Afastamento para capacitação não reduz tempo de férias
Funcionária pode gozar de folga referente ao tempo que ficou ausente para realização de curso de pós-graduação, pois esses períodos são considerados de efetivo exercício
O agravo regimental interposto pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, em demanda contra uma professora que se afastou de suas atividades para cursar doutorado, foi rejeitado pela 2ª Turma do STJ O entendimento da Turma é de que o servidor federal tem direito à percepção de férias, com as consequentes vantagens pecuniárias, enquanto permanecer afastado para participar de curso de pós-graduação ou em licença-capacitação
O instituto interpôs recurso especial no STJ para modificar decisão do TRF5, que considerou que as férias são asseguradas aos servidores em afastamento autorizado, o que inclui o período de dedicação exclusiva a curso de pós-graduação
A alegação do instituto é que houve violação aos artigos 76, 78 e 102, inciso IV, da Lei 8112/90, pois a servidora, licenciada para o doutorado, não estava no exercício de suas atividades
Inicialmente, em decisão monocrática, o relator, ministro Humberto Martins, negou provimento ao recurso especial e reconheceu o direito da servidora às férias com abono de um terço O instituto entrou com agravo regimental, para submeter o caso ao colegiado da 2ª Turma
No julgamento do agravo, os ministros confirmaram que o servidor tem direito a férias nos períodos correspondentes ao afastamento para programa de pós-graduação stricto sensu no país ou para licença-capacitação, pois esses períodos são considerados de efetivo exercício, conforme os termos do artigo 102, incisos IV e VIII, da Lei 8112
Para o ministro Humberto Martins, não cabe a regulamento ou qualquer norma infralegal criar restrições ao gozo dos direitos sociais, mediante interpretação que afronte a razoabilidade e resulte na redução da intelecção conferida ao termo "efetivo exercício
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