Modelo de Ação Providenciária de Conceção de Pensão Pós-Morte
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AO MM JUÍZO DA JUSTIÇA FEDERAL DA COMARCA DA xxxxx – RJ
xxxxxxxxxxx, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG n xxxxxxxx, inscrita no CPF sob o n xxxxxxxxx residente e domiciliada na Rua xxxxxxxx – xxxxxxxxxx/RJ, por intermédio da sua advogada que esta subscreve com escritório à xxxxxxxxxxxxx – Rio de Janeiro. Cep: xxxxxxxxxxx, vem a presença da Vossa Excelência propor:
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE
Em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa jurídica de direito público, na pessoa do seu representante legal sediada na xxxxxxxxxx – Rio de Janeiro – RJ. Cep xxxxxx.
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Preliminarmente declara a autora não possuir condições financeiras de arcar com às custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu sustento e de sua família razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade de justiça na forma da Lei 1.060/50 – artigo 4 com alterações da Lei 7510/86.
II – DOS FATOS
A autora possuía com o Sr. xxxxxxxxxxxx, união estável, desde a data de xxx de xxxx de xxxxxx, conforme escritura pública em anexo.
Ocorre que na data de xxxxx de xxxxxx de xxxxxxxxx, o autor veio a falecer, conforme certidão de óbito que segue em anexo.
Logo após o seu falecimento na data xxxxxxxxx a autora fora vítima de furto na cidade de xxxxxxxxx vindo a perder os documentos do de cujus (REGISTRADO NA OCORRÊNCIA EM ANEXO).
Durante todo o período em que conviveram como se casados fosse a autora não trabalhou, sendo totalmente dependente do de cujos.
Logo, após o falecimento do seu marido a autora se dirigiu ao xxxxxxxxxxxx, onde o mesmo estava prestando serviços para requerer a pensão sendo informada que era para se dirigir até um dos órgãos da Requerida para efetivar o seu requerimento.
Assim a autora procedeu, dirigiu-se há um dos postos da Requerida sendo informada que necessitaria juntar fotos para caracterizar a convivência do casal que somente a escritura declaratória de União Estável não seria suficiente motivo pelo qual vem a esse r. Juízo requerer a pensão por morte do seu marido.
III – DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar a definição da União Estável segundo a Constituição Federal, senão vejamos:
Art. 226. A família base da sociedade tem especial proteção do Estado.
(...)
3º Para efeito da proteção do Estado é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
No entanto, a Lei 8.112/90 que regulamenta o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Cíveis da União alterada pela Lei nº 13.135 de 17 de junho de 2015 dispõe de forma clara o direito ora requerido pela autora, in verbis:
Art. 217 São beneficiários das pensões:
III – o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar.
Para comprovação do vinculo de união estável ou da dependência econômica o Decreto 3.048/99 em seu artigo 22 § 3º, dispõe acerca dos meios de prova necessários, senão vejamos:
Art. 22 (...)
§ 3º. Para comprovação do vínculo da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos:
(...)
VI – Declaração especial feita perante tabelião
(...)
XVII – quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar
Neste sentido oportuna lição do professor FÁBIO ZAMBITTE BRAHIM sobre o benefício pensão por morte e a quem este se destina:
“A pensão por morte é benefício direcionado aos dependentes do segurado, visando a manutenção da família, no caso da morte do responsável pelo seu sustento.” (curso de direito previdenciário, editora impetus, 20ª edição, 2015, Rio de Janeiro, p. 672).”
Entretanto a autora comprova documentalmente seu vínculo de união estável com a declaração de união estável feita perante tabelião, fotografias recentes e antigas em situações cotidianas (docs. Anexo).
Certifica-se ainda que a autora apresentou provas suficientes conforme requerido pela Lei para comprovação de seu vínculo de união estável com o ex-segurado.
Insta salientar que toda a extensa documentação anexada é recente comprovando que o vínculo entre a autora e ex-segurado se perpetuou até o falecimento deste.
Desta forma, restando comprovada a União Estável perpetuada entre o de cujos e a parte autora, patente sua condição de dependente econômica e por consequência seu direito à percepção da pensão por morte previdenciária.
Cabe expor que judicialmente os Juizados Especiais Federais têm aceitado a comprovação de União Estável, mesmo sem a apresentação de prova material. É o que dispõe a súmula 63 da TNU, in verbis:
“A comprovação de União Estável para efeito de concessão de pensão por morte prescinde de início de prova material.”
No mesmo sentido o STJ entende que para a concessão de pensão por morte é possível a comprovação da união estável por meio de prova exclusivamente testemunhal. De fato, a Lei 8.213/1991 somente exige prova documental quando se tratar de comprovação do tempo de serviço (art. 3.905/ PE de 26/06/2013).
A Requerente apresenta provas relacionadas ao seu vínculo com o de cujos todavia se por ventura o nobre julgador não seja convencido por elas, deve observar o depoimento pessoal , testemunhais e até mesmo de familiares na qualidade de informante. Todo o esforço para que se alcance a verdade absoluta.
IV – DA TUTELA ANTECIPADA
De acordo com o artigo 300 do Código de Processo Civil, o juiz concederá a Tutela de urgência quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo do dano ou o risco do resultado útil do processo.
Insurge destacar que a autora encontra-se atualmente desempregada com 51 (cinquenta e um) anos e devida a crise financeira em que o nosso país atravessa com muita dificuldade de conseguir um emprego impossibilitando assim de garantir o seu próprio sustento e da família.
No presente evidencia-se os requisitos necessários para a concessão quais sejam a probabilidade do direito da autora na CONCESSÃO IMEDIATA do benefício previdenciário por morte do seu companheiro e o perigo do dano evidencia-se devido a sua situação de risco não possuindo condições de manter a sua subsistência e de sua família.
Assim, requer como institui o presente dispositivo legal, que seja concedida a tutela de urgência para a CONCESSÃO IMEDIATA com a implementação do benefício previdenciário a que a autora tem direito para que a mesma possa prover os seu sustento e da família.
V – DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
1. Que todas as notificações e publicações em Diário Oficiais atinentes a autora efetuadas exclusivamente em nome dos advogados xxxxxxxxxxxx com endereço à xxxxxxxxxx – Rio de Janeiro – RJ.
2. Seja deferida a gratuidade de justiça a favor da autora.
3. Citação da autarquia na pessoa do seu representante legal para apresentar resposta sob pena de sofrer os efeitos da revelia.
4. A produção de todos os meios de prova admitidos em direito especialmente o documental e testemunhal.
5. A concessão da TUTELA DE URGÊNCIA para IMEDIATA CONCESSÃO e implementação a favor da autora da aposentadoria por morte de seu companheiro.
6. A confirmação da TUTELA DE URGÊNCIA determinando o INSS a concessão da pensão previdenciária a partir do óbito do sr. Jairo Mendonça Furtado a favor da parte autora.
7. A condenação da ré nos ônus da sucumbência no importe de 10% do valor da condenação.
VI – DAS PROVAS
Requer a produção de todos os meios de provas admitidos em direito em especial documental.
Por oportuno tendo em vista o disposto no artigo 319, inciso VII do Código de Processo Civil o autor informa que não se opõe a realização de audiência de conciliação, desde que seja através de vídeo conferência.
VII – VALOR DA CAUSA
Dá se o valor da causa de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins da alçada.
Temos em que pede deferimento
Rio de Janeiro, xxxxxxxxxxx
OAB/RJ xxxxxxxxx
1 Comentário
Faça um comentário construtivo para esse documento.
Drª Jessica, boa tarde.
Após ler sua peça, deixo aqui minha gratidão, por colaborar com seus colegas, uma peça enxuta, mas que traz de forma bem elaborada e cuidadosa, todo conteúdo necessário para entendimento e convencimento do magistrado.
Parabéns. continuar lendo