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3 de Maio de 2024

Senado aprova o reconhecimento da vaquejada e rodeio como patrimônio cultural

Publicado por Jucineia Prussak
há 8 anos

Senado aprova reconhecimento da vaquejada e rodeio como patrimnio cultural


A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou hoje (1º) o PLC 24/2016, de autoria do deputado Capitão Augusto (PR-SP), que eleva a vaquejada e o rodeio à condição de manifestações da cultura nacional e patrimônio cultural imaterial. A pedido do senador Otto Alencar (PSD-BA), foi aprovado caráter de urgência para sua análise pelo Plenário pelo Senado.

A proposta foi apoiada especialmente por senadores nordestinos, como José Agripino (DEM-RN), que vê a vaquejada como um esporte que vem se aprimorando, procurando poupar os animais de maus-tratos. A questão vem sendo debatida desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu recentemente a prática numa votação apertada, por 6 a 5.

— O que se precisa é corrigir o que ainda é feito de forma errada, o que aliás já vem sendo feito há tempos. O colchão já é de 50 centímetros, há plantão de veterinários, não existe mais contato dos animais com o metal e é utilizado um rabo artificial — afirmou Agripino.

O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) voltou a alertar para a dimensão econômica que a vaquejada possui nas áreas rurais nordestinas, onde sua cadeia colaboraria na geração de centenas de milhares de empregos diretos e indiretos.

— A vaquejada é hoje uma questão de sobrevivência pra muita gente que ainda vive na zona rural. O Senado não pode ignorar que essas regiões já vivem um despovoamento, e o fim da vaquejada afeta diretamente essas dezenas de milhares de cidadãos — frisou o senador.

Roberto Muniz (PP-BA) também entende que a questão sofreria um "viés de preconceito" que setores urbanos teriam com a visão de mundo própria do campo. Segundo ele, o debate sobre o bem-estar do animal pode ser ampliado em virtude da polêmica provocada pela decisão do STF, afetando já em um futuro próximo outras atividades culturais no Sul e no Sudeste em que também se faz uso abundante de animais.

Já Otto Alencar voltou a reclamar do fato do STF ter proibido a vaquejada sem ouvir o setor, e também acredita que existem outros esportes em que os animais seriam bem mais mal-tratados, além de serem vítimas do ser humano em diversas outras situações em áreas urbanas. Para enfatizar seu ponto de vista o senador baiano, que relatou o projeto, recorreu a uma citação de Ruy Barbosa:

— A pátria não é de ninguém, é de todos, e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra e à associação. A pátria não é um sistema, não é uma seita, não é um monopólio de quem quer que seja, nem uma forma de Governo. É o céu, é o solo, é o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos, o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. — Citou para depois complementar:

— A vaquejada pede liberdade no Brasil para que seja mantida a tradição do vaqueiro.

Contraponto

O projeto teve o voto contrário dos senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Marta Suplicy (PMDB-SP).

Anastasia, que chegou a apresentar um voto em separado, lembrou que a aprovação do PLC 24/2016 não terá nenhum efeito prático no que tange à liberação da vaquejada, e entende que o mesmo se dará caso também seja aprovada uma proposta de emenda à Constituição apresentada por Otto Alencar.

— O que o STF está discutindo são dois valores conflitantes em nossa Carta Magna: as manifestações culturais e a não-crueldade com os animais. A última palavra em relação a esse conflito continuará sendo do STF — disse.

O senador avalia ainda que o debate em torno da vaquejada é parte de uma maior consciência das pessoas em relação a suas posturas com os animais, algo que no seu entender tem evoluído gradualmente em todo o planeta.

Ele, assim como Marta, também entende que a proposta aprovada hoje seria inconstitucional, devido ao fato de órgãos técnicos ligados ao Ministério da Cultura não terem sido consultados.

Marta Suplicy, por sua vez, apresentou relatórios do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) contrários à vaquejada.

Fonte"Agência Senado"

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15 Comentários

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Cultura, como se sabe, é produção humana e, portanto, muda os padrões de acordo com a escala de evolução social de cada Povo. Não pode ser considerada lícita, muito menos salutar, a tortura de animais praticada durante essa tal de vaquejada ou nos rodeios, pelo simples fato de ser uma prática arraigada como manifestação cultural. Devemos nos lembrar que em sociedades remotas, como na Roma antiga, práticas que hoje nos pareceriam absurdas, a exemplo das lutas que culminavam com a morte do contendor derrotado, promovidas pelo próprio Estado, entre gladiadores escravizados, eram apreciadas por milhares de pessoas reunidas em uma arena, eventos que faziam parte do patrimônio cultural desse mesmo Povo e que foram sendo abandonados à medida em que foram evoluindo socialmente. Corretíssimo o STF em desautorizar tais grotescas práticas. continuar lendo

Meu caro, já participou ou frequentou alguma vaquejada em sua vida? continuar lendo

Acredito que poderiam fazer a "humanjada" com essas pessoas que curtem o sofrimento do animal. Seria interessante ver os pulos e coices no ar quando tivessem seu saco escrotal prensado. Há, esqueci. Os humanos simplesmente se curvam de dor. Não dariam bons espetáculos. Talvez, quem sabe, o empalamento. continuar lendo

Não se poderia esperar nada diferente deste legislativo cativo e corrupto !!!! continuar lendo

Praticamente impossível ou dificílimo bloquear, impedir, reprimir, interditar, cancelar, anular, revogar, indeferir ou reprovar tudo o que tem muito dinheiro por trás sustentando, patrocinando ou comandando.
Sem exceções, continuar lendo

Donato,
Bom dia,
Mas não podemos nos calar vendo estas torturas com os pobres animais que não fizeram mal a ninguém. continuar lendo

É contra a vaquejada, mas ama um churrasquinho... continuar lendo