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8 de Maio de 2024

'Só por ser negro, confundiram-me com ladrão', diz policial do ES

Publicado originalmente G1 Espírito Santo

há 10 anos

Publicado por Fábio Linhares

S por ser negro confundiram-me com ladro diz policial do ES

“Só porque sou negro e ando às vezes de chinelo, confundiram-me com ladrão”, foi o que disse, chorando, o cabo da Polícia Militar e estudante de direito, Edson Rosa. Após comprar duas garrafas de vinho em um hipermercado na avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória, na noite desta terça-feira (18), os seguranças do estabelecimento ordenaram que o militar tirasse a roupa para ser revistado. Com o comprovante de pagamento dos produtos em mãos, Edson Rosa chamou a polícia e os envolvidos foram para o Departamento de Polícia Judiciária de capital do Espírito Santo. O Hipermercado OK não quis falar sobre o assunto.

Edson é cabo da Polícia Militar, há 21 anos, além de ser estudante de direito. Na folga do trabalho, de chinelo, bermuda e camiseta ele entrou no hipermercado para comprar duas garrafas de vinho para passar a noite na casa da namorada, mas acabou no DPJ de Vitória.

"Mandou eu tirar a roupa e me fez despir dentro do banheiro, uma coisa muito constrangedora" - Cabo da PM, Edson Rosa.

As garrafas estavam dentro da sacola do supermercado, com nota fiscal do produto pago no valor de R$ 75, mas segundo o militar, a suspeita dos seguranças era de que ele teria furtado a mercadoria do estabelecimento.

De acordo com o cabo, depois de pagar pelas garrafas de vinho, ele foi ao banheiro. Os seguranças foram atrás, o abordaram e pediram que ele tirasse a roupa durante uma revista. “Perguntaram-me: o senhor pagou esse vinho? Eu disse que sim e que tinha a nota. Mandou eu tirar a roupa e me fez despir dentro do banheiro, uma coisa muito constrangedora. É uma situação difícil, eu queria morrer a passar por isso. Sempre trabalhei e estudei. É como se eu tivesse tomado uma punhalada nas costas”, detalhou Edson.

S por ser negro confundiram-me com ladro diz policial do ES

Ele acredita que passou por essa situação por ser negro e pela forma como estava vestido. “É o preconceito racial e social que cresce num país democrático de direito que a gente sofre diuturnamente”, desabafou o cabo.

A Associação de Cabos e Soldados informou que vai entrar na Justiça com pedido de punição para o supermercado e seguranças. “As pessoas têm que parar de julgar os outros pela aparência, têm que aprender um pouco mais a respeitar o ser humano, independente da cor da pelé ou roupa que ele está usando. Se alguém chega lá de terno e gravata, é tratado de uma forma, se chega com camiseta e uma sandalinha, é tratado de outra. Acho que é o momento de refletir sobre isso, respeitar as pessoas independente da sua aparência, condição social ou cor da pelé”, disse o presidente da associação Flávio Gava.

S por ser negro confundiram-me com ladro diz policial do ES

Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/02/so-por-ser-negro-me-confundiram-com-ladrao-diz-policial-do-es.html

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45 Comentários

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Lamentável! Infelizmente, o retrocesso de valores, está cada vez mais presente. Como alegava Voltaire, "O preconceito é uma opinião não submetida à razão". continuar lendo

O que os seguranças fizeram é abominável, sem mais comentários, infelizmente agora é só com a lei. Agora, o que o Cb PM Edson Rosa não fez é absurdo. A autoridade ali era ele. Deveria se recusar a se despir, e em seguida acionar uma viatura da Polícia. Com 21 anos de polícia, além de cursar direito, é incompreensível essa omissão. O que é pior, passou aos prantos para todo Brasil uma imagem frágil da Polícia Militar do seu estado. Se nós cidadãos comuns não podemos fazer justiça com as próprias mãos, quem vai fazer, se a polícia na hora senta e chora? continuar lendo

Realmente. Não entendi a atitude do policial que tinha todo direito de exercer sua função naquele momento. continuar lendo

A pessoa fica tão estupefata na hora da afronta, que não consegue reagir da forma adequada. De qualquer forma, o procedimento dos seguranças foi lamentável. Se realmente ele foi discriminado por ser negro, é inacreditável que possa acontecer tamanho desrespeito em um país como nosso, com maioria de pretos e pardos. continuar lendo

Desculpe mas não entendi, se ele estava de folga e sem farda, como poderia ser uma autoridade? Sem nenhum desrespeito aos policiais, mas fora do serviço eles são cidadãos comuns. Seguindo esta lógica do seu comentário um promotor ou juiz leva a autoridade do cargo aonde vai? mesmo de chinelo na beira da praia depois de algumas caipirinhas? Então voltamos ao velho "sabe com que está falando"? continuar lendo

Carlos Dave Cavalcanti, concordo com você, quando diz que o Policial na folga é um cidadão comum, e que, se submete as regras de qualquer estabelecimento privado, porém, diante do abuso e na certeza que não estaria cometendo nenhum delito, poderia, informar para os seguranças que só seria revistado por policiais em serviço, e, claro, na presença dos seguranças, sem a necessidade de se despir. Em relação a velha e conhecida frase "sabe com quem está falando?", ainda vige e é rotineira, infelizmente. continuar lendo

Na Verdade pessoal, ali naquele momento, ele não estava com 'poder de polícia' e sim de um cidadão comum...Ao meu ver, ele portou-se de maneira errada sim, deveria pelo menos se identificar como Policial Militar e se mesmo assim os seguranças insistissem em despir suas vestes, aí sim se negar e chamar a Polícia como no desfecho. continuar lendo

Gente, vamos com calma. Que existe preconceito no Brasil, não se discute. Agora a pessoa é um cabo da PM, tem o recibo da compra dos vinhos e aceita tirar a roupa porque os seguranças do supermercado pediram ? Para tudo e chama a polícia e põe o supermercado para responder pela ação .O texto parece sem lógica, pois se os seguranças tinham suspeita sobre 2 garrafas de vinho, qual o sentido de pedir para o cabo tirar a roupa ? E porque ele tirou ? De qualquer forma espera-se que o episódio seja devidamente investigado e se comprovado, que os autores sejam punidos. Será que serão ? vamos ver injustiça de novo ? tomara que não. continuar lendo

é só ver a quantidade em cadeias,,, continuar lendo

finalmente um comentário sensato de quem reflete sobre o que está lendo e não somente se deixa levar pelo sentimento de coitadismo em que o pm se colocou.

pra mim tá muito mal contada essa história.

No jornal da própria emissora da noticia acima, o supermercado afirmou que o caso não ocorreu e que o supermercado está buscando as imagens para provar.

vamos aguardar a verdade vir a tona. sem pré-julgamentos pessoal. continuar lendo

O estranho nisso tudo é que, na minha concepção, sendo ele cabo da Polícia Militar e mesmo estando à paisana, acho que não deveria ter se deixado manipular como o foi, pois poderia de imediato ter dado voz de prisão nesses 2 seguranças de araque, dado que na situação verificada fica patente o amplo e irracional desacato a uma autoridade, pois certamente ele estaria portando a documentação de militar !!! Já quanto ao preconceito, acreditamos que efetivamente tenha ocorrido mas, perante a nossa justiça... sendo mera suposição... aí que nada se poderá provar !!! continuar lendo