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16 de Junho de 2024

TRF2: Piano não é considerado bem de família para efeito de penhora

Publicado por Correio Forense
há 8 anos

Bens de família não podem ser penhorados por dívidas, em regra. Entretanto, caso estes bens não sejam essenciais para o funcionamento do lar, a penhora é possível. Este foi o entendimento unânime da 4ª Turma Especializada do TRF2, no julgamento de recurso apresentado contra a penhora de um piano de 1 quarto de cauda, da marca Essenfelder, autorizada para garantir uma execução fiscal.

A suposta dona do piano apresentara embargos de terceiro para assegurar a continuidade de suas aulas de música. A sentença da execução fiscal, porém, considerou o instrumento musical passível de penhora, posição confirmada pela relatora do caso no TRF2, juíza federal convocada Geraldine de Castro.

A magistrada ressaltou que, além de se tratar de objeto suntuoso que não guarda relação com a essencialidade de um bem de família, o piano é de propriedade do pai da embargante, conforme prova documento juntado aos autos. Além disso, foi destacado que foi o próprio pai que ofereceu o bem à penhora, fato comprovado por certidão do oficial de Justiça que compareceu à residência da família.

Geraldine de Castro esclareceu que “a Lei nº 8.009/90 estabeleceu a impenhorabilidade do bem de família com o objetivo de assegurar o constitucional direito de habitação, inclusive dos móveis que guarnecem a casa (…) Quanto aos bens móveis, a impenhorabilidade proclamada pela Lei nº 8.009/90 objetiva proteger bens patrimoniais familiares essenciais à habitabilidade condigna, exceto aqueles de caráter supérfluo ou suntuoso (…) Desta forma, o piano não está abrangido pela impenhorabilidade (…)”.

Proc.: 0509232-39.2002.4.02.5101

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No caso existe a peculiaridade do próprio devedor ter ofertado o bem à penhora o que gera a preclusão lógica de embargar, bem como se tem duvida a respeito da propriedade do bem. Mas retiradas tais ponderações, a priori, um piano deveria poder ser considerado impenhorável eis que o direito de ter aulas de música parece sim relacionado com o princípio da dignidade da pessoa humana, sem contar que permite o acesso de seu proprietário a outras fontes de renda (poderá vir a dar aulas, atuar como musico, concertista etc). O fundamento da impenhorabilidade seria outro, portanto. continuar lendo