Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
2 de Maio de 2024

Ministério Público apura retirada de areia do Rio Jaguaribe

Publicado por Carolina Salles
há 11 anos

O rio Jaguaribe, que passa por vários bairros de João Pessoa, pode estar sendo vítima de mais uma agressão ambiental. Por meio de um inquérito, o Ministério Público Estadual (MPPB) investiga uma empresa que está retirando areia às margens do leito do rio e de toda a área onde estão localizadas as 'Três Lagoas', no trecho da BR-101, entre os bairros do Esplanada e Distrito Industrial.

As investigações sobre o crime começaram no dia 9 deste mês e, segundo o MPPB, a empresa que estaria cometendo o crime ambiental não tem o licenciamento para realizar a extração mineral. “A empresa dizia que tinha o licenciamento ambiental, mas foi constatado o contrário e ela estaria extraindo mais do que deveria. Quem nos trouxe a denúncia foi a própria Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Sudema)”, explicou a promotora responsável pelo caso, Maria Edlígia Chaves.

A representante do MP não especificou em que horário o crime era praticado, mas adiantou que a prática irregular ocorre pelo menos há 3 anos e a principal área afetada é o leito do rio Jaguaribe. “O problema ocorre em todo o tabuleiro das Três Lagoas. Mas, a extração da areia no leito do rio é o mais preocupante e agrava a degradação ambiental na área”, completa.

Ainda segundo Edlígia Chaves, a empresa suspeita de cometer o crime ambiental é reincidente e foi notificada pelo mesmo crime em 2010, durante uma fiscalização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e também no ano seguinte pelo mesmo órgão. “O problema de extração de areia naquela área é antigo. Depois dessa autuação, em 2010, foram realizadas novas fiscalizações pelo Ibama e houve outras autuações. Mas, infelizmente, nada foi feito”.

Embora tenha confirmado a denúncia do MPPB, a gestora da Sudema, Laura Farias, não quis dar mais informações. Já a assessoria de comunicação da Secretaria do Meio Ambiente de João Pessoa (Semam) informou que a pasta ainda não foi comunicada oficialmente pelo Ministério Público, mas que vai averiguar o caso e tomar as providências cabíveis.

Também por meio de assessoria, o Ibama informou que as fiscalizações passadas e autuação podem ter sido feitas em caráter suplementar, a pedido do governo do Estado ou MP. De acordo com a promotora Edlígia Chaves, uma reunião com os órgãos ambientais do Estado e do poder municipal da capital, Bayeux e Santa Rita, na Região Metropolitana, será realizada terça-feira, na promotoria do Meio Ambiente da capital.

Ao acionar os órgãos públicos, o MP também vai requerer que a empresa investigada recupere toda a área degradada, além do pagamento da multa.

Consequências

Além de não ter a licença para atuar com extração mineral na área das 'Três Lagoas', a empresa supostamente responsável pela atividade irregular pode contribuir para a morte do rio e causar consequências, como o assoreamento.

Para o presidente do Instituto Ambiental Preservar e um dos delegados do Meio Ambiente do Estado, Fernando Yplá, além das fiscalizações, a região que compreende a nascente do rio Jaguaribe deveria ser transformada em Área de Proteção Permanente (APP). Na opinião do ambientalista, além do assoreamento e retirada da vegetação, a nascente sofre também com as recentes edificações construídas no local. “A pior perda é o assoreamento do rio, que atinge todo o ciclo de vida que há no local. Com a extração de areia, o olho d'água do rio pode morrer, nascer a dois metros ou a quilômetros de distância. Por isso, a maior preocupação nesse momento deve ser de proteger a área e, de repente, transformar em uma APP.

Naquela região, têm construções próximas a nascente. Em outros pontos da cidade, o rio Jaguaribe também sofre com construções praticamente dentro do próprio rio”, explicou.

O que diz a lei nº 6.938/81. De acordo com a lei nº 6.938/81, a extração mineral irregular constitui crime ambiental e o responsável pode ser autuado com multas e advertências e ainda ser condenado a detenção no período de seis meses até um ano, conforme o caso. As licenças ambientais para as atividades deste porte são concedidas pelos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SisNama), segundo a lei nº 6.938/81.

Fonte: http://www.pbagora.com.br

  • Sobre o autorDireito Ambiental
  • Publicações2621
  • Seguidores3785
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações165
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/ministerio-publico-apura-retirada-de-areia-do-rio-jaguaribe/112032699

Informações relacionadas

Carolina Salles, Advogado
Notíciashá 10 anos

Mata ciliar do Rio Jaguaribe sofre com avanço de degradação

Situação do rio Jaguaribe em Limoeiro do Norte será discutida em audiência

0 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)