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7 de Maio de 2024

Roubo, agora, é "golpe"

Dilma diz a jornais estrangeiros que há um "golpe" em curso no Brasil.

Publicado por Adao Rocha
há 8 anos

Roubo agora golpe

A presidente Dilma Rousseff concedeu nesta quinta-feira (24) entrevista de duas horas à imprensa estrangeira, na qual denunciou "golpe" em curso no Brasil. A ação faz parte da tentativa de buscar apoio internacional contra seu afastamento.

Dilma avalia que seu processo de impeachment tem "vácuo de fundamentos legais". De acordo com o "The Guardian", ela denunciou o que entende por "métodos fascistas" usados por parte de seus oponentes políticos. "Nunca vimos tanta intolerância no Brasil", lamentou a presidente. "Não estou comparando o golpe de agora com o golpe dos militares [de 1964], mas de todo modo poderá quebrar a ordem democrática do país. E isso terá consequência. Talvez não imediatamente, mas será uma cicatriz na vida política nacional", prosseguiu.

Na sequência, informa o "The New York Times", a mandatária atacou Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que o presidente da Câmara dos Deputados pôs a votação de afastamento em pauta para encobrir seus próprios problemas com a Justiça. E acrescentou: "por que eles querem que eu renuncie? Pensam que sou uma mulher fraca? Não sou" , argumentou. "Querem evitar a dificuldade de retirar, ilegalmente e criminosamente, a legitimidade de uma presidente eleita".

Dilma voltou a afirmar que não pedirá renúncia e prometeu "brigar com todas as armas legais", se o Congresso votar a favor do impeachment. "Não vou dizer que é agradável ser vaiada [em protestos], mas não sou uma pessoa depressiva. Durmo bem à noite".

Rousseff também defendeu a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para ministro chefe da Casa Civil, ao ressaltar que o talento do ex-presidente para a negociação política é fundamental para o momento de crise, e rechaçou o argumento de que Lula estaria buscando amparo legal com foro privilegiado. "Estando no governo, ele responderia à maior Corte do país [Superior Tribunal Federal]. O STF não é bom o suficiente para julga-lo?".

Os jornais convidados foram "Le Monde" (França), "The Guardian" (Reino Unido), "The New York Times" (EUA), "El País" (Espanha), "Página 12" (Argentina) e "Die Zeit" (Alemanha).

Vale lembrar que alguns destes veículos já se manifestaram sobre a crise política do Brasil. Em editorial, o "The Guardian" sugeriu como saída positiva a renúncia da presidente, e o "The New York Times" classificou como "ridícula" a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva à Casa Civil.

Ao longo da última semana, líderes de outros países, especialmente os latino-americanos, posicionaram-se a favor da continuidade do mandado de Dilma. Evo Morales afirmou, em ato público, que "a direita no Brasil quer voltar, mediante um golpe do Congresso e um golpe judicial, para castigar o Partido dos Trabalhadores, o partido do companheiro Lula, para derrubar e processar a companheira Dilma".

Rafael Corrêa, chefe de Estado do Equador, seguiu a mesma linha: "Já não se precisa mais de ditaduras militares, de juízes submissos, de uma imprensa corrupta, que inclusive se atreve a publicar conversas privadas, o que é absolutamente ilegal", disse, em entrevista à TV estatal do país. Tom parecido com o adotado por Nicolás Maduro, presidente da Venezuela: "Há golpe de estado midiático e judicial contra Dilma Rousseff e Lula, líder da nossa América", avaliou, em discurso no Palácio de Miraflores, em Caracas.

Já Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, durante visita à Argentina, na última quarta-feira, preferiu não emitir opiniões sobre a crise política brasileira, e limitou-se a dizer que "o Brasil é um país grande, é amigo dos nossos países. A boa notícia é que a democracia brasileira está madura, as leis e as instituições são fortes o suficiente para que isso seja resolvido de maneira que o Brasil prospere e seja o líder mundial que é".

Dilma adotou postura combativa recentemente. Na terça-feira (22), disse em Brasilia que não renunciará ao cargo e que o processo de impeachment em curso no Congresso é uma tentativa de golpe, porque não foi cometido crime de responsabilidade. "Não cabem meias palavras. O que está em curso é um golpe contra a democracia. Eu jamais renunciarei."

A mandatária disse que a tentativa de derrubá-la é tramada nos "porões da baixa política". "Eu preferia não viver esse momento, mas que fique claro que me sobram energia, disposição e respeito à democracia para enfrentar a conjuração que ameaça a estabilidade democrática do país."

As afirmações foram feitas em discurso no Palácio do Planalto, em Brasília, durante encontro com juristas que criticaram o processo de impeachment e a divulgação de gravações telefônicas da presidente interceptadas pela operação Lava Jato.

Ainda nesta semana, os ministros Jaques Wagner (Gabinete da Presidência) e José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) utilizaram o mesmo expediente. À mídia internacional, Wagner disse que um possível impeachment acirrará a crise econômica, e não a contornará.

Fonte: Uol

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/roubo-agora-e-golpe/316921982

93 Comentários

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Começando pelo começo:

Equador, Venezuela e Bolívia se deliciam no dinheiro brasileiro, além de ostentarem suas pseudo-ditaduras populistas bolivarianas ... ou seja, estão defendendo o prato em que comem.

Na frase "porões da baixa política", pudemos presenciar a fala de Lula ao se manifestar sobre o Congresso e o STF, estando enfurecido por não lavarem uns as mãos dos outros. Além da jogada da Dilma de tentar nomear o Lula para fugir do Moro.

Falam em golpe mas saqueiam os cofres da Petrobrás. Falam em direitos, mas não respeitam nenhum.

Só o que resta a ela é falar aos militantes, aos sindicalistas e movimentos sociais financiados e aos que pouco tem compreensão do que seja esta crise política. Eis o por quê de não se investir em educação fundamental e média.

Agora, segundo o dono do circo, Moro é o culpado pela crise e falta de dinheiro do Brasil ... provavelmente foi ele quem criou os 39 ministérios e rateia os cargos, os comissionados ... continuar lendo

Perfeito!!! continuar lendo

Concordo em gênero número e grau.Assino em baixo. continuar lendo

Comentários com precisão cirurgica. Resumui tudo.
STF cumpra seu papel com maestria.
cadeia é pouco para lula , dilma, mercadante e cardoso....entre outros. continuar lendo

Muito bem posicionado, feliz comentário sobre o fascismo, ditatoriais golpistas, Esse governo vem se perpetuando, e sutilmente pintando a cara dos brasileiros de palhaços. Achando que sempre tera pizza.... Digo-lhes é impeachment.
Não existe "golpe".... Existe grito popular dizendo o poder emana do povo.
e esse povo foi passivo diante de tanto.
Agora chega né? continuar lendo

Claro e preciso!!! continuar lendo

Corretíssimas observações. continuar lendo

Caro Armpit Lover:
Só discordo de uma coisa: Equador, Venezuela e Bolívia, em meu modesto entender, NÃO SÃO pseudo-ditaduras populistas. São ditaduras disfarçadas de Democracia. Nada mais há de "pseudo" nelas.
No mais, assino embaixo. continuar lendo

José Francisco Albarran,

foi só pra ser um pouco bonzinho kkkkkk continuar lendo

Dilma diz que não se pode retirar do governo alguém que foi eleito democraticamente. Ou seja, uma vez eleito um governante, a população não tem o direito de fazer mais nada.
A grosso modo, a nossa presidente disse: "Dane-se se o povo está insatisfeito, dane-se se os políticos não alcançam nenhuma expectativa. Uma vez eleitos, a população tem que aceitar! Foi a escolha deles".

Bom, pra mim isso não é Democracia.

Os brasileiros deviam acompanhar a Política com o mesmo entusiasmo com que acompanham o futebol. Se o técnico do seu time não está cooperando para a evolução da equipe é rapidamente substituído, não é mesmo?

Os Políticos sequer têm o respeito do povo. Por que continuam ali então? Não deveriam trabalhar para nós?

"Governo do povo". Não mesmo. continuar lendo

Não sei por que ela imagina que se eleger usando dinheiro roubado da Petrobrás possa ser considerado democrático. continuar lendo

Tucanos, não vai ter golpe! continuar lendo

Parafraseando a nossa ex prefeita,Relaxa e goza! continuar lendo

Eu chamaria de chute no traseiro Edilson continuar lendo

Concordo com seu comentário e acrescento ainda que desde da ditadura, fizeram um estudo do comportamento do Brasileiro em sua grande maioria não estuda a política e nem acompanha seus candidatos no pleito e isto é fato comprovado.Novela, futebol, reality show, BBBosta e Fazenda tem muito mais importância do que assistir TV Câmara, Tv Senado e internet. Como somos massa de manobra, qualquer notícia sobre este ou aquele político corrupto cai facilmente no esquecimento ou arquivamento.O poder da mídia é avassalador. continuar lendo

Gostaria,só para me esclarecer um pouco:
De qual "POVO" estais falando?
Ou ainda:Qual "POVO" lhe deu autoridade para que fale em seu nome?
Ou ainda: Candidataste a algum cargo, como por exemplo,porta-voz desse tal"POVO" que tu preconizas falar em nome?
Ou ainda: Esse "POVO" resume-se a quantas cabeças?
Por que das questões:
A única pessoa que autorizei a AGIR E FALAR em meu nome foi uma senhora chamada DILMA! E,pelo que consta em meus documentos sou brasileiro nato, mas não faço parte desse "POVO" que o autorizou (se é que houve autorização) a representá-lo em seja lá o que for. Não me lembro de ver os nomes de nenhum dos comentaristas em nenhuma lista de votação para que tal autorização fosse legitimada!
Agora, quanto a questão do golpe,há ainda hoje alemães que,apesar das milhares de ossadas,afirmam não ter acontecido o holocausto! A história julgará! continuar lendo

Reneis Silva,
Falo tão somente em meu próprio nome.
Estou apenas manifestando a minha opinião.
E minha opinião é a de que a maioria dos brasileiros está insatisfeita (as 3,6 milhões de pessoas[segundo a PM] que se manifestaram contra o governo no dia 13 apresentam indícios dessa insatisfação). Acredito também que, quando um governante não atende aos anseios da população, não há motivos para ele continuar governando. continuar lendo

A Dilma disse: ""Nunca vimos tanta intolerância no Brasil". De fato, nunca vimos tanta intolerância contra a corrupção, contra as falcatruas e os acobertamentos do governo. A Dilma se ressente dessa" intolerância ", obviamente porque agora o PT já não poderá mais roubar em paz. continuar lendo

Dilma Rousseff se mostrou completamente desequilibrada ao convocar a imprensa internacional para dizer que há um golpe em curso contra ela - como se não tivesse direito ao contraditório e à mais ampla defesa. É incrível como uma pessoa pode ser tão incapaz de reconhecer seus erros, sua falta de caráter e o fato de que já passou a hora de jogar a toalha. Começou a vida assaltando bancos, continua a vida asssaltando a nação de várias formas e tenta se safar aparelhando o Estado. Deve ser devidamente deposta. Dilma está morta e pútrida. Precisa ser enterrada e este capítulo triste da história brasileira precisa urgentemente ser encerrado. continuar lendo

Ella considera os jornalistas estrangeiros uns rebaixados mentais! Acorda presidAnta.

Eu, particularmente, acho que ella já esta mostrando um certo desequilibrio emocional. Ella esta à beira de um ataque de nervos! continuar lendo

Infelizmente, o PT NÃO VAI LARGAR o poder, assim tão facilmente!Quando a palavra GOLPE, não puder mais ser usada, por eles, por estar desgastada, vão nos AMEAÇAR com o Apocalipse, se a cúpula da PETRALHADA for apeada do Planalto. continuar lendo