Femicídios no Brasil (aumenta assassinatos das mulheres)
Em 2012, ocorreram 4.719 mortes de mulheres por meios violentos no Brasil, ou seja, 4,7 assassinatos para cada 100 mil mulheres. Entre 1996 e 2012 houve um crescimento de 28%. Na última década com números disponíveis (2002-2012), o crescimento foi de 22.5% no número absoluto de homicídios, vez que em 2002 constatou-se 3.860 mortes e, em 2012, 4.719. Portanto, para esta última década, a média de crescimento anual de homicídios é de 1,93%. Em 2012 foram 393 mortes por mês, 13 por dia, mais de 1 morte a cada duas horas.
A Lei Maria da Penha (de 2006) somente produziu efeito no ano seguinte. Depois, os números só aumentaram. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que a violência doméstica é a principal causa de lesões em mulheres de 15 a 44 anos no mundo. Segundo a senadora Ana Rita, o Brasil é o 7º país que mais mata mulheres no mundo. “Nos últimos 30 anos foram assassinadas 91 mil mulheres, 43 mil só na última década”, afirmou.
7 em cada 10 assassinatos de mulheres são praticados por maridos…
“O lar, doce lar, não é mais seguro: 68,8% dos homicídios ocorrem dentro de casa e são praticados pelos cônjuges [ou namorados ou noivos ou ex-namorados ou ex-noivos ou ex-maridos]”, disse a senadora. Os efeitos de uma cultura patriarcal dominada por homens são tão demolidores que dá a impressão de que existe uma guerra (invisível, porém guerra) de homens contra mulheres. Segundo as Nações Unidas, 70% das mulheres experimentaram alguma forma de violência ao longo de sua vida, sendo uma em cada cinco do tipo sexual. Incrivelmente, as mulheres entre 15 e 44 anos têm mais probabilidade de serem atacadas por seu cônjuge ou violentadas sexualmente do que de sofrerem de câncer ou se envolverem em um acidente de trânsito. Na Espanha e em outros países europeus, quase metade das mulheres vítimas de homicídios tiveram seus cônjuges como algozes, frente a 7% de homens, o que significa que a probabilidade de uma mulher morrer nas mãos do parceiro é seis vezes superior à de um homem com relação à parceira.
Metade das mortes (49%) foram causadas por armas de fogo; outros 34% por objetos perfuro-cortantes.
A região Sudeste é a que demanda o maior número absolutos de mortes violentas entre as mulheres, seguida do Nordeste. Contudo, se analisarmos por grupo de 100 mil habitantes mulheres, teremos:
Centro-Oeste: 6,7
Norte: 6,0
Nordeste: 5,1
Sul: 4,7
Sudeste: 3,84
Em números absolutos, SP vem em 1º lugar (638 mortes), MG (460), Bahia (433), RJ (364) e Paraná (321).
Considerando-se a taxa de mulheres assassinadas por 100 mil habitantes, a medalha de campeão vai para o Espírito Santo (8,9 assassinatos para cada 100 mil). Em seguida vêm: AL (8,1), GO (7,9), RR (7,2), TO (6,9), PB (6,9), AM (6,5), MT (6,4), RO (6,3), MS (6,1), BA (6,0), PR (5,9) etc. Os três Estados menos violentos (nesse item) são SC (3,2), SP (2,9) e PI (2,8).
Outros dados relevantes são os seguintes: 52% das mulheres vítimas de homicídios estão situadas na faixa etária entre 20 e 39 anos.
62% do total dessas vítimas é de cor preta e parda.
29% das mulheres vítimas de homicídios tem escolaridade entre 4 e 7 anos de estudo, outros 20% estiveram na escola entre 8 e 11 anos:
61% das mulheres vítimas de homicídios em 2012 eram solteiras, outras 13% era casadas.
A partir da média do crescimento anual dos femicídios na última década computada (2002-2012) (1,93%), é possível projetar estatisticamente o número de homicídios que ocorrerão no ano de 2014. Utiliza-se a média da última década (2002 – 2012) para o cálculo, ao invés de toda a série histórica (1980 – 2012), por se tratar do período que mais se aproxima da atual realidade socioeconômica.
7 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.
Fiquei um pouco assustado com a desonestidade na análise dos dados referenciados... O crescimento do número absoluto de assassinatos entre 2012 e 2011 foi de 7%... mas 91,6% desse total são homens, sendo as principais vítimas jovens do sexo masculino e negros...
O texto fala em "femicídio"... mas trata de "morte de mulheres" e não de "mulheres mortas por serem mulheres", como define um artigo publicado nesse mesmo canal...
http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/92662/que-se-entende-por-femicidio continuar lendo
São assassinados cerca de 11 vezes mais homens que mulheres. continuar lendo
Sem falar em mortes por acidente de trabalho e suicídio...
Uma famosa citação atribuída a Bertolt Brecht diz: "Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem." continuar lendo
4 719 mortes violentas de mulheres em um país com 56 337 mortes violentas , podemos concluis que as outras 51 618 mortes foram de homens. se a população brasileira é de 205 000 000
https://en.wikipedia.org/wiki/Brazil
e se estimarmo que 50% é masculina ( é menos )
temos 51 618/ 1 025 = 50,4 mortes / 100 000 hab para a população masculina , ou um risco sofrer mortes violentes 10,7 vezes maior
desculpa , o país é violento e existe impunidade , mas se observarmos a média é até muito seguro ser mulher no brasil continuar lendo
As mulheres, já deveriam há muito tempo estarem livre do conceito de que deveriam está sempre submissa a vontade masculina, mas convenhamos, a mulher quis mudar isso de forma radical e como toda ação trás uma reação a lógica é este índice aumentar sempre mais. continuar lendo
Justificar violência contra a mulher pela luta das mesmas pela liberdade é algo ilógico, desumano e misógino. A liberdade e igualdade da mulher na sociedade é direito FUNDAMENTAL, a luta não tem nada de radical, muito pelo contrário, a sociedade ainda continua nas bases do moralismo exacerbado e do patriarcado.
Diversas sociedades conviveram tendo como líderes, mulheres, outras tantas divinizavam a bissexualidade e o transexualismo, o que acontece é a mudança. A nossa sociedade construída nos moldes patriarcais é anti-natureza, é o homem cis-branco-hétero dono de tecnologias avançadas e amansador da natureza que comanda toda e qualquer relação existente, mas agora estamos em mutação.
Com a luta pela liberdade e direitos iguais da mulher, do negro, do homossexual, com a desestruturação dessa sociedade atrasadíssima pela época em que vivemos, a frente mais moralista e que não quer perder seus poderes e preferências, combate essas lutas (que são racionais e justas) com a violência. É culpa da luta das minorias? Não.
É preciso cortar as raízes do patriarcado e da supremacia masculina da mente e das atitudes de certos indivíduos (grande parcela a sociedade), desconstruir esse egocentrismo-másculo alimentado infundadamente por tanto tempo.
Igualdade é igualdade, liberdade é liberdade, sem preferências, sem limitações de luta para conquistá-las. continuar lendo