TRT-3ª – Juíza mantém penhora de conta bancária de filha do executado
A juíza Vanda Lúcia Horta Moreira, titular da Vara do Trabalho de Curvelo, julgou improcedentes os embargos de terceiros opostos pela filha do executado, considerando válida a penhora levada a efeito em sua conta bancária nos autos de ação trabalhista ajuizada contra o pai dela. Na decisão, a magistrada entendeu que jovem não provou a origem de dinheiro, de modo a afastar a vinculação à dívida trabalhista contraída pelo pai.
A conta da menor de idade foi encontrada por meio de consulta ao cadastro de clientes do sistema financeiro nacional (CCS), sendo relacionada diretamente com o seu pai/representante legal, executado nos autos principais. Nos embargos de terceiro, a filha argumentou que a conta foi aberta há muitos anos e que o valor bloqueado (de R$ 41.535,42) não seria do pai, pois trata-se de acúmulo de presentes de parentes e padrinhos de batismo, juros e correção monetária, recebidos ao longo de sua vida. O objetivo seria garantir seu ingresso na faculdade.
No entanto, a julgadora não deu razão a ela, diante da ausência de prova da origem dos créditos. Para a magistrada, cabia à filha juntar cópias de eventuais cheques emitidos/assinados após completar 16 anos ou, no mínimo, juntar extratos bancários recentes demonstrando parca movimentação na conta. Contudo, a embargante apresentou apenas o documento confirmando a abertura da conta bancária por seu pai, em 02/07/2004, quando tinha pouco mais de quatro anos de idade. “Descurando-se a embargante em juntar qualquer outro documento bancário relativo a sua conta bancária, aberta há mais de 13 (treze) anos, baldada a tese de que o numerário constrito na conta se trata, verdadeiramente, de quantia pertencente a terceiro”, registrou.
A juíza observou que as partes foram intimadas a informarem outras provas a produzir, mas a embargante nada fez. Por fim, chamou a atenção para a relevância do convênio para consulta ao cadastro de clientes do sistema financeiro nacional (CCS). “Ferramenta de suma importância no combate à famigerada prática de utilização de contas de terceiros para movimentação e consequente ocultação de valores por sócios/executados de empresas que, como no caso dos autos principais, encerraram suas atividades deixando inúmeros trabalhadores sem seus haveres rescisórios”, destacou.
Foi lembrado que na Jornada Nacional sobre Execução na Justiça do Trabalho, realizada pela ANAMATRA – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, ocorrida em 2010, foram desenvolvidos enunciados no intuito de encontrar soluções para os problemas que envolvem as execuções na Justiça do Trabalho. O Enunciado de nº 11 refere-se ao CCS como valiosa forma de tentar dar efetividade às execuções: “FRAUDE À EXECUÇÃO. UTILIZAÇÃO DO CCS. 1. É instrumento eficaz, para identificar fraudes e tornar a execução mais efetiva, a utilização do Cadastro de Clientes no Sistema Financeiro Nacional (CCS), com o objetivo de busca de procurações outorgadas a administradores que não constam do contrato social das executadas”.
O recurso contra a decisão que manteve a penhora dos valores na conta corrente encontra-se em pauta para julgamento no TRT de Minas.
Processo – PJe: 0010457-21.2017.5.03.0056 — Data: 20/02/2018.
(Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região)
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Artigo do Jornalista Gabriel Tebaldi
É graduado em História e Filosofia e pós-graduado em Sociologia
E-mail: gab_meira@hotmail.com
Após 180 dias da reforma, o número de processos despencou 40,8% e os pedidos de indenização por insalubridade ou danos morais caíram 81,25%
Mundo Paralelo
No Brasil, intelectuais costumam ser ferozes críticos do mercado. Porém, nunca empreenderam nada, não tem empresas, jamais contrataram alguém. Boa parte fez carreira pública, estudou às custas do Estado e sempre levou a estabilidade acima da inovação.
Esses doutores são os grandes críticos de reforma trabalhista. Ressuscitam a velha luta de classes marxista para analisar o sistema financeiro do século XXI. Em contrapartida, seis meses após ser sancionada, a reforma já fez mais pelo país do que décadas de sindicalismo.
É inacreditável: a CTL fazia com que o Brasil, com 3%da população mundial, tivesse mais ações trabalhistas que toda a América, Europa África e Ásia juntos! A mediocridade fez da justiça um ótimo negócio. De janeiro a maio de 2017, empresas desembolsaram R$ 10,3 bilhões para pagar condenações trabalhistas.
É irreal: no mundo desses parasitas socialistas, ninguém sabe que, por exemplo, o Citibank encerrou as atividades no Brasil porque obtinha aqui 1% de seus lucros e 93% dos processos trabalhistas que enfrentava em 36 nações.
É esquizofrênico: aqui, as micro e pequenas empresas abrigam mais de 70% dos empregos, correspondem a 54% da massa salarial do país e 26% de todo o PIB. Distante da dicotomia marxista, tais empresas são mais afetadas pelo parasitismo!
Após 180 dias da reforma, o número de processos despencou 40,8% e os pedidos de indenização por insalubridade ou danos morais caíram 81,25%! Agora, em caso de derrota, o trabalhador é obrigatório a arcar com os custos advocatícios da empresa vencedora, o que afastou as ações aventureiras.
Urge propagar que o maior beneficiado com tudo isso é o trabalhador. Só um cenário empresarial favorável gera emprego, renda e êxito financeiro. Enquanto os doutores esquerdistas esquentam suas cátedras e destilam teorias fantasiosas, enfrentam crises, pagam impostos. Sua única opção é não desistir.
Para eles, que carregam o pais nas costas, John Ruskin: “a maior recompensa de nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma” continuar lendo