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17 de Junho de 2024

PSOL apresenta ação no Supremo para descriminalizar o aborto

Partido argumenta que impedir que mulheres interrompam a gestação com até três meses de gravidez viola princípios fundamentais previstos na Constituição.

Publicado por L & F
há 7 anos

PSOL apresenta ao no Supremo para descriminalizar o aborto


O PSOL protocolou nesta terça-feira (7) uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) na qual pede a descriminalização do aborto por parte de gestantes que tenham até três meses de gravidez. O partido argumenta que impedir a interrupção das gestações viola princípios fundamentais das mulheres.

Em novembro do ano passado, a 1ª Turma do Supremo decidiu, ao analisar um caso específico, que o aborto até o terceiro mês de gravidez não é crime. Apesar de ter sido uma decisão de uma turma, que é formada por apenas cinco dos 11 integrantes do tribunal, a iniciativa pode influenciar a decisão de juízes pelo Brasil.

Na ocasião, os magistrados analisavam da 1ª Turma analisavam um processo em que cinco pessoas foram presas em uma clínica de aborto em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Para os ministros Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Edson Fachin, a criminalização do aborto ainda no primeiro trimestre da gravidez fere a Constituição.

À época, Barroso disse que nenhum país desenvolvido criminaliza o aborto na fase inicial da gravidez e citou como exemplos a Alemanha e a França.

O ministro do STF ressaltou ainda que é dever do Estado evitar o aborto com políticas de educação sexual, distribuição de anticoncepcionais e uma rede de proteção e apoio às mulheres.

O Supremo, no entanto, não definiu se essa decisão valerá para todos os futuros casos, ainda que possa abrir precedentes.

Dois artigos do Código Penal tratam do aborto com consentimento da gestante. A lei estabelece penas de um a três anos de prisão para a mulher que provocar aborto em si mesma ou consentir que outra pessoa o provoque. Define ainda punição de um a quatro anos de prisão para a pessoa que realizar o aborto com consentimento da gestante.

Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) protocolada nesta terça no STF, o PSOL argumenta que a lei em vigor viola os princípios fundamentais da dignidade da pessoa humana, da cidadania e da não discriminação, além dos direitos fundamentais à inviolabilidade da vida, à liberdade e à igualdade.

De acordo com dados de uma pesquisa sobre aborto apresentada pelo partido no documento, mais de 500 mil mulheres fizeram aborto no Brasil em 2015.

Liminar

O PSOL pede que seja concedida uma liminar (decisão provisória) para suspender prisões em flagrante, inquéritos policiais e andamento de processos ou efeitos de decisões judiciais que pretendam aplicar ou tenham aplicado os artigos do Código Penal a casos de interrupção da gestação induzida e voluntária realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.

A legenda solicita ainda que o tribunal superior reconheça o direito constitucional das mulheres de interromper a gestação e dos profissionais de saúde de realizar o procedimento.

“Ao embrião ou feto é reconhecido o valor intrínseco de pertencimento à espécie humana, por isso, a proteção infraconstitucional gradual na gestação. No entanto, essa proteção não pode ser desproporcional: tem que ter como limites o respeito à dignidade da pessoa humana, à cidadania, à promoção de não discriminação e aos direitos fundamentais das mulheres”, argumenta o partido na ação judicial.

Câmara

A decisão do ano passado da 1ª Turma do STF levou a Câmara dos Deputados a se movimentar para tentar impedir o aborto mesmo nos casos com menos de três meses de gestação.

No mesmo dia, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), determinou a criação de uma comissão especial para discutir o tema. O objetivo de Maia é rever a decisão tomada pelo Supremo sobre aborto.


À época, Maia disse que pretende adotar essa medida toda vez que o STF resolver legislar no lugar do Congresso, "ratificando ou retificando a decisão" do tribunal.


Fonte: G1

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8 Comentários

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Fernando Lazarini
7 anos atrás

Comunistas. Passa o tempo mas eles continuam os mesmos. continuar lendo

Euclides Araujo
7 anos atrás

Nobres colegas, novamente reitero, o tema é indigesto e divide opiniões. Lamentavelmente, estamos assistindo no Brasil, o poder judiciário (STF), incitado por alguns grupos, fazendo às vezes do poder legislativo em flagrante contradição com a Constituição Federal, ante a inércia do Congresso Nacional, onde seus agentes políticos preocupam-se, somente em salvar seus pescoços da guilhotina, principalmente agora, com a iminência da divulgação da delação da Odebrecht, uma inércia que é contrária aos anseios populares. Em um país sério, isto não aconteceria, pois uma matéria deste porte, não pode ser decidida por uma Corte de 11 membros, trata-se de uma matéria que deve ser bem discutida pela sociedade, por meio de debates e audiências públicas nas duas casas legislativas, Câmara e Senado. Cabe ao judiciário na figura do STF, o controle constitucional e não o controle na elaboração de temas de competência do legislativo Federal, estamos vivenciando uma verdadeira inversão de papeis institucionais. Olha, ultimamente o STF, vem derrapando na curva feio de forma reiterada é lamentável para não dizer, assombroso. Vamos aguardar mais um capítulo desta novela tupiniquim do núcleo da toga Suprema. Em relação ao tema, apoio somente o aborto legal, ou seja, as exceções previstas em lei. Art. 128 do C. Penal - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário. I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro. II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. A exceção prevista na norma já é suficiente. Em caso de anencéfalos, cabe aos genitores pleitear o direito do aborto junto a justiça. continuar lendo

Eduardo Sefer
7 anos atrás

Essa turba de patetas não consegue aprovar seus projetos de forma democrática num parlamento.

Ora, o que fazer?

Rogar ao Supremo que desfaça a lei num estalar de dedos. continuar lendo

Isa Bel
7 anos atrás

Tinha q ser o PSOL...comunistecos, socialistescos, babacas. Quer institucionalizar o assassinato com o dinheiro alheio. Pior, meu dinheiro. Não concordo. Se há pessoas q concordam em pagar pelo aborto, caso seja descriminalizado pelos dementes de plantão do legislativo e judiciário, que façam uma vaquinha entre abortistas e aborteiros, fundem um clube, sugiro até um nome: Bebês vão se ferrar. E com o dinheiro das anuidades, financiem o abatedouro infantil. Mas com dinheiro de todos os contribuintes, inclusive pessoas decentes que são contra o abortadouro, não dá. continuar lendo

Paulo Roberto Farat
7 anos atrás

Partido extremista nas idéias e amoral.
Assassínio de bebês ainda por nascer, já é abominável pela lei dos homens, tanto mais pela Lei imutável de Deus.
O sexo foi criado por Deus.
Se degenerou, é consequência da promiscuidade dos homens e mulheres.
Não culpem os bebês não nascidos. De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem plantar, assim colherá. continuar lendo