Preso condenado à morte não poderá tomar cervejas conforme pediu em seu último jantar
Pena de Morte: injusta e desumana
Marcus Ray Johnson, preso condenado à morte no Estado da Georgia, por haver estuprado e assassinado, em 1994, a uma mulher que conheceu em uma boate na Georgia, pediu como último jantar o direito a beber seis latas de cerveja.
Tradicionalmente, se permite ao preso condenado escolher qual será sua última refeição. E o pedido de Marcus foi o de beber cerveja. No entanto, seu pedido foi negado pelo Departamento Penitenciário do Estado da Geórgia nos Estados Unidos da América, que se pronunciou informando que é proibida a entrada na prisão de substância alcoólica, e que trataria, portanto, de contrabando. Com isto, Marcus jantará o mesmo que os outros presos, e sua execução está agendada para esta quinta-feira, 19 de Outubro, às 19hrs do horário local de Georgia, EUA.
Muito embora a defesa alegue que há dúvidas quanto à autoria do crime, a Promotoria afirma com certeza de que ele é o verdadeiro autor do crime.
No Brasil, em uma recente pesquisa feita pela Datafolha, 50% dos entrevistados acreditam que deveria haver a aplicação da pena de morte (a pergunta feita era 'Bandido bom é bandito morto?'). Já 45% não desejavam a aplicação da pena de morte, ainda com o alto índice de crimes existentes em nosso país.
Hodiernamente, em nosso país, a pena de morte existe, no entanto, é aplicada apenas excepcionalmente em casos de guerra.
No entanto, gostaria de frisar quantos podem vir a ser executados e talvez não sejam os verdadeiros culpados? A pena de morte é uma pena discriminatória e com certeza, muitas vezes aplicada ao sujeito que não era culpado.
Como fica a aplicação dos direitos humanos em casos como este? Ora, os Direitos Humanos são inalienáveis. E a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em Dezembro de 1948) assegura o direito à vida a cada pessoa, de maneira que ninguém deve ser submetido à tortura ou tratamento/castigo cruel ou degradante. Evidentemente, a pena de morte viola estes direitos.
Na realidade, a pena de morte não deixa de ser um tipo de tortura psicológica e física em si. Digo psicológica, pois desde o momento da sentença condenatória, o sujeito está cercado do medo e da ansiedade, imaginando por vezes e vezes como será o momento de sua morte. O abalo emocional é inerente à sentença condenatória à execução.
Quanto à tortura física, afirmo pelo fato de que qualquer que seja a forma da execução, no momento em que ela acontece existe a dor física, que jamais qualquer pessoa poderá descrever ou mensurar.
É humana? Não, nenhuma forma de execução deixa de ser desumana.
Ao considerar a dor das famílias que perderam um familiar para a violência e enfermidade de alguns, há quem pense que é justo que o assassino seja condenado à pena de morte. Por outro lado, há quem pense que a morte seria pouco para um assassino.
Eu, particularmente, acredito que a pena de morte não é solução para diminuir a criminalidade. A prisão perpétua seria a solução, muito embora inexistente em nosso país. Já passou da hora de uma reforma.
Como se sentirão as duas famílias envolvidas na trama amanhã após a execução de Marcus Johnson? Uma, que a Justiça foi feita, e a outra, que acabam de ter seu familiar assassinado pela Justiça?
Violência gera apenas violência. Quando chegará o seu fim?
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