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3 de Maio de 2024

Carta em prol da Democracia

Ato em defesa da Democracia, 11.08.22: Estado de Direito sempre.

Publicado por Dirceu Costa
há 2 anos

A DEMOCRACIA (Poder limitado pelo Direito) está sustentada pelo Estado Democrático de Direito, em especial a Democracia Participativa por meio de eleições periódicas em que o Povo, o verdadeiro titular do Poder Constituinte Originário, é o senhor do seu destino através do sufrágio universal confirmado a partir da liberdade democrática.

Essa mesma Democracia consiste na harmonia da LIBERDADE e no respeito de aceitar o pensamento de quem pensa contrariamente ao sistema imposto. Ou seja, a democracia deve se pautar na boa governabilidade e na convivência harmônica das diversas liberdades de ideias; caso contrário, uma distopia poderá surgir por meio de uma insanidade ou imposição de algum lunático corrupto querendo corromper e concentrar os Poderes para si (autocracia) à força, com o intuito de subjugar os demais Poderes sobre o seu jugo.

Daí a necessidade e a confirmação da Democracia Liberal, que se ramifica na liberdade individual + autonomia de vontade, direitos indissociáveis às regras do jogo democrático. Para ratificar essa Democracia, a URNA ELETRÔNICA é o CAMINHO SEGURO para que se mantenha a República e consequentemente o Estado Federal.

Portanto, a necessidade desta Carta é fundamental, em defesa do nosso bem maior insculpida na Constituição Republicana de 1988, vide abaixo:

Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito

"Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o Estado Democrático de Direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.

Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.

Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para o país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.

A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição ”.

Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.

Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em um país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.

Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.

Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.

Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.

Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.

Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.

Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos às brasileiras e aos brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.

No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.

Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona: ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO SEMPRE.".

  • Sobre o autorAdvogado Dr. Dirceu Costa| Natal| Brasília| Adv. Criminalista e Previdenciário.
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