Mais da metade dos brasileiros estão endividados
Pesquisa da CNC aponta que 67% dos brasileiros tem dívidas com bancos e a inadimplência está perto de bater recorde
A crise econômica ocasionada pela pandemia do coronavírus deixou o brasileiro endividado.
Essa é a conclusão do relatório PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Segundo a pesquisa, 67% das famílias brasileiras têm dívidas com bancos, cartão de crédito ou crediários.
Também foi constatado um crescimento na inadimplência, que com 25,4% chega perto do recorde da série histórica, que é de 25,4% (2017).
Os analistas do CNC ressaltaram no relatório que o endividamento já estava crescendo antes mesmo da pandemia, mas agora temos uma variável mais preocupante.
Antes, crescia o endividamento para consumo de bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos e até imóveis). Agora, em virtude da queda drástica na renda das famílias, cresceu o endividamento para fazer frente a despesas correntes (aluguel, luz, água, escola dos filhos).
De fato, a pesquisa indica que o crescimento do endividamento se deu entre as dívidas de curto prazo e entre famílias com renda menor do que 10 salários mínimos, que é um perfil de público que não tem condições de fazer reserva de emergência para momentos de crise.
A única saída é o endividamento com bancos.
Como os bancos reagirão a este cenário?
Neste momento, é preciso estar atento a dois indicadores.
O primeiro está ligado à imagem que os bancos querem passar durante a crise.
Apoiados por iniciativas governamentais, os bancos sinalizam dar apoio neste cenário de crise, com condições facilitadas e juros mais baixos.
Lembrando que a taxa Selic nunca esteve tão baixa.
Outro indicador é a reação histórica que os bancos brasileiros têm aos cenários de crise.
Também já noticiamos a dificuldade que empresas têm enfrentado para conseguir os benefícios prometidos pelos bancos.
A tendência é que dificultem negociações, busquem garantir de forma mais agressiva suas operações, não baixem os juros e restrinjam novas operações de créditos.
Atentos às cenas dos próximos capítulos!
Fonte: Relatório PEIC junho 2020 - CNC.
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.