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16 de Junho de 2024

Justiça absolve jovem após pais investigarem caso e contestarem a polícia

Publicado por Enviar Soluções
há 6 anos



A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio absolveu um jovem de 22 anos após seus pais investigarem o caso por conta própria e entregarem à Justiça as provas que encontraram. O contador José Ricardo Germano Fortuna, de 48 anos, e a pedagoga Luciana da Silva Fortuna, de 43, conseguiram reunir imagens de câmeras de segurança que flagraram a abordagem ao jovem — que, à época, cursava Administração — e contestaram a versão dos policiais que acusavam o estudante de portar drogas e ter resistido à abordagem.

De acordo com o voto da desembargadora Gizelda Leitão Teixeira, relatora do processo, os depoimentos dos policiais civis “não se coadunam com as imagens do vídeo, posteriormente confirmadas pelas testemunhas presenciais, que afirmaram que o apelante não estava armado nem com mochila nas costas e que o disparo efetuado pelo policial na perna do apelante não foi no local da abordagem, pois restou claro, tanto pelas imagens quanto pelos relatos das testemunhas presenciais que o ora apelante saiu correndo do local”.

O jovem foi abordado por dois agentes da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) em Maria da Graça, na Zona Norte do Rio, em julho de 2016. Em depoimentos na delegacia e à Justiça, os policiais disseram que ele reagiu tentando sacar um revólver e ainda tinha quatro quilos de maconha numa mochila. O vídeo apresentado pelos pais à Justiça mostra uma cena diferente da relatada pelos agentes da DCOD: no momento em que é abordado, o jovem foge, correndo uma distância de pelo menos 20m. Não é possível ver arma nem mochila com ele.

Os pais também localizaram duas testemunhas que aparecem nas imagens da câmera sentados num bar em frente ao local da abordagem. À Justiça, ambos corroboraram o que aparece nas imagens: “O policial mandou ele levantar a camisa. Ele levantou e saiu correndo. (…) Não estava com arma, não. (…) Não tinha mochila nenhuma”, afirmou uma das testemunhas.

O jovem foi abordado por dois agentes da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) em Maria da Graça, na Zona Norte do Rio, em julho de 2016. Em depoimentos na delegacia e à Justiça, os policiais disseram que ele reagiu tentando sacar um revólver e ainda tinha quatro quilos de maconha numa mochila. O vídeo apresentado pelos pais à Justiça mostra uma cena diferente da relatada pelos agentes da DCOD: no momento em que é abordado, o jovem foge, correndo uma distância de pelo menos 20m. Não é possível ver arma nem mochila com ele.

Os pais também localizaram duas testemunhas que aparecem nas imagens da câmera sentados num bar em frente ao local da abordagem. À Justiça, ambos corroboraram o que aparece nas imagens: “O policial mandou ele levantar a camisa. Ele levantou e saiu correndo. (…) Não estava com arma, não. (…) Não tinha mochila nenhuma”, afirmou uma das testemunhas.

Só um lado da história

A busca pela verdade deixou sequelas no casal. Os dois perderam os seus empregos. Já o filho, mesmo em liberdade e recuperado da lesão causada pelo tiro que o acertou, ainda não voltou a estudar. Atualmente, ele está procurando emprego.

“Ele já se inscreveu em vários processos seletivos. Quando veem que ele foi réu, desistem de contratá-lo. Sofremos uma grande injustiça. Mas a verdade veio à tona. Agora, o que mais desejamos é virar a página e que ele possa seguir a vida”, afirma José Ricardo.

(Fonte: Amaerj)

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8 Comentários

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Edu Rc
5 anos atrás

Este tipo de problema é grave, pois tira a credibilidade da polícia. continuar lendo

Rogério Silva
4 anos atrás

Quem dera que esta fosse à única questão amados!

Ser negro, infelizmente é um risco...!
E não adianta queremos esconder isto...!
São atitudes como esta; que não é um fato isolado, que nos mostrar isto na prática!

Rogério Silva continuar lendo

"A polícia matou o estudante, falou que era bandido, chamou de traficante..."
Gabriel o Pensador continuar lendo

Tatiana Coelho PRO
5 anos atrás

Realmente a polícia com esta conduta de forjar quem não está com entorpecentes, seja pq já teve alguma passagem (mesmo sem condenação - pois, não verificam se houve ou não condenação) ou pq estava próximo de algum local que há venda de entorpecentes, já abordam como se fosse algum bandido.
Com isso, o sistema penitenciário que já está com superlotação, piora ainda mais com esta conduta da polícia forjar os cidadãos.
E nem sempre há câmeras nos locais, como os pais do rapaz conseguiram, a fim de provar que tudo não passou de uma forja. continuar lendo

Kadu Mourão PRO
5 anos atrás

A combinação de se considerar depoimentos de funcionários públicos (e, no caso, de policiais) com fé pública acaba fortalecendo desproporcionalmente um certo coleguismo, em que cada um depõe de maneira a não prejudicar seus pares.

Exemplo disso é a prática de, quando de uma denúncia de tráfico, saírem sempre três policiais para averiguar o ocorrido - um para conduzir a investigação e outros dois para servirem como testemunhas.

Se não me engano, depoimentos exclusivamente feitos por policiais não poderiam servir par condenações ou mesmo para instauração de inquéritos, mas não sei se na prática é isso que se observa. continuar lendo