Atuação do MPT tenta evitar possível greve em setor de informática
Órgão mediou audiência para destravar negociação coletiva que revê salário de analistas e processadores de dados de SC
Florianópolis - O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC) mediou, na quarta-feira (5), reunião entre patrões e empregados do setor de processamento de dados do estado. A atuação pretende destravar negociação coletiva entre os sindicatos e evitar uma possível greve da categoria. Nova audiência foi agendada para o dia 19 de novembro.
Há cerca de três anos, analista e processadores têm apenas o reajuste do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos salários, o que estagnou os pisos em R$ 1.814,00 e R$ 1.468,00, respectivamente. Os trabalhadores reivindicam 4,64% de aumento real (1,64% para 2012/2013, 1% para 2013/2014 e 2% para 2014/2015).
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Ronaldo Gariglio B. de Andrade, espera o acordo para evitar uma paralisação que, segundo ele, teria um impacto negativo em serviços de diversas ordens em empresas públicas e privadas do estado. O setor abrange aproximadamente 30 mil trabalhadores responsáveis pelo processamento de dados de cerca de 3,5 mil empresas em toda Santa Catarina, com exceção de Joinville.
Agora, os empresários terão que avaliar em assembleia duas alternativas para o pagamento do reajuste. A primeira estabelece 2,64% a partir de agosto de 2013 e 2% a partir de agosto de 2014. A segunda, 5,7% a partir de agosto de 2014, ou seja, sem a retroatividade. Também será reavaliado o funcionamento do banco de horas. A ideia é que haja um limite de 16 horas mensais, vinculado à redução da jornada de trabalho para 40h semanais, a partir de janeiro de 2015.
Consenso – Para o procurador Luciano Arlindo Carlesso, mediador da audiência, tanto trabalhadores quanto empregadores mostraram interessados em chegar a um acordo e superar as divergências: “O MPT, atuando como mediador, cumpre sua função constitucional de aproximar as partes e alcançar a pacificação social dos conflitos coletivos. A solicitação da mediação por ambas as partes revela o reconhecimento do papel desempenhado por nossa Instituição na sociedade".
Ao final do encontro, o advogado do Sindicato dos Empregados de Empresas de Processamento de Dados do Estado de Santa Catarina (SINDPD/SC), Roberto Ramos Schmidt, disse que com a intermediação do MPT foi possível evoluir o processo de negociação.
O advogado Rodolfo Ruediger Neto, que participou da audiência representando o Sindicato das Empresas de Informática e Processamento de Dados da Região Metropolitana de Florianópolis (SEINFLO) e o Sindicato das Empresas em Processamento de Dados do Estado de Santa Catarina (SEPROSC), também saiu satisfeito e acredita que através do diálogo aberto na mediação será possível dar fim ao impasse.
MEDIAÇÃO nº 1084.2014.12.000/8
Informações:
MPT em Santa Catarina
prt12.ascom@mpt.gov.br
(48) 3251-9913
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