Sem consignado, aposentado paga até 453% a mais por empréstimo
Novos aposentados só podem tomar consignado após 90 dias; especialista mostra que outras linhas custam muito mais caro e pioram endividamento
A nova regra do INSS que restringe empréstimos a novos beneficiários é uma “medida infeliz” e vai empurrar o aposentado para empréstimos muito mais caros, avalia o economista Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
“Eu acho que é uma medida infeliz porque está interferindo no poder de decisão do aposentado. Só faz um consignado quem precisa do dinheiro, e se o aposentado é impedido de ter uma linha mais barata, ele vai ter que recorrer a uma linha mais cara, o que vai aumentar seu endividamento, ou, na pior das hipóteses, ele nem sequer vai conseguir esse dinheiro”, diz.
Consignado é, de longe, a de crédito mais barata
Segundo o último levantamento da Anefac, no mês de fevereiro, as taxas médias do consignado para aposentados e pensionistas estavam em 1,90% ao mês, ou 25,4% ao ano. Caso não tenha acesso a essa linha de crédito, a opção será tentar um empréstimo pessoal, que está na faixa dos 5,5% ao mês.
“Mas é bem mais difícil o acesso a esse crédito, o que acaba empurrando o aposentado para o empréstimo com linhas de créditos bem mais caras, como o crédito para negativados”, diz.
Nessas linhas de crédito, as taxas de juros mais baixas estão em 12% ao mês. “Mas chegam a 21,33% ao mês”. Compare o custo:
Sem consignado, aposentado pode pagar até 453% a mais por empréstimo
Se o aposentado precisar tomar R$ 1.000 emprestados em 36 meses, compare quanto custaria cada crédito:
Consignado (1,90% ao mês, em média):
36 parcelas de R$ 38,61 (total R$ 1.389,96)
Empréstimo pessoal (5,5% ao mês, em média)
36 parcelas de R$ 64,37 (total R$ 2.317,19)
67% a mais
Empréstimo para negativados (12% ao mês, em média)
36 parcelas de R$ 122,06 (total de R$ 4.394,16
216% a mais
Empréstimo para negativados (21,33% ao mês, taxa mais alta)
36 parcelas de R$ 213,50 (total de R$ 7.686,00)
453% a mais
Fonte: Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac
“O que o governo fez equivale a proibir a venda de carros porque tem gente que morre no trânsito. A solução é aumentar o nível de educação financeira do brasileiro, e não proibir o acesso ao crédito, pois os aposentados precisam do dinheiro para complementar a renda, comprar remédio, etc. Proibir o acesso ao crédito mais barato vai agravar a situação financeira do aposentado”, avalia Oliveira.
Fonte: R7
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