da legislação própria do setor

    A ministra Dora Costa esclareceu ainda que o artigo 479 da CLT estabelece que, nos contratos por prazo determinado, o empregador é obrigado a indenizar o empregado dispensado sem justa causa no valor equivalente à metade da remuneração a que ele teria direito até o final do contrato No entanto, a Lei Pelé (artigo 31, § 3º) só autoriza a aplicação dessa multa na hipótese de rescisão contratual por atraso no pagamento do salário do atleta (no todo ou em parte, por período igual ou superior a três meses) o que não ocorreu no caso em discussão

    A situação em análise trata de uma rescisão contratual feita pelo Clube do Remo, de forma antecipada e sem justo motivo, com o jogador de futebol De qualquer modo, observou a ministra, o atleta pretendia receber a multa da CLT, mesmo o TRT8 tendo concedido a indenização prevista no artigo 28, § 3º, da Lei Pelé para as hipóteses de descumprimento, rompimento ou rescisão contratual O problema, afirmou a ministra, é que a jurisprudência do TST considera que essa indenização é devida apenas pelo atleta ao empregador, como forma de compensação pelos investimentos feitos pela entidade desportiva no profissional que rescinde o contrato

    Para a ministra, portanto, o clube não podia ser condenado, de forma cumulativa, ao pagamento da indenização prevista no artigo 28, § 3º, da Lei Pelé (indevidamente deferida pelo TRT) e da multa prevista no artigo 479 da CLT, como requereu o atleta Do contrário, haveria desrespeito ao princípio jurídico que veda o enriquecimento ilícito da parte (RR-110900-6320065080011)

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/jogador-de-futebol-nao-pode-receber-dupla-indenizacao/2345335

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