Ministro da Justiça diz que Brasil não pode mudar maioridade penal
Karine Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (15) que qualquer tentativa de alteração da maioridade penal é inconstitucional. Segundo ele, esta é uma cláusula pétrea da Constituição e, portanto, não pode ser alterada.
Mesmo que a questão jurídica fosse superada, você colocar um adolescente preso com adultos só vai agravar o problema. Só vai servir para organizações criminosas captarem gente, disse. Como alternativa, o ministro defendeu a discussão de outras medidas como, por exemplo, o agravamento da pena para quem usar menores em ações criminosas.
Durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado,o ministro fez críticas ao sistema penitenciário. As condições do sistema prisional brasileiro são péssimas. As organizações criminosas nascem dentro dos presídios, disse. O ministro defendeu a aplicação de penas alternativas para crimes menores. O modelo atual não só não recupera como deixa a pessoa pronta para praticar delitos ainda maiores.
As cláusulas pétreas são limitações ao poder de reforma da Constituição. No caso brasileiro, o Artigo 60 diz que A Constituição poderá ser emendada mediante proposta, mas não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais.
Edição: Beto Coura
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3 Comentários
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Diminuir a maioridade penal não vai mudar em nada no cenário de criminalidade brasileiro! Só vai ofertar "diploma" aos criminosos encarcerados mais cedo! continuar lendo
Pois eu acredito que se a maioridade caísse para 16 anos, aumentando as penas para quem aliciasse menores de 16 e, por outro lado, houvesse uma sistema carcerário digno, as coisas melhorariam consideravelmente. O que não pode é continuarmos nesta INÉRCIA que vivemos por todos setores estatais que são responsáveis pela segurança neste país deixando a população a mercê desses meliantes cada vez mais cruéis e insensíveis à vida humana! continuar lendo