Pimenta Neves é condenado a 19 anos de prisão
Os jurados, ao responder os quesitos, consideraram Pimenta culpado por homicídio duplamente qualificado - teve motivo torpe e usou recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Foi anunciado às 17h05 o resultado do julgamento do jornalista Antonio Pimenta Neves, ex-diretor de redação do jornal "O Estado de S. Paulo". Ele foi condenado a 19 anos de prisão e dois meses e 12 dias pelo assassinato da ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, ocorrido há quase seis anos.
Mas o ex-diretor de Redação do "Estadão" vai recorrer da decisão em liberdade porque o juiz Diego Ferreira Mendes, da 1ª Vara Criminal de Ibiúna (SP), entendeu que, por ter aguardado a maior parte do processo em liberdade, Pimenta poderá aguardar todos os recursos de sua defesa em liberdade.
Mendes argumentou que Pimenta Neves obteve de tribunais superiores o direito do recurso em liberdade. Após o crime, ele passou sete meses preso e, em março de 2001, conseguiu uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) para aguardar o julgamento fora da cadeia.
Após a formulação e leitura da sentença pelo juiz, o Ministério Público contestou a decisão, e recorreu para que o jornalista fosse preso, mas o pedido foi negado.
Os familiares de Sandra Gomide, que vinham reclamando do fato de Pimenta responder ao processo em liberdade, protestaram. Alguns parentes de Sandra simularam a aparência de "palhaço", pintando a ponta do nariz de vermelho.
Réu tinha como evitar crime
O juiz iniciou a leitura da sentença, explicando a decisão dos jurados: "Submetido o julgamento nesta data, os senhores jurados reconheceram a autoria e a letalidade, afastando a tese da semi-impuitabilidade do privilégio, acolhendo as duas qualificadoras pedidas pela acusação e não reconhecendo a existência de atenuantes em favor do réu".
Ao ler a sentença, o juiz destacou que "não é justo punir o simples e ignorante que não tem cultura e recursos da mesma forma que se pune uma pessoa esclarecida e repleta de oportunidades como o réu, que ainda que não estivesse em gozo do pleno discernimento emocional, possuía condição intelectual e financeira para procurar ajuda especializada".
Ele recordou, ainda, que Pimenta Neves não só atirou nas costas de Sandra, mas voltou a disparar, em direção á vítima, à queima roupa, quando ela já estava no chão.
Desde o início do julgamento, no dia 3, João Gomide, pai de Sandra, vinha manifestando sua revolta com o fato de Pimenta Neves estar em liberdade.
Na parte final do julgamento, após os debates, os jurados responderam a sete quesitos, a portas fechadas, durante a tarde de sexta-feira, dia 5, sem a presença do réu, do público e da imprensa. Permaneceram no Plenário do Júri o juiz, os jurados, o promotor, o advogado assistente de acusação e os advogados de defesa.
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