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3 de Maio de 2024

Fases de um processo por erro médico

Publicado por Marcio Gomes
há 5 meses

Resumo da notícia

Quando um paciente se vê prejudicado por ações imprudentes, negligentes ou imperitas de um profissional de saúde, surge a possibilidade de ingressar com um processo para buscar reparação pelos danos causados. Neste artigo, exploraremos as etapas-chave desse processo.

Descubra as fases essenciais em um processo por erro médico: explicamos tudo o que você precisa saber.

No Brasil, os processos por erro médico são uma realidade frequente, como evidenciado pelos mais de 459.000 registros de demandas judiciais na área da saúde até 2019, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça. Quando um paciente se vê prejudicado por ações imprudentes, negligentes ou imperitas de um profissional de saúde, surge a possibilidade de ingressar com um processo para buscar reparação pelos danos causados. Neste artigo, exploraremos as etapas-chave desse processo.

Prescrição e riscos legais: a importância do prazo na defesa contra processos por erro médico

Para os profissionais da saúde, especialmente médicos, a ameaça de enfrentar processos por erro médico é uma sombra constante que paira sobre suas carreiras. É essencial compreender a complexidade da prescrição e seus impactos, especialmente no contexto da busca por indenizações. Neste cenário, o prazo quinquenal para ingressar em juízo em virtude de erro médico é um elemento crucial, iniciando-se com a constatação do dano e não se interrompendo pelos procedimentos administrativos junto ao órgão profissional.

Tomemos como exemplo um caso em que um médico é acusado de ter deixado um bisturi no abdômen de um paciente durante uma cirurgia em hospital público. No desdobramento desse caso, o Juízo a quo reconheceu a prescrição da pretensão autoral, ressaltando que o prazo quinquenal se inicia a partir da ciência do ato ou fato lesivo. No caso em análise, essa ciência ocorreu em 2006, mas a ação só foi ajuizada em 2013, resultando na extinção do processo.

A realização de denúncias perante o Conselho Regional de Medicina e a instauração de sindicância, práticas comuns diante de alegações de erro médico, não têm o condão de interromper o curso do prazo prescricional. Tais ações não se enquadram nas hipóteses do artigo 202 do Código Civil. Assim, a Turma negou provimento ao apelo, reconhecendo inegável a ocorrência da prescrição.

Em suma, para os médicos que temem enfrentar processos por erro médico, compreender a dinâmica da prescrição é crucial. A consciência do prazo e a necessidade de agir prontamente em resposta a alegações são aspectos fundamentais na defesa contra possíveis processos legais.

Processo por erro médico no Brasil: da petição inicial à execução da sentença

1. Ingresso na Justiça (Petição Inicial): O primeiro passo para buscar reparação por erro médico é o ingresso na Justiça por meio da petição inicial. Nesse documento, o paciente, representado por seu advogado, apresenta os fatos, fundamentos jurídicos e o pedido de indenização. É crucial incluir informações como a descrição detalhada do erro, evidências documentais como prontuários médicos, receitas, comprovantes de medicações, entre outros. A petição inicial estabelece o início formal do processo.

2. Conciliação: Após o ingresso na Justiça, as partes podem ser encaminhadas para uma audiência de conciliação. Nessa fase, busca-se um acordo entre o paciente e o profissional de saúde ou hospital envolvidos, visando resolver a disputa de forma amigável. A conciliação é incentivada como meio de solucionar o conflito sem a necessidade de um julgamento formal.

3. Contestação: Caso a conciliação não seja alcançada, a parte demandada apresenta a contestação, uma resposta formal à petição inicial. Nesse documento, são apresentados argumentos e defesas contra as alegações do autor. É uma oportunidade para o profissional de saúde ou hospital se defender, contestando os pontos levantados na petição inicial.

4. Perícia: Uma etapa crucial no processo por erro médico é a realização da perícia técnica. Peritos especializados são designados para avaliar os fatos, analisar documentos e, se necessário, realizar exames. A perícia visa esclarecer se houve, de fato, um erro médico e qual foi sua extensão. Os resultados periciais desempenham um papel significativo na tomada de decisão judicial.

5. Manifestação das Partes: Com base nos resultados da perícia, as partes têm a oportunidade de se manifestar. O autor e o réu podem apresentar suas considerações sobre os resultados periciais, reforçar argumentos ou buscar um possível acordo com base nas informações obtidas durante essa etapa.

6. Julgamento: Após as fases anteriores, o processo entra na etapa de julgamento. O juiz analisa as evidências apresentadas, as manifestações das partes e, se necessário, os argumentos finais. Com base nessas considerações, o juiz emite uma decisão que pode conceder ou negar a indenização solicitada.

7. Recursos: Caso uma das partes não concorde com a decisão do juiz, pode apresentar recursos. Os recursos visam a revisão da decisão judicial e podem ser interpostos pelas partes insatisfeitas. A apelação é uma forma comum de recurso nesse contexto, buscando reformar total ou parcialmente a decisão inicial.

8. Cumprimento da Sentença: Se a decisão judicial final concede a indenização ao paciente, inicia-se a fase de cumprimento da sentença. Nessa etapa, o profissional de saúde ou hospital condenado deve efetuar o pagamento da indenização estabelecida pelo tribunal. O cumprimento da sentença encerra o processo, dando fim à demanda judicial.

Em resumo, o processo por erro médico no Brasil percorre diversas etapas, desde o ingresso na Justiça até o cumprimento da sentença. Cada fase desempenha um papel crucial na busca por justiça e reparação para as vítimas de erros médicos.

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