Motorista que venceu ação trabalhista contra Uber vai recorrer da decisão
Rodrigo Leonardo Ferreira também quer indenização por danos morais. A Justiça em Minas reconheceu o vínculo empregatícia entre o motorista e a Uber.
Por Thais Pimentel, G1 MG, Belo Horizonte
18/02/2017 06h00 Atualizado 15/03/2017 11h06
Rodrigo Leonardo Ferreira vai recorrer de ação trabalhista para tentar conseguir indenização por danos morais contra a Uber (Foto: (Foto: Rodrigo Leonardo Silva Ferreira/Arquivo pessoal) )
Rodrigo Leonardo Silva Ferreira, de 39 anos, motorista que venceu ação em 1ª instância contra a Uber na 33ª Vara do Trabalho, em Belo Horizonte (MG), nesta semana ainda pretende recorrer. “Eu ainda quero indenização por danos morais”, disse ele.
O juiz Márcio Toledo Gonçalves reconheceu o vínculo empregatício entre Rodrigo e a Uber. A empresa alternativa de transportes terá de pagar benefícios trabalhistas referentes ao período em que o trabalhador esteve ligado a ela, além de outros encargos como verbas rescisórias e o gasto com combustível, balas e água.
Em 16 anos de profissão, o mineiro dedicou onze meses à Uber em 2015. “Eu era o cara da Uber em Belo Horizonte”, disse Rodrigo. “Era um dos maiores entusiastas do aplicativo. Cheguei a representar os motoristas em uma audiência na Câmara Municipal para denunciar violência de taxistas. Isso porque fui convidado pela Uber a participar”, contou.
O desligamento aconteceu em novembro daquele ano. “Não me deram nenhuma explicação. Eu ainda busquei a Uber por quatro meses. Queria voltar a trabalhar com ela. Me senti humilhado. Tive vergonha. A empresa me descartou igual a um papel usado”, contou. Casado e com dois filhos pequenos, Rodrigo disse que passou o fim de ano com apenas R$ 358. “Não sabia como iria sustentar minha família”.
Um mês antes de ter sido excluído, Rodrigo ajudou a fundar a Associação dos Prestadores de Serviço que Utilizam Plataforma Web e Aplicativos de Economia Compartilhada (Appec). O objetivo era reivindicar benefícios para os trabalhadores, principalmente para os motoristas que usam aplicativos. “Eu representava os meus colegas na hora de apelar para a Uber por um plano de saúde, um desconto em combustível. Ela não se manifesta. A Uber nunca se manifesta. ‘Que a outra parte se comprometa’, é assim que ela pensa”.
Rodrigo acredita que a criação da Appec tenha influenciado na decisão da empresa em desligá-lo. “Eu tenho certeza disso. Eles não me deram nenhuma explicação”. O motorista entrou com um ação cível por danos morais por causa da exclusão. “Mas por causa da morosidade, meu advogado achou que devíamos entrar com uma ação trabalhista, mais rápida”. Segundo Rodrigo, na primeira audiência a Uber disse que um áudio, supostamente gravado por Rodrigo, teria sido a causa do desligamento.
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