Personagens literárias para quem eu advogaria

Personagens literárias para quem eu advogaria:

1. Lily - "É assim que acaba" de Colleen Hoover.
2. Tiffy - "Teto para dois" de Beth O’Leary

Contém spoiler

Os dois livros são bem diferentes. Contudo, eles retratam a violência contra a mulher. Em "Teto para dois" é abordado a violência psicológica, já em "É assim que acaba" é retratado a violência física.

Não vou trazer aqui as sinopses dos livros (que pode ser encontrados em qualquer site). Irei apenas interligar a literatura das obras com a violência contra a mulher.

É assim que acaba

“Ninguém é exclusivamente ruim ou exclusivamente bom. Algumas pessoas só precisam se esforçar mais para suprimir o lado ruim.”

Quem me conhece sabe que sempre julguei muito qualquer tipo de relacionamento abusivo. E eu não conseguia compreender como alguém permanecia em um relacionamento desse tipo, mesmo tendo todas as oportunidades para de sair dessa relação.

“É assim que acaba” foi o livro que abriu minha mente para compreender que o relacionamento abusivo nem sempre é apenas sofrimento e dor, e sim, a existência de um mar de emoções por trás do abuso. Logo, uma mulher que sofre violência doméstica não precisa ser julgada, ela precisa ser entendida e acolhida.

Genialmente, Colleen Hoover traz uma narrativa que nos leva a compreender as duas vertentes do relacionamento abusivo: primeiro, como ele é enxergado pelas pessoas do lado de fora; e segundo, como é fazer parte desse relacionamento.

No livro é possível compreender a personagem (Lily), e inevitavelmente se colocando no seu lugar e se sentir tão triste, abalada e impotente quanto ela.

Observamos que é muito fácil julgar os outros quando essa realidade não é vivida por nós, sendo difícil julgar a personagem e suas atitudes.

É um livro que nos leva a refletir.

Teto para dois

“- Quero consertar o que quer que meu ex-namorado tenha feito comigo.”

Você começa lendo o livro de maneira despretensiosa. Porém, é um livro que carrega diversas camadas de carga emocional.

Ao longo da narrativa a personagem (Tiffy) vai se dando conta que viveu um relacionamento abusivo, e que, porém, só foi perceber isso após seu fim.

É importante, neste ponto, a forma como a autora mostra as dificuldades que uma vítima de um relacionamento abusivo de cunho psicológico tem de reconhecer que essa também é uma forma de violência, e que, causa danos que muitas vezes duram toda uma vida.

O livro retrata como a violência psicológica pode passar despercebida e como isso pode afetar alguém por uma vida inteira. São abordadas as consequências e a importância do tempo na cicatrização de feridas que antes nem sabíamos que estavam lá.

Ver como o ex da Tiffy mexeu com o seu psicológico, como a fez desacreditar de si e como machucou seu psicológico, é perceber um cenário bastante comum na nossa sociedade, mas nem tanto discutido. Pois, ainda vivemos em um uma sociedade que o cenário da violência psicológica é "'menos'''' grave que a violência física.

Podem ler sem medo de errar.

AVISO: os livros podem ser gatilhos para pessoas que já passaram por relacionamentos abusivos.

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