Projeto ensina sobre bem-estar e posse responsável nas escolas
Diminuir o número de animais nas ruas é um objetivos da iniciativa
Sabia que causar maus-tratos aos animais é crime? Maltratar é causar sofrimento desnecessário. A partir do momento que a pessoa adota um bichinho, ela se torna responsável por ele. E um animal, seja cachorro ou gato, por exemplo, precisa muito mais que de ração e água limpinha, mas de banhos e vacinas para não adoecer, abrigo para proteger da chuva e do sol, e claro, de muito carinho para ser feliz e dócil. Tudo isso é lei. Para conscientizar sobre o assunto, a Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB/Sorocaba desenvolveu um projeto educacional que deve chegar a todas as escolas municipais de Sorocaba, por meio da palestra "Educação Ambiental Urbana". O projeto teve início no Instituto Humberto de Campos, com crianças da Escola Estadual Humberto de Campos, no Jardim Zulmira. Além de aprenderem tudo sobre bem-estar animal e posse responsável, os cerca de 300 alunos que acompanharam a primeira palestra da comissão ganharam brindes e se divertiram com o Magnus, um cão adestrado de 2 anos da raça Bernese Mountain Dog. A iniciativa tem a intenção de, através da conscientização das pessoas, reduzir cada vez mais o índice de abandono e de maus-tratos aos animais domésticos na cidade.
Responsabilidade e abandono
A aluna Carla Cordeiro Duarte, de 6 anos, conta que em sua casa todos cuidam da Pérola, a cachorra que é o animal de estimação da família. "A gente não dá só água e ração pra ela. A gente dá muito carinho e brinca", explicou. O Murilo Caldeira, 5, e seu irmão, Diego Caldeira, 12, têm um cão em casa. "É uma pit bull, a Cher. Ela é boazinha, mas a gente não deixa sair porque pode morder alguém", contou Diego. Murilo comentou que não deixa faltar água e ração para a Cher. Diego lamenta que as pessoas abandonem tantos animais pelas ruas. "Dá dó porque passam fome e frio." Os irmãos também não esconderam a admiração pelo Magnus, e fizeram questão de serem fotografados com o animal.
Embora tenha em casa somente um passarinho, a Poliana Vitória da Silva Félix Barbosa, 7, percebe a importância de cuidar dos animais. "É um casal de periquito que a gente tem. Às vezes eu solto no chão, mas fecho para não fugirem. Também não deixo de colocar água e ração." Camile Proença, 11, disse que teve somente um cão, o Bob. Na verdade, o animal pertencia à empresa em que seu irmão trabalha. Há alguns anos o Bob foi levado por seu tio, pois era bravo e poderia cuidar da sua casa. "Hoje não temos nenhum bicho em casa. Acho que não gostaria de pegar outro porque minha mãe é alérgica. Mas é triste ver tanto animal abandonado e sofrendo nas ruas. Isso tem que acabar."
Maus-tratos é mais que bater
O veterinário Murilo Melo Justi explicou que a posse responsável de um cachorro, por exemplo, envolve passear com ele, mas "nunca" sem coleira e guia, pois nesse caso o animal pode fugir. E os atropelamentos são as ocorrências mais comuns, inclusive com o risco de morte. Isso porque dificilmente o cão sobrevive, ou então ele pode ficar com sequelas, inclusive com a perda de algum membro (patas e pernas). Por isso é preciso manter fechado o portão de casa para evitar fugas. Outro alerta diz respeito à infestação de carrapatos e pulgas. É preciso dar banhos periódicos e aplicar produtos específicos, ensinou o veterinário. "Por isso explicamos que maus-tratos é mais que bater. Você gostaria de tomar água ou comer só uma vez por dia? É só refletir sobre isso."
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