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17 de Junho de 2024

Celebre: hoje é seu último dia de trabalho para o governo

Neste 31 de maio completam-se cinco meses que o brasileiro trabalhou para pagar impostos. Com a elevação de tributos deste ano, essa conta aumentará em 2016

há 9 anos

Acredite: 31 de maio é o último dia de trabalho de cada brasileiro para pagar impostos municipais, estaduais e federais em 2015. O cálculo de que cada contribuinte paga ao governo o equivalente a cinco meses de salário por ano foi feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e é uma forma de traduzir a imensa carga tributária da economia para a escala do trabalho. O instituto estima que os brasileiros dediquem 151 dias de trabalho ao ano para pagar impostos - o dobro do que era na década de 1970.

Complexa e pouco transparente, a carga tributária no Brasil atravanca negócios, reduz a competitividade dos produtos e penaliza a população de todas as faixas de renda - em especial as mais baixas, que estão mais sujeitas às intempéries econômicas e à má qualidade dos serviços públicos sustentados com o dinheiro da tributação.

Em ano de ajuste fiscal e elevação de impostos, como é o caso de 2015, o IBPT estima que a conta de dias trabalhados para o governo cresça para 157 a partir do ano que vem. Entre os impostos a serem elevados estão o Programa de Integracao Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os combustíveis, além do retorno da Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Também foi aprovada esta semana pelo Senado uma medida provisória que eleva a tributação sobre alguns produtos importados, como cosméticos. Outra decisão diz respeito ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no crédito para pessoas físicas, cuja alíquota passa de 1,5% para 3%.

A crescente carga tributária equipara o Brasil a nações desenvolvidas que possuem um Estado eficiente. Na Alemanha, os impostos consomem 139 dias de trabalho. Na Dinamarca, são 176 dias. "A diferença, no entanto, está na qualidade de vida oferecida nos países desenvolvidos, que superam em escala desproporcional a do Brasil", diz João Elói Olenike, do IBPT.

Imposto único - Marcos Catão, tributarista e professor da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro, conta que a carga tributária no Brasil é alta por dois motivos: em períodos de bonança, governos não trabalharam para reduzir a carga e torná-la mais eficiente; em períodos de crise, que acontecem periodicamente, é preciso elevar impostos para conter a sangria dos cofres públicos, como ocorre atualmente. "O Brasil tem o pior sistema de tributação de consumo do mundo. Os setores de telecomunicações, energia e petróleo têm carga tributária entre 50% e 60% em média. O país mais próximo nesse quesito é o México, com 25%", explica Catão.

De acordo com o tributarista, a primeira coisa a ser feita para reduzir o peso dos impostos é acabar com taxas sobre o consumo e criar uma tributação única. Seria, segundo ele, um grande passo para a tão sonhada reforma tributária. "Não faz sentido pagar ICMS, PIS e Cofins e IPI para comprar uma cafeteira. É triste que o Brasil tenha perdido a chance de fazer uma reforma quando a economia crescia para valer. Agora, será quase impossível", afirma o economista.

Além de pagar os tributos embutidos no preço dos produtos e serviços que consome, como ICMS, PIS, COFINS, IPI, ISS, o trabalhador brasileiro paga taxas sobre a propriedade, como IPVA, IPTU e ITCMD, sobre o rendimento, como Imposto de Renda Pessoa Física e a Contribuição Previdenciária, e arca ainda com taxas e contribuições de limpeza, coleta de lixo e iluminação pública. Essa carga gigantesca também incide sobre as empresas. Condensar esse arsenal de siglas em apenas um imposto exigirá coalizão política e profissionalismo dos representantes do povo no Congresso. Dada a demora e a falta de interesse da classe em empreender a reforma, supõe-se que eles não possuam nenhuma das duas características.

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/celebre-hojeeseu-ultimo-dia-de-trabalho-paraogoverno

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4 Comentários

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No meu caso, como sou professor de escola pública de São Paulo, acredito que devo trabalhar até idos de Outubro. É que os impostos açoitam mais as costas do proletariado do que das outras classes. continuar lendo

Antonio Satchdjian
9 anos atrás

"... à má qualidade dos serviços públicos sustentados com o dinheiro da tributação." Bem lembrado. Espera-se que, com estes tributos extorsivos, tenhamos segurança, estradas, escolas e serviços médicos de qualidade para a população.
No entanto pagamos as estradas e seu uso (pedágios), escolas, médicos, segurança.etc. Serviços de qualidade só em instituições particulares, que temos que pagar. Portanto não há exagero na afirmação do prof. Jorge Roberto da Silva.
A corda sempre aperta no pescoço da população enquanto ao governo colarinhos cada vez mais largos. Foi triplicado a verba parlamentar (cerca de 800 milhões) e da saúde foi subtraída 800 milhões. Que coincidência! De onde vão tirar dinheiro (mais de um bilhão de nossos impostos) para construir o tal shopping? Talvez das passagens de avião, que sob pressão popular não aconteceram, para encontros amorosos, digamos assim, dos parlamentares com seus cônjuges.
Enfim, foi a população quem os escolheu. Temos que aguentar. Quem sabe a lição não seja esquecida nas próximas eleições.
Antonio Satchdjian continuar lendo

Milton Souza
9 anos atrás

Aumentar impostos na época de crise é como fazer uma canja com a galinha dos ovos de ouro.
Ate outubro o brasileiro vai trabalhar para pagar o que o governo não oferece, como saúde segurança, etc.
Depois disso ateh dezembro, vai pagar os bancos. E quando vê já esta trabalhando para pagar impostos novamente. continuar lendo

Renan Alves
8 anos atrás

Isto se deve a existência do político profissional no Brasil, que ao ser empossado já pensa na próxima eleição. O brasileiro que trabalha, produz e paga impostos sustenta este bando de parasitas e não sobra dinheiro para as coisas importantes e dever do estado. Com os governos Lulla/Dillma surgiu mais uma categoria de parasitas, os socialistas de contra-cheque, além das bolsas terroristas distribuidas aos baderneiros de outrora.. continuar lendo