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16 de Junho de 2024

O papa Francisco defendeu a indissolubilidade do casamento, condenou o divórcio e reiterou que a família é composta por um homem e uma mulher

O discurso foi feito neste domingo (04/10/2015), no Vaticano, na inauguração do Sínodo de bispos.

Publicado por Adeilson Oliveira
há 9 anos

O papa Francisco defendeu a indissolubilidade do casamento condenou o divrcio e reiterou que a famlia composta por um homem e uma mulher

O papa Francisco defendeu a indissolubilidade do casamento, condenou o divórcio e reiterou que a família é composta por um homem e uma mulher ao inaugurar neste domingo, no Vaticano, o Sínodo de bispos.

Em sua homilia, pronunciada durante a missa solene em São Pedro, diante de 400 cardeais e bispos de todo o mundo por ocasião do segundo sínodo sobre a família em um ano, o papa reconheceu que a Igreja deve defender os valores tradicionais em um "contexto social e matrimonial bastante difícil".

Aos prelados pediu que se "busque sanar os casais feridos com o óleo da misericórdia", um princípio básico de seu pontificado.

De 4 a 25 de outubro, cerca de 400 cardeais e bispos, provenientes de todos os continentes, debaterão pela segunda vez em um ano sobre os desafios encarados pela família católica, em crise diante das mudanças da sociedade moderna.

Uma série de questionários enviados a pedido do Papa às dioceses de todo o mundo colocaram em evidência a distância entre a doutrina severa da Igreja e a prática dos fiéis.

O primeiro sínodo ou assembleia de bispos sobre a família, celebrado há um ano, revelou as profundas tensões e divergências que reinam dentro da Igreja católica, apesar de compartilhar uma série de conceitos básicos.

Os 360 "padres sinodais" convidados pelo Papa, desta vez sabiamente escolhidos entre conservadores e progressistas, debaterão sobre temas delicados, sem a obrigação de chegar a uma conclusão.

Pela primeira vez 18 casais participarão dos debates, que deverão apresentar sua própria visão como leigos diretamente envolvidos.

Para o Papa de origem argentina, a família tradicional está vivendo uma crise profunda, que afeta o conjunto da sociedade e em particular a Igreja, de cujas diretrizes oficiais muitos fiéis se afastaram.

"A aliança entre o homem e a mulher é a resposta aos desafios do mundo atual, sendo, por sua vez, modelo da gestão sustentável da criação", afirmou na quarta-feira o Papa durante a audiência geral no Vaticano.

Francisco, que se apresenta como um religioso aberto ao diálogo, disposto a ouvir as partes, é um conservador em assuntos doutrinários.

Embora tenha reconhecido recentemente que é justo e necessário que um casal se separe quando há violência, reiterou em seus quase três anos de pontificado a condenação ao aborto, ao casamento homossexual e à eutanásia, embora com um tom menos agressivo e reivindicativo em comparação com seus antecessores.

O principal conflito que os bispos enfrentarão gira em torno dos divorciados que voltam a se casar.

Para a Igreja o casamento é indissolúvel e não reconhece o divórcio civil, razão pela qual não permite que os católicos divorciados que voltam a se casar recebam a comunhão.

Livros, petições, simpósios de um lado e de outro pedem de um lado maior flexibilidade e do outro exigem a inviolabilidade da doutrina.

Uma petição lançada há vários dias na página Change. Org, a pedido de vinte teólogos de todo o mundo, solicita ao Papa e ao Sínodo que autorize a comunhão aos divorciados que voltam a se casar.

A petição já superou as dez mil assinaturas.

Reina um clima tenso, com príncipes da Igreja que se acusam mutuamente.

Muitos temem que no decorrer deste ano tenha se constituído um núcleo duro, "dedicado mais a frear que a propor" reformas, afirmaram à AFP fontes religiosas.

No início de setembro, com um golpe astuto, o Papa simplificou o procedimento para a nulidade do casamento, que também será gratuito, resolvendo antecipadamente um dos problemas sobre o tapete.

A reforma democratizou o trâmite, mas não modificou os motivos que justificam as anulações, assunto que será abordado durante o sínodo.

Alguns setores progressistas manifestaram suas dúvidas sobre o resultado do sínodo e temem que o Papa das reformas e da renovação acabe por decepcioná-los.

"Não entendo a estratégia do Papa. Por um lado encoraja o debate e por outro parece encerrá-lo", comentou recentemente um vaticanista americano.

Os grandes temas que fazem muitos católicos sofrerem, como a comunhão dos divorciados ou a discriminação dos casais com o mesmo sexo, podem cair no esquecimento.

Francisco deverá elaborar, se assim decidir, um documento Papal que para muitos observadores marcará a direção que seu pontificado tomará.

Fonte: DiariodePernambuco

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35 Comentários

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Alessandra Strazzi
8 anos atrás

Ele pode defender o que ele quiser dentro da religião dele. Errado é quem tenta trazer isso para dentro do Estado Laico. continuar lendo

Aline Fracalossi
8 anos atrás

Justamente. Essa é a questão. A Igreja não precisa mudar a fala dela. As pessoas que precisam lembrar que o Papa não fala em nome do Estado, mas em nome de uma instituição e, sua fala, vale apenas para esta instituição. continuar lendo

Concordo com você Aline. A Igreja que prega o verdadeiro evangelho jamais irá mudar os conceitos, que são bíblicos, pois Deus nos passou isso e ponto. Como nosso Estado é laico, segue esses princípios que quer e cabe a nós respeitar a opinião de todos. continuar lendo

E mais Aline e Thais, Alessandra, ele fala para e pelos católicos, se existe um ponto que incomoda os católicos, exemplo "aborto", "liberação das Drogas", Assim como qualquer líder ideológico, como sindicato, atea, ele TEM o direito de falar o que pensa e como o brasil é uma república livre tem o direito de tentar defender os pensamentos dos católico, bem como tentar mudar o estado laico sim. Caberá ao Estado por seus representantes analisar o que por ele foi dito e se convém ao pais adotar tal postura. continuar lendo

Alair Henrique
8 anos atrás

O EStado pode ser laico, mas eu não sou e eu sou o estado, portanto, o estado me representa, e se eu acho que casal é homem e mulher, e a maioria pensa igual a mim, o estado tem que acatar, e ponto final, o resto é só choradeira. continuar lendo

David Devasconcelos
8 anos atrás

Caras colegas Alessandra, Aline e Thais, vocês parecem ainda não ter entendido o poder das palavras de uma liderança religiosa como o papa Francisco. Tampouco parecem ter entendido a importância da religião na vida de muitas pessoas. Em uma democracia, se a maioria da população respeita e obedece os ensinamentos do papa ou de outras lideranças cristãs, a vontade dessa maioria DEVE ser atendida por seus representantes no Congresso Nacional! Não é uma faculdade que pode ser levada em conta ou não, é um dever! Apenas para dar um exemplo, a Suprema Corte americana só teve segurança para legalizar o casamento entre homossexuais depois de várias pesquisas terem apontado o apoio da maioria da população a medida e mesmo assim o país está tendo problemas com juízes pedindo afastamento do cargo para não celebrar essas uniões. Sem falar no caso da tabeliã que foi presa. Um último alerta: quando a vontade da maioria em uma democracia não é respeitada a reação pode ser muito séria e grave. E, no caso do Brasil, isso já parece estar acontecendo...! continuar lendo

Eduardo Sefer
8 anos atrás

Acho curioso observar que certos cavalheiros esperam que o Patriarca romano não se porte como tal. Acaso deveria agir diferentemente? Declarar que as doutrinas da igreja estão erradas? Francamente... continuar lendo

Ana Nunes
8 anos atrás

Feliz é quem não precisa de nada disso....não precisa de um Patriarca Romano com suas doutrinas arcaicas... continuar lendo

David Devasconcelos
8 anos atrás

Isso é uma questão de ponto de vista, cara Ana Nunes. Milhões em todo o mundo parecem estar muito felizes respeitando a liderança e seguindo as "doutrinas arcaicas" do sumo pontífice. O que os materialistas (como a senhorita parece ser) não entenderam ainda é que em um mundo com tanta violência, corrupção, doenças e vícios de toda ordem, as pessoas estão voltando-se como nunca antes para a religião. Talvez em busca de um norte, de uma orientação, de um rumo. Talvez apenas em busca de um pouco de paz. Não tenho uma única resposta para isso. O importante é que esses milhões estão encontrando alguma felicidade em sua fé e devem ser respeitados também. continuar lendo

Ana Nunes
8 anos atrás

Mais uma vez a igreja tentando controlar a vida do cidadão.
Fácil pra eles dizer isso, nem casados são, pra saber o que é um casamento falido.
A questão vai muito além de violência.
Na minha opinião ele é mais um homem mortal como todos os outros, passível de erros e pecados como qualquer um.
O respeito, mas agora a igreja querer decidir pela pessoa é um pouco demais. Religião infelizmente causa mais males do que benefícios, aliena as pessoas, causa ódio, separações.
Eu não acredito em palavas que dizem ser de Deus ditas pelos homens!!!! continuar lendo

Aline Fracalossi
8 anos atrás

"Mais uma vez a igreja tentando controlar a vida do cidadão." = que coisa estúpida. Ninguém é obrigado a seguir nenhuma doutrina. Segue quem quer. Outra coisa, a Igreja Católica nunca excluiu as pessoas que se divorciam, pelo contrário, existem n trabalhos desenvolvidos especialmente para esses casais, para trazê-los de volta pra Igreja. Só não lhes é permito casar novamente. Pois o casamento, para a Igreja, não é um contrato, e sim um sacramento. Uma temática bem abrangente para ser pseudo-resumida com base na interpretação de um terceiro do que foi dito pelo Papa. continuar lendo

Ana Nunes
8 anos atrás

Cara Aline
Claro que não é mas controla quem a segue, condena que não a segue, quer sim!!!! Estupido é quem não enxerga isso.
Claro que exclui, não pode se casar novamente ou seja, exclui seu novo casamento, não deixa a pessoa receber comunhão, ou seja a exclui de receber o sacramento. É uma forma de penalidade...
Então para uma pessoa que tem sua fé, sua religiosidade, já pensou como ela se sente????
Vai perder adeptos cada vez mais.
E além do mais é muito raso dizer não obriga isso, não obriga aquilo, mas a questão é o que faz com quem a segue.
Mas feliz aquele que acorda e não precisa de ter alguém ditando regras, seguindo dogmas absurdos.!!! continuar lendo

Jose Junior
8 anos atrás

Concordo com você Ana Nunes, a verdade é que todas as religiões tentam controlar seus fies. Quem já segue uma religião normalmente é manipulado por sua boa fé. continuar lendo

Daqui a pouco vão dizer que o Papa cometeu bulling só pq defendeu a Família. Quem gosta tudo bem , mas querer por na cabeça das pessoas que a união do mesmo sexo é normal, isso não. O papa tem o objetivo de preservar a família que é composta por um homem e uma mulher . continuar lendo