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17 de Junho de 2024
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    Negado livramento condicional a condenado por crime de roubo por seis vezes

    Publicado por Correio Forense
    há 15 anos

    É possível condicionar o deferimento dos benefícios da progressão de regime e do livramento condicional à prévia realização de exame criminológico, desde que a sua exigência seja devidamente fundamentada. A consideração foi feita pela ministra Laurita Vaz, ao negar pedido de habeas corpus a Reginaldo Aparecido Bolani, de São Paulo, condenado a 28 anos, 10 meses e 19 dias de reclusão em regime fechado, pela prática de vários roubos majorados.

    Após a condenação, a defesa pediu o livramento condicional ao juízo das execuções. O pedido foi deferido em 11 de julho de 2006. O Ministério Público de São Paulo, no entanto, interpôs agravo em execução, afirmando que o condenado não preenchia os requisitos para o benefício.

    O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) deu provimento ao agravo em 10/6/2008, para cassar a decisão concessiva do benefício, por entender não atendido o requisito subjetivo em face da necessidade da realização de exame criminológico. Consequentemente, determinou o retorno do sentenciado ao regime prisional intermediário.

    No habeas corpus com pedido de liminar dirigido ao STJ, a defesa alegou a ausência de interesse recursal do Ministério Público para interpor o recurso de agravo em execução em face da decisão que deferiu o benefício do livramento condicional. Pediu, então, em liminar e no mérito, que fosse restabelecida a decisão do juízo das execuções concessiva do benefício do livramento condicional ao acusado.

    Segundo o advogado, de acordo com a nova redação do artigo 112 da Lei de Execução Penal, alterada pela Lei n. 10.792/2003, o exame criminológico é prescindível para a satisfação do requisito subjetivo referente aos benefícios da execução penal, bastando, para tanto, o atestado de bom comportamento carcerário. A ministra Laurita Vaz, relatora do caso, indeferiu a liminar.

    Ao julgar, agora, o mérito, a Quinta Turma, por unanimidade, indeferiu o pedido, confirmando a negativa de liminar, destacando que benefícios como o livramento condicional e a progressão de regime somente serão concedidos ao condenado que preencher, cumulativamente, os requisitos estabelecidos no artigo 112 da Lei de Execução Penal.

    “Embora a nova redação do artigo 112 da Lei de Execução Penal não mais exija, de plano, a realização de exame criminológico, cabe ao magistrado verificar o atendimento dos requisitos subjetivos à luz do caso concreto”, afirmou a relatora.

    A ministra ressaltou que o juiz pode sim determinar a realização do aludido exame, se entender necessário, ou mesmo negar o benefício, desde que o faça fundamentadamente, quando as peculiaridades da causa assim o recomendarem, atendendo-se ao princípio da individualização da pena, prevista no artigo , inciso XLVI, da Constituição Federal.

    Para Laurita Vaz, o benefício foi indeferido fundamentadamente, em face da periculosidade do agente. “Personalidade seria voltada para a reiterada prática de crimes (condenado por seis vezes pela prática de roubos majorados), recomendando uma análise mais aprofundada do mérito do sentenciado, mediante a realização de exame criminológico”, concluiu a ministra.

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