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1 de Maio de 2024

Jornalista processa Bolsonaro por ofensa com insinuação sexual: "queria dar o furo"

Publicado por Juri Descomplica
há 4 anos

A repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, ingressou na Justiça com pedido de indenização por danos morais contra o presidente Jair Bolsonaro. O motivo é o ataque a ela com ofensa de cunho sexual e a reprodução do insulto em rede social dele.

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Em entrevista coletiva durante a saída do Palácio da Alvorada, o presidente da República disse, referindo-se à repórter: "queria dar o furo contra mim". A fala foi seguida por risos.

Também em decorrência de ataques de conotação sexual, os advogados de Patrícia processaram Hans River, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa, e Allan dos Santos, apresentador do canal online Terça Livre.

O caso

A declaração do presidente foi uma referência ao depoimento feito na CPMI das Fake News, no Congresso, por Hans River, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp.

Uma reportagem da Folha teria denunciado esquema ilegal de disparo de mensagens em massa no Whatsapp em favor de políticos, no qual empresas recorriam ao uso fraudulento de nome e CPFs de idosos para registrar chips de celulares.

Hans River do Nascimento passou a descredibilizar a reportagem dizendo que sua autora, a jornalista Patrícia de Campos Mello, se insinuou sexualmente a fim de conseguir informações.

Uma semana depois, Bolsonaro invocou a fala de Hans e ofendeu a jornalista.

Alegações

Os três processos têm como fundamento o art. 186 do CC/02, que enquadra como ilícitos os atos daqueles que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violarem direito e causarem dano a outras pessoas, ainda que exclusivamente moral.

Segundo texto da ação judicial contra o presidente, as mentiras de Hans na CPMI foram imediatamente difundidas através das redes sociais e, dias depois, ganharam enormes proporções após a fala do presidente.

"No rastro dessa difusão de ofensas e mentiras, o presidente da República, em mais um ato em que desconsidera completamente a liturgia do cargo que ocupa, assumiu para si o discurso ofensivo, desrespeitoso e machista contra Patrícia na sua matinal entrevista em frente ao Palácio da Alvorada", alega a defesa.

"Os danos sofridos por Patrícia são gravíssimos, podendo ser facilmente constatados diante do assédio sem precedentes sofrido por ela após a manifestação do presidente", argumenta.

Os advogados de Patrícia afirmam que "os danos morais, no caso em tela, além de servirem como reparação pela ofensa à honra e dignidade da autora, também devem possuir um caráter punitivo pedagógico, com o intuito de desestimular a conduta indevida do réu e de terceiros, sabendo que terão de responder pelos danos causados".

Na ação civil específica contra o ex-funcionário da Yacows, a defesa da jornalista afirma que "o réu se vale de evidente injúria sexual, de cunho machista, na tentativa de desmerecer a autora, o que tem efeitos sociais graves para além dos danos individuais, e merece dura reprimenda".

Segundo a petição inicial do processo, edição do Terça Livre veiculada em 12 de fevereiro teve como título "O Prostíbulo em Desespero" e propagou novas informações falsas sobre o episódio envolvendo Hans.

Direitos das mulheres

Nas causas cíveis contra Bolsonaro e Hans, o valor pedido de indenização é de R$ 50 mil. Na demanda relativa a Allan também é indicada como ré a pessoa jurídica Terça Livre, e o montante do ressarcimento requerido é de R$ 100 mil.

Nas petições iniciais, Patrícia se compromete a doar metade das indenizações que eventualmente receber ao Instituto Patrícia Galvão de Comunicação e Mídia, que atua na defesa dos direitos das mulheres.

+ Tese da Exclusão do ICMS sobre pis/cofins

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fonte: Migalhas

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11 Comentários

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Parece piada. A pseudo jornalista que mais propaga Fake News, declaradamente militante política, processando outro colega jornalista por "ofensa a honra". continuar lendo

Adeilson: Eu não estou defendendo nenhum dos lados, mas esse seu argumento é "incolável". Sua vizinha pode ser de fato filha de uma prostituta. Mas se vc a chamar de "filha da p..." certamente ela terá o direito de impetrar uma Queixa-Crime contra vc, por injúria. continuar lendo

Muito triste me deparar com comentários, advindos de juristas e operadores do Direito, relativizando (e até mesmo apoiando) a atitude totalmente reprovável do Presidente, por motivações claramente políticas.
Inobstante à conduta da jornalista, não existe motivo para ataques de cunho sexual e machista, ainda mais partindo do "maior representante" do nosso país, em pleno 2020. continuar lendo

Não entedi? Ela não queria dar um furo mesmo? O problema foi o artigo usado na frase. A frase ficou duplo sentido. Simples assim.
Os jornalistas não amam propagar "notícias" que eles juram ter origem em uma fonte, que não divulgam por causa do sigilo, mas, que no fim das contas, não sabem se são verídicas ou não.
Não há duplo sentido nisso também.
O presidente não tem direito à liberdade expressão? Tem que medir as palavras?
Está difícil viver esses últimos 20 anos!
Liberdade de expressão e defesa do estado democrático de Direito apenas para alguns! continuar lendo

Eu assisti ao depoimento do Hans River na CPi e me pareceu que ele só disse a verdade, visto a reação descabelada dos "puliticu" que ele citou.
Até prova em contrário o Hans não mentiu. continuar lendo

na verdade ele só confirmou um depoimento anterior. Ele já tinha dito exatamente as mesmas coisas antes. Acreditaram que, como pagaram para ele, ele iria jogar no time deles, mas não. Ele é apenas comerciante e se sentiu desobrigado a partir do momento em que entregou o produto. continuar lendo