O estranho caso da empresa suspeita de ser fantasma que processa Cabo Daciolo
Candidato é investigado por ter destinado R$ 227.514 de verba pública para grupo, que alega não ter recebido R$ 45 mil
Nos primeiros meses de 2015, o deputado federal e hoje candidato à Presidência da República Cabo Daciolo (Patriota) contratou uma empresa por R$ 10 mil, pagos mensalmente com a cota parlamentar, para prestar serviços de TI.
A empresa, segundo a Assessoria de Pesquisa do Ministério Público Federal (MPF), aparenta funcionar numa rua residencial, não empregou ninguém de 2009 a 2016 e não possui automóveis em seu nome. Ainda assim, Daciolo destinou R$ 227.514,02 da cota parlamentar para a empresa Swell Home Office Consultoria em Informação e Tecnologia Ltda.
O caso é tão estranho que Cabo Daciolo (Patriota) passou a ser investigado desde dezembro do ano passado num inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura um possível crime de peculato.
Para a Procuradora-Geral da República (PGR) Raquel Dodge, há “indícios típicos de empresa criada com a única finalidade de desvio de verbas públicas”. A companhia, contratada por Daciolo para supostamente prestar consultoria em informática, é de propriedade da esposa do sargento Cláudio Vinícius, membro do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e até então amigo do deputado.
O que era um caso estranho fica “estranhíssimo”, como definiu o juiz Mario Cunha Olinto Filho. A empresa suspeita de ser fantasma acionou a Justiça fluminense para cobrar de Daciolo R$ 45 mil dos R$ 227.514 de verbas de gabinete que teriam sido destinados a ela. O restante já teria sido pago.
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