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5 de Maio de 2024

Grande advogado da história do Brasil e um dos principais juristas do Direito: Rui Barbosa

há 7 anos

Grande Advogado da Histria do Brasil e um dos principais jurista do Direito Rui Barbosa

Uma das personalidades mais importantes e renomadas de nossa História, no final do século XIX e início do XX, Rui Barbosa foi um importante político, diplomata, estadista, e um dos principais juristas do Direito no Brasil. Em sua longa carreira, ele defendeu a abolição da escravatura, as reformas eleitoral e do ensino, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ocupando o posto de presidente, sucedendo a Machado de Assis) e se tornou uma celebridade internacional por sua brilhante participação na Conferência de Paz de Haia, na Holanda, em 1907.

Neste artigo, iremos contar a história deste importante personagem, e de como ele se tornou essencial para o Direito moderno brasileiro.

Nascimento, infância e juventude

Rui Barbosa nasceu em Salvador, na Bahia, em 5 de novembro de 1849. Filho de João José Barbosa de Oliveira, médico, deputado provincial e diretor da Instrução Pública da Bahia, e de Maria Adélia Barbosa de Oliveira, foi uma criança prodígio. Com cinco anos, já sabia ler e conjugar verbos e, aos dez, já recitava grandes poetas portugueses, como Camões e Vieira. Aos onze anos, recebeu uma medalha de ouro do Arcebispo da Bahia, no que declarou ser “a maior emoção de sua vida”.

Em 1864, planejava entrar na Faculdade de Direito de Olinda, porém, como não tinha a idade certa, passou o ano inteiro estudando alemão e lendo juristas. Apenas no ano seguinte Rui conseguiu ingressar na universidade. Graduou-se como bacharel em Direito em 1870, pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Quando o pai perdeu o emprego, foi trabalhar com Manuel Pinto de Souza Dantas, no Diário da Bahia. Manteve amizade com Rodolfo Dantas, filho de seu patrão e, junto com a família, viaja à Europa por seis meses.

Primeiros anos na carreira política

Pelo Partido Liberal, Rui defende, através de comícios, as eleições diretas, a liberdade religiosa e o regime federativo. Em 1876, ele se casa com Maria Augusta Viana Bandeira e, no ano seguinte, ingressa na Câmara Baiana e, mais tarde, no Parlamento do Império.

Lá, ele se empenha na luta a favor dos direitos dos escravos, em especial, pela libertação dos cativos sexagenários. Entretanto, com a Câmara majoritariamente controlada pelos grandes fazendeiros, a proposta de Rui acaba derrotada, e ele não se reelege. Mesmo assim, isto não o impediu de, em 1881, promover a Reforma Geral do Ensino, e de continuar lutando contra a escravidão. Em 1885, no auge da campanha abolicionista, José do Patrocínio escreveu: “Deus acendeu um vulcão na cabeça de Ruy Barbosa”.

República Velha

Em 1889, logo após a proclamação da República, Barbosa é chamado para ser o Ministro da Fazenda, no governo do Marechal Deodoro da Fonseca. Sua passagem ficou marcada pela promulgação da Constituição de 1891 (quase toda de sua autoria), e a Crise do Encilhamento. Esta foi a primeira grande (e grave) crise econômica da República, ocasionada por causa da emissão descontrolada de moeda e de ações sem lastro pelo governo, provocando uma inflação altíssima. Assim, Rui Barbosa acaba deixando o governo, decepcionado com o que a República havia se tornado.

Em 1893, na direção do Jornal do Brasil, Barbosa combatia o governo de Floriano Peixoto e, dois anos depois, foi eleito para o Senado. Por causa de sua postura crítica, Barbosa se tornou suspeito de contribuir para a Revolta da Armada, e foi obrigado a se exilar na Inglaterra. Na volta do exílio, lutou pela anistia dos condenados na Revolta por Floriano.

Durante os anos seguintes, Rui viria a criticar a intervenção militar em Canudos e se tornaria membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Em 1902, Barbosa publicou um parecer crítico ao novo Código Civil e, mais tarde, se envolveu numa polêmica com o filólogo Ernesto Carneiro Ribeiro, seu antigo mestre na Bahia.

A Conferência de Haia

Em 1907, durante o governo de Afonso Pena, Barbosa foi o escolhido pelo governo para representar o Brasil durante a Conferência de Paz de Haia, que reuniu os grandes diplomatas do mundo. Lá, ele se tornou uma celebridade internacional, ao defender o princípio da igualdade dos estados. Em seus longos discursos criticando a classificação dos países por sua força militar, Rui se tornou uma personalidade respeitada por todos os países.

Sua eloquência, inteligência e perspicácia lhe renderam o apelido de “Águia de Haia”. Na volta ao Brasil, Rui foi recebido como um verdadeiro herói, chegando a receber do presidente uma medalha de ouro.

Alguns anos mais tarde, em 1911, Barbosa viria a publicar uma das obras mais importantes dos estudos jurídicos da história: O Dever do Advogado. Tal livro se tornou uma obra essencial para todos aqueles que pesquisam sobre deontologia jurídica.

Entre 1909 e 1919, Rui concorreu à presidência do Brasil quatro vezes. Nas eleições de 1914, na iminência de perder as eleições para Venceslau Brás, ele retira sua candidatura. Mesmo assim, ele ainda conseguiu receber 47.000 votos.

Últimos Anos

Mesmo derrotado diversas vezes, Rui Barbosa ainda era extremamente respeitado, dentro e fora do Brasil. Ele foi indicado para ser juiz da Corte Internacional de Haia e para representar o Brasil na Liga das Nações, durante a Conferência de Versalhes. Recusou ambos, assim como um projeto do senador Félix Pacheco para que lhe fosse concedido um prêmio em dinheiro.

Entre 1922 e 1923, Rui, já em idade avançada, sofre um edema pulmonar e uma paralisia bulbar. Em 1º de março de 1923, Barbosa faleceu, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Seus restos mortais hoje encontram-se em Salvador, sua cidade natal, na galeria subterrânea do Palácio da Justiça.

Legado

A extensa e valiosa bibliografia deixada por Rui Barbosa inclui mais de cem volumes, incluindo discursos, artigos, conferências e anotações. Sua obra varia desde pareceres jurídicos a ensaios literários, passando por artigos jornalísticos e minutas.

Visionário, foi tachado de “sonhador” e “idealista” por seus contemporâneos – embora o tempo fosse mostrar que ele estava com a razão. Extremamente perfeccionista e persistente, ele tinha o hábito de estudar a fundo os mais variados temas. Seu estilo prolixo e loquaz, por outro lado, também lhe rendeu alguns críticos, que o tachavam de chato.

Mesmo assim, isto não o impediu de entrar para a História como um dos mais importantes intelectuais do país, de forma que um júri escolhido pela Revista Época o elegeu o maior brasileiro de todos os tempos.

Fonte: Amo Direito.

  • Sobre o autor" A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade" Ruy Barbosa.
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12 Comentários

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O grande erro que ele cometeu, admitiu e pediu perdão, foi de ter apoiado a república. continuar lendo

De fato... A república só nos trouxe MAIS problemas. continuar lendo

Foi só este erro não. A sua discordância ao texto do Código Penal, redigido pelo seu mestre Ernesto Carneiro Ribeiro, o levou a levar um verdadeiro puxão de orelha do professor Carneiro. À Réplica do Rui, Carneiro respondeu com a Tréplica a maior obra gramatical da língua portuguesa. continuar lendo

Sim, e ele encontrou com D. Pedro II no exílio e disse: "Desculpe, eu não achei que a República fosse isso" continuar lendo

Paulo Carneiro, aonde posso encontrar essa tréplica? Poderias dizer o nome da obra? continuar lendo

E o conterraneo ja dizia que a piór das ditaduras é a do Judiciário. Vivemos uma epoca em que o Judiciário é a ultima trincheira para resgatar o Brasil sequestrado pela classe política corrupta, marginal...É preciso muito cuidado e aplicar a mais sábia atuação jurídica para não dar margem à marginalidade de golpes cinematográficos destruir e nos envolver na estratégia que utilizam os ditadores proletariados para confundir os inocentes úteis de uma Nação subdesenvolvida, se apoderando dos bens públicos como se fossem da meia duzia deles, nos imputando DITADURA JUDICIÁRIA. Cuidado, Moro e STF ! Eles são sábios mafiosos e podem contra-atacar ! E lavando roupa suja em casa, é preciso, tambem, que a Magistratura esteja atenta a seus atos, seu protecionismo, acompanhar o exemplo que a OAB deu ao filtrar e fiscalizar com mais rigor os profissionais ao exercício da advocacia. Pouco temos visto da Magistratura uma ação disciplinadora, que penalize os seus péssimos juizes, a exemplo dos que praticam crimes hediondos e ainda recebem aposentadoria, afastamento remunerado, entre outros benefícios que mais se identificam com um regime Cubano ou com a DITADURA DO JUDICIÁRIO !... continuar lendo

Eu me atrevo a dizer com todas as forças do meu entendimento: A REPÚBLICA FOI ESTABELECIDA POR MENTIROSOS E TRAIDORES DO BRASIL, cujo líder foi o marechal "Deodoro da Fonseca", que ousou trair ao Rei D. Pedro II, seu Amigo, prendendo-o num navio aportado na baía de Guanabara e logo depois, anunciou ao povo Brasileiro que o Rei havia abdicado ao trono e retornado a Portugal, propiciando assim, a proclamação da república; a mentira foi tão grande, que a alegação dos altos custos da família Real, orçados em 120 mil contos de réis e que era muito alto para o povo Brasileiro pagar, passou a ser o salário de um só indivíduo: "Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente da república do Brasil"; Rui Barbosa, que apoiou à proclamação da república, teve todos os motivos do mundo para pedir perdão ao Rei D. Pedro II, que era chamado carinhosamente pelo povo de "Pai do Brasil"! continuar lendo

Curioso que a república (r minúsculo) tem por pretenso mérito o fato de permitir que o povo escolha...

Bem se vê que não houve escolha nenhuma na sua implantação.
Foi uma apunhalada pelas costas, sem qualquer consulta ao povo. O povo não escolheu nada, escolheram por ele.

Hoje temos essa custosa e descompromissada sucessão de oportunistas, que pensam no horizonte máximo de quatro anos e olhando sempre para o próprio patrimônio e para a chance de ganhar mais quatro anos após seu mandato.

Repulsiva e repugnante república. continuar lendo

O que falar do grande jurista!!!!!!! continuar lendo