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9 de Maio de 2024
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    KPMG anuncia compra da operação brasileira da BDO

    há 13 anos

    Denise Carvalho | De São Paulo

    A KPMG, uma das quatro maiores firmas de contabilidade do mundo, comprou a operação brasileira da BDO depois de quase oito meses de negociações. Os valores da venda não foram revelados, mas pessoas próximas das duas empresas estimam o negócio em mais de R$ 150 milhões.

    Juntas, KPMG e BDO somam faturamento de R$ 655 milhões, com cerca de 4.200 clientes. O volume de R$ 538 milhões foi o faturamento da KPMG apurado no ano fiscal encerrado em dezembro de 2010. BDO faturou R$ 117 milhões no exercício finalizado em dezembro do ano passado.

    O movimento da KPMG é interpretado no mercado como uma reação ao avanço da rival Ernst & Young, que comprou a operação de Terco Grant Thornton em agosto do ano passado.

    Com a aquisição da Terco, a Ernst & Young assumiu a terceira posição no ranking das firmas de contabilidade do Brasil e empurrou a KPMG para o quarto lugar.

    O executivo Pedro Melo, presidente da KPMG e que continuará no comando da empresa, diz que a aquisição é uma estratégia para atender as demandas das empresas de médio e grande porte.

    "O Brasil tem espaço para todo mundo. O que olhamos é a somatória de dois times de executivos para atender um mercado que demanda conhecimento", diz ele.

    O executivo Jorge Luiz Menegassi, presidente da Ernst & Young Terco, avalia que foi acertada a estratégia da KPMG. "É um passo correto. Há uma guerra por talentos e é muito importante conseguir bons profissionais", afirma.

    Apesar da aquisição da BDO, a KPMG não deve recuperar a posição no ranking brasileiro. O faturamento da Ernst & Young Terco deve ficar próximo de R$ 700 milhões em 2010, se a estimativa de crescimento de 25% a 30% da empresa se confirmar no ano.

    A PricewaterhouseCoopers é a líder, seguida pela Deloitte, que faturaram, respectivamente, US$ 500 milhões (R$ 900 milhões, com dólar médio em 12 meses até junho de 2010) e R$ 738 milhões.

    As comparações são feitas com base em números divulgados pelas empresas. Nenhuma delas divulga balanços auditados.

    A transação encabeçada pela KPMG deve ser analisada no Cade (Conselho Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que regula a concorrência no Brasil.

    A concentração das maiores empresas do setor é significativa. Antes das operações de compra realizadas pela Ernst & Young e KPMG, as quatro maiores firmas de contabilidade do país ficaram com 96% de toda a receita paga pelas 200 maiores contas entre as companhias abertas, em 2009.

    Contabilizadas as aquisições, a concentração sobe para 99,9%, na mesma base de comparação.

    A operação da KPMG adiou os planos da BDO International de se tornar uma firma de presença mais relevante no Brasil. Instalada no país há cerca de 30 anos, a BDO International apostou numa parceria com o empresário Toninho Marmo Trevisan em 2004, criando a BDO Trevisan. O empresário vendeu sua parte em 2006 para os demais sócios, que, agora, não resistiram à oferta da KPMG.

    O presidente da BDO International, Jeremy Newman, declarou seu desapontamento ontem, quando revelou a notícia no site da empresa. "A BDO não é a primeira companhia a sofrer com as ações de grandes concorrentes, que utilizam sua posição financeira dominante para ampliar participação no mercado", diz ele. "A BDO manifestará sua objeção a este cenário junto às autoridades brasileiras competentes."

    O novo parceiro da BDO no país RCS Auditores, fundada por Raul Corrêa da Silva, em 2001. A nova operação começa bem menor do que a anterior: faturamento de R$ 30 milhões e cerca de 650 clientes. Segundo Silva, a operação deve dobrar de tamanho até 2013. (Colaborou Fernando Torres)


    Grant Thornton tenta retomar clientes
     
    Fernando Torres | De São Paulo

    A Grant Thornton, sexta maior rede global de auditoria e concorrente direta da BDO no segundo time, tem obtido resultados positivos nos últimos meses, segundo Laércio Soto, sócio da responsável por auditoria no Brasil.

    Em meados de 2010, a Grant Thornton passou pelo mesmo problema que a rival, ao ver sua base brasileira se esvaziar depois da venda da então parceria Terco para a Ernst & Young.

    Depois de ter se associado em agosto de 2010 com a Pryor, focada principalmente em terceirização de contabilidade, Soto conta que a empresa teve que criar uma divisão de auditoria praticamente do zero, que já conta hoje com 120 profissionais e 132 clientes.

    A maior parte dos auditores e da clientela, segundo Soto, é oriunda da antiga Terco. Eles não quiseram permanecer na Ernst & Young após a fusão.

    A informação não é confirmada pela rival. "Pela nossas contas, perdemos 39 pessoas para a Grant Thornton. E para dar uma dimensão, desde a fusão contratamos 600 profissionais com experiência, além de 600 trainees", afirma Jorge Luiz Menegassi, presidente da Ernst Young Terco, que destaca que o negócio anunciado ontem divide o mercado de auditoria entre as grandes e pequenas firmas.

    Na semana passada, a incorporadora imobiliária carioca CR2 Empreendimentos, de capital aberto, informou que trocou a EY pela Grant Thornton. Segundo Soto, a estimativa é terminar 2011 com 15 companhias abertas como clientes.

    A expectativa da Grant Thornton é fechar este ano com faturamento de R$ 90 milhões, sendo de R$ 55 milhões a R$ 60 milhões com terceirização de serviços e de R$ 30 a R$ 35 milhões com a divisão de auditoria.

     
    Fonte: Valor Econômico

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