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6 de Maio de 2024

"Estamos caminhando para um Estado policial"

"Não é adequado que o advogado de uma pessoa que está envolvida em vários escândalos de corrupção e que está fora do exercício por decisão do Supremo seja o ministro da Justiça".

Publicado por Carla
há 8 anos

Estamos caminhando para um Estado policial

Por Debora Melo

"Eu não diria que foram manifestações. Foram atos que não configuram uma manifestação porque não tinham nada a pleitear. Eles agiram como atos de guerrilha."Desta forma o então secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, reagiu aos protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff, que no dia 10 de maio bloquearam vias importantes de São Paulo.

Na segunda-feira 16, recém-empossado ministro da Justiça e Cidadania do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), Moraes disse à Folha de S. Paulo que nenhum direito é "absoluto". Com a mudança de governo, a pasta da Justiça passou a incorporar as atribuições do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos.

Em entrevista a CartaCapital, o jurista Marcelo Neves, professor titular de Direito Público da Universidade de Brasília e doutor em Direito pela Universidade de Bremen (Alemanha), afirma que a fusão das pastas e a nomeação de Moraes indicam que os setores ligados às minorias e aos direitos serão fragilizados, ao passo que a repressão policial deve ganhar força.

Leia a entrevista:

CartaCapital: O que podemos esperar do Ministério da Justiça de Alexandre de Moraes?

Marcelo Neves: Se nós considerarmos os antecedentes, o passado dele, vemos que ele está mais ligado à postura da repressão. Repressão aos estudantes, aos movimentos sociais. A perspectiva, portanto, é que o foco nos direitos e na cidadania se perca, se enfraqueça, enquanto a dimensão mais repressiva e policial do Ministério da Justiça deve ganhar significado.

CC: Moraes disse à imprensa que os protestos contra o impeachment foram “atos de guerrilha” e que nenhum direito é absoluto, incluindo o direito à manifestação...

MN: Essas declarações indicam exatamente que estamos caminhando para um Estado policial. Para criar este Estado policial, não há melhor ministro que o Alexandre de Moraes. Ele é o mais adequado.

As garantias e os direitos dos cidadãos, principalmente das camadas mais pobres, das camadas subalternas e dos movimentos sociais, serão restringidos, serão alvo de fortes ataques e ofensas. Essa ideia de que o movimento social se confunde com guerrilha é muito perigosa, beira a posturas fascistas.

CC: Faz sentido incorporar as pastas das mulheres, da igualdade racial e dos diretos humanos ao Ministério da Justiça? Qual a consequência dessa fusão?

MN: A ideia de que a máquina estatal será reduzida ao reduzir o número de ministérios é totalmente falsa. Essa fusão vai, na verdade, fragilizar aqueles setores que são ligados às minorias, ligados aos direitos e, dessa maneira, torná-los secundários.

CC: O senhor tem alguma opinião a respeito da obra e do trabalho de Alexandre de Moraes, como constitucionalista e como advogado?

MN: O Ministério da Justiça não é indicado para um advogado que defendeu cooperativas suspeitas de realizarem lavagem de dinheiro para o PCC. É um advogado problemático para assumir a pasta. Não que os criminosos não tenham direito a defesa, mas, para a pasta da Justiça, ele não é adequado.

Como professor, ele é um professor mais superficial. Ele escreve livros para concurso, para o típico concurso brasileiro, que está dando errado. Os concursos brasileiros são de ‘decoreba’, não levam juízes e procuradores a refletir. Nós estamos criando uma geração de juízes e promotores totalmente alienados, sem capacidade reflexiva sobre os problemas jurídicos. Então esse tipo de manual para concurso é superficial, prejudica a formação daqueles que seguem as carreiras jurídicas.

Estamos caminhando para um Estado policial

CC: Ele também defendeu o Eduardo Cunha em uma ação.

MN: O advogado pode defender criminosos, e os criminosos merecem defesa, mas isso não quer dizer que ele pode se legitimar para um cargo político dessa dimensão. Não é adequado que o advogado de uma pessoa que está envolvida em vários escândalos de corrupção e que está fora do exercício por decisão do Supremo seja o ministro da Justiça. Não tem sentido, é totalmente inadequada e inoportuna essa escolha.

CC: O senhor acha que o Supremo ainda vai ser chamado no processo de impeachment?

MN: Eu acho que o Supremo pode ser chamado, mas, como tem tido uma postura muito parcial, a Corte tenderá a admitir tudo que for feito para a manutenção do impeachment. O Supremo já demonstrou que está perdido neste processo e que não está atuando corretamente. Seja pelas declarações e prejulgamentos, especialmente do ministro Gilmar Mendes, mas também de ministros como Celso de Mello.

No caso do Gilmar, as práticas são as mais diversas, terminando por dizer que o governo poderia ir "para o céu, o papa ou o diabo", que não ia resolver. O Celso de Mello legitimou os vazamentos ilegais quando respondeu que o STF não estava "acovardado".

Isso fere a questão das normas de suspeição. É muito grave essa situação de prejulgamento, de manifestações antecipadas. Se um juiz qualquer fizesse isso no plano municipal ou estadual, em relação a prefeitos e governadores, um juiz que não fosse graúdo seria com certeza punido.

É triste ver essa postura do Supremo, que mostra parcialidade e, em alguns momentos, posturas inexplicáveis, como a morosidade da decisão sobre Cunha, tomada depois que toda a obra conduzida por ele já tinha sido feita. Com isso vem o reconhecimento de que ele não teria condições de estar na presidência da Câmara, nem sequer como deputado. Isso mostra certas incoerências, mostra que o Supremo está perdido em incoerências.

CC: Estar perdido é um ato involuntário?

MN: É, em parte, voluntário. O Judiciário, especialmente o Supremo, está muitas vezes mais preocupado em dar uma resposta à grande mídia do que decidir, em termos jurídicos, temas relevantes.

CC: A fala do Lula sobre o STF “acovardado” pode ter influenciado ainda mais o comportamento dos ministros?

MN: É muito natural que, em conversas privadas, se fale algo que não deve ser posto publicamente. Isso não é crime. Isso é uma conversa privada que não deveria ser divulgada porque é irrelevante para a dimensão de qualquer elemento criminal.

A resposta [dada pelo ministro Celso de Mello] fortificou essa postura do Supremo por um tipo de corporativismo, por um tipo de vaidade injustificada pela qual os ministros estão tomados. Então isso realmente o tornou não só acovardado, mas capturado pelo projeto golpista. O Supremo está totalmente capturado pelo projeto golpista.

CC: O senhor defende algum tipo de punição para o juiz Sergio Moro por conta do episódio dos grampos?

MN: Sim, ele praticou um crime. Ele está enquadrado no artigo 325 do Código Penal e também no artigo 17 da resolução 59 do CNJ. Essa resolução foi aprovada na época do ministro Gilmar Mendes, que no CNJ atuou bem, foi um bom presidente.

O delegado Protógenes Queiroz foi condenado pelo artigo 325 exatamente por divulgar material sigiloso. A operação Satiagraha foi anulada por muito menos. Mas agora existem dois pesos e duas medidas. Esse juiz, no meu entender, praticou crime.

CC: Qual deve ser o futuro da Operação Lava Jato?

MN: Eu diria que existe uma probabilidade grande de que agora haja um controle da Polícia Federal e uma maior pressão sobre o Ministério Público para que todas essas operações sejam enfraquecidas.

Se elas forem ampliadas, elas tendem a encontrar muitos desses envolvidos com o governo. Então a tendência é que se retorne ao modelo de Fernando Henrique Cardoso na busca do engavetamento de casos, na busca de uma Polícia Federal obediente. Eles dizem que não, mas o potencial é muito grande. Temer e vários dos seus importantes ministros podem ser alcançados e punidos, então é evidente que eles fiquem mais suscetíveis a criar barreiras para a operação.

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A desonestidade intelectual e o rancor pautam esta entrevista. Seja do entrevistado, seja do entrevistador.

Quando Alexandre de Moraes fala em “ato de guerrilha”, ele se refere às manifestações que fecharam ruas e estradas com fogo nos pneus, com claro intuito de prejudicar a vida dos cidadãos em geral. A entrevista, além de omitir propositalmente este fato, leva a declaração a um patamar que não foi abordado pelo Ministro da Justiça.

A parte da restrição das “garantias e os direitos dos cidadãos” é total invencionice do entrevistado. Ele diz isto só para criar uma factóide, sem, obviamente, provar!

A redução do Estado com a extinção de ministérios é algo mais do que certo de se fazer. “Setores ligados às minorias” e “ligados aos direitos” que nada mais fizeram do que privilegiar – inclusive financeiramente – os partidários do governo não demonstrou nenhuma importância à nação! Além do mais, sendo pastas, estarão com suas estruturas mais enxutas, menos burocráticas e mais objetivas. A diferença é que a cabide de empregos diminui absurdamente...

Ademais, beira ao absurdo questionar a atuação profissional de Alexandre de Moraes. Quer dizer, um advogado atuar na defesa criminal de clientes lhe obsta tomar a direção de cargos públicos? Alguém questionou isto quando Márcio Thomas Bastos ou José Eduardo Cardozo tomaram posse? É até estranho o entrevistado ter falado sobre o Ministro já ter sido advogado de defesa de Eduardo Cunha, enquanto não deu um pio com Cardozo na AGU atuando de maneira irregular (fora das atribuições institucionais) na defesa pessoal da presidente afastada Dilma.

A OAB deveria repudiar publicamente esta entrevista! Uma afronta à advocacia...

Para finalizar, o rancor: desmerecer Alexandre de Morares como professor. Quem fala isto? Um quase anônimo no meio jurídico! Um jurista que quase ninguém conhece. Autor de livros sem nenhum grande fator de impacto no meio jurídico. Alexandre de Moraes é fraco em seus livros? Até é, uma grande compilação resumida! Mas é muito mais aceito e conhecido no meio jurídico brasileiro que Marcelo Neves. Acho que nem Lênio Streck e sua arrogância ímpar cometeriam tamanha deselegância rancorosa e leviana como o entrevistado cometeu.

Esta entrevista é uma demonstração clara de como a Carta Capital está pior que a Veja no quesito manipulação e distorção. Tudo o que se acusa na “grande mídia” a Carta Capital faz – e de maneira pior! É o mesmo modus operandi sujo de mídias com interesses ocultos e partidários. Só que sendo pró-PT, ganha uns aplausos...

Abraços! continuar lendo

Excelente comentário Sr. Igor, muito esclarecedor, diferentemente do que tenho lido nestas ultimas semanas após a aceitação do processo do "impeachment" pela câmara dos deputados. Alias como bem salientou, estas matérias circulam com teor rancoroso e tendenciosos.

Muitos ainda insistentemente batem na mesma tecla, sempre repetindo as mesmas falácias que ao meu ver nem eles mesmo acreditam. Publicam aqui artigos duvidosos buscando assuntos a muito já enterrados tentando convencer não sei a quem. Numa visão clara de menosprezar o atual governo, que se não é o ideal, pelo menos transmite muito mais segurança e credibilidade do que aquele outro que pouco contribuiu para o futuro do país, aliás quase destruíram.

Algumas matérias aqui são textos, como o Sr. bem salientou, do Carta Capital e revistas como a Veja que nos traz pouca ou nenhuma credibilidade. E o mais grave que percebo, estes artigos são assinados por gente que se quer tem coragem de aparecer, usando pseudônimos sem nenhuma identificação clara. Isto o JUS BRASIL deveria estar acompanhando também, inclusive é crime como reza a leitura do Art. 5 inc.IV da CF.

Um abraço a todos. continuar lendo

Depende!Veremos o resultado de amanhã! continuar lendo

Igor R, perfeito seu comentário,

Sem nenhuma pretensão de completá-lo, queria apenas recordar que os governos petistas, travestidos de um agasalho falacioso de defensores das liberdades diversas, sempre apoiaram a baderna, a desordem, o quebra-quebra dos patrimônios público e privado, o confronto violento com a Polícia Militar (para depois figurarem como vítimas e lançar a opinião pública contra os órgãos de segurança pública), sempre se utilizaram do seu chamado "exército vermelho", liderados pelo MST, que nada mais são do que trunfos na manga que o PT se utiliza quando deseja ameaçar a sociedade, principalmente aquela parcela que, utilizando da mesma liberdade de expressão por eles defendida, não coadunam com suas ideologias.

Estado policial é melhor do que Estado anárquico. Não defendo nenhum dos dois, mas entre a anarquia, a desordem, o desrespeito às instituições republicanas, e uma atuação estatal que vise garantir o direito de todos - inclusive o direito de ir e vir que os manifestantes haviam cerceado - fico com o Estado policial - desde que respeitados os direitos constitucionais do cidadão.

"Moraes disse à Folha de S. Paulo que nenhum direito é"absoluto". Ele está errado? Queria que a autora do texto e a que o publicou nos ensinasse um pouco mais a respeito desse assunto. Até onde eu sei, nem mesmo os direitos e garantias individuais são absolutos, mas encontram limites quando confrontados com outros direitos de mesmo porte, prevalecendo aquele mais relevante naquela situação fática e jurídica - pelo princípio da ponderação.

Oh notícia essa viu... continuar lendo

Excelente seu ponto de vista. Tudo que vc disse foi o que eu ia sentindo à medida em que lia essa entrevista ridícula, tendenciosa e a serviço do PT. Quanto à Carta Capital, é indiscutível que serve aos interesses petistas de forma escandalosa e escancarada. continuar lendo

Sr. Igor , se o senhor é advogado deveria rebater com argumentos técnicos ou fatos de conhecimento público.Como exemplo posso citar os mais de 500 mortos pela "polícia" em SP sem qualquer investigação (em 98% dos casos) e sob o comando deste senhor que hoje é Ministro da Justiça!!!! (para entender o entre aspas é porque se diz que foi a "polícia") Assim temos que agindo como o senhor deveria então pensar que todos estes mais de 500 mortos estavam "incomodando" a vida das pessoas (como fechar ruas pelo seu conceito transforma os manifestantes em "baderneiros"). Quanto a ser advogado de bandidos, ele pode , é claro, mas pelo seu conceito não haveria nada demais em um pedófilo ser diretor de escola, ou ainda um necrófilo ser diretor do instituto médico legal , me parece que seria inadequado, vai contra o senso comum.
Outra incoerência é que se fala tanto em ter nível superior, ser letrado, ser intelectual e a simples informação de que o Ministro escreve livros de concurso passa a ser ofensivo, não deveria ofender já que esta informação apenas completa o pacote para um currículo do Ministro:
1- formado não sei onde ;
2- secretário de segurança em SP com 500 mortes não investigadas;
3- chama manifestante de guerrilheiro;
4- pública livros de concurso, não de doutrina;
5- esvazia um local ocupado por estudantes secundaristas sem a permissão da justiça e sem a presença de qualquer orgão de representação ou proteção aos menores de idade;
6- a ser preenchido breve
Bem se este é o currículo bom imagina o ruim!!!!!!!!!
E a "cereja do bolo" é negar que o Juiz Moro extrapolou, virou celebridade, e que corremos o risco de tudo (lava jato) ser anulado (o que seria péssimo) porque a meta única era impedir o LULA 2018.
O senhor também vai rasgar a lei ????? ("Sim, ele praticou um crime. Ele está enquadrado no artigo 325 do Código Penal e também no artigo 17 da resolução 59 do CNJ) continuar lendo

Só poderia ser entrevista de quem tem muita capacidade.
Capacidade de falar tanta besteira de uma só vez.

Será que os autores não pensam ou acham que os demais não pensam?
Nem se dão conta de que a maioria do STF foi indicada pelo PT?

Ou é cara de pau mesmo?
O Véio continuar lendo

Sr. Igor isso tudo que o sr. diz é uma falácia para justificar um golpe sujo, para tirar Dilma Roussef, que teve mais de 54 milhões de votos na última eleição. Falar sem conhecimento sobre o renomado jurista Marcelo Neves, como desconhecido, é estranho. Em que mundo você vive. E dizer que este governo golpista é legítimo. Você realmente é da área de Direito? E sobre a restrição das garantias e direitos do cidadão, ser invencionice do entrevistado, me faz lembrar da negação dos campos de extermínios de Hitler. Se vamos por este caminho é o que vai acontecer. Outro fato grave é dizer que a OAB dever repudiar esta entrevista. Aí está mais uma ideia contra a livre liberdade de expressão. Caro sr. se ainda não sabe, estamos em uma Democracia, apesar do (des) governo interino de Temer . continuar lendo

O jurista Marcelo Neves, professor titular de Direito Público da Universidade de Brasília e doutor em Direito pela Universidade de Bremen, apesar dos títulos e talvez conhecedor da Alemanha; parece que não sabe o que é um estado policial. Não sei sua idade, mas certamente ele nunca viajou ao lado de trás da Cortina de Ferro, até porque nessa época ele talvez fosse um estudante que não sabia o que isso era.
Mas eu dei a volta ao mundo duas vezes e estive nesses lugares entre 1974-77, e conheço muito bem o que é um estado policial. Acredito que brasileiro nenhum saiba o que é isso, graças a Deus, e tomara nunca saiba. Não vou entrar em detalhes aqui. Quem nunca viajou, ainda tem os livros.
Sim, alguém vai falar da "ditadura" brasileira... Filhos, vocês não sabem o que é ditadura. continuar lendo

Sra. Cleide, seu comentário não tem nexo. Além de repetir a retórica mentirosa do “golpe” (que não possui o mínimo de fundamento), vem com a alegação vazia dos 54 milhões de votos (número idêntico ao de Temer) que confunde democracia com eleição e ainda tenta colar – de maneira bem primária – um argumentum ad hitlerum, que nada tem a ver com o que eu disse – e qualquer um que leia o texto sem cegueira ideológica sabe que não tem sentido o que você diz.

Sobre o entrevistado Marcelo Neves (“renomado” é de sua parte – e é comum a esquerda marxista, principalmente petista, encher de predicados aqueles que falam algo que lhes agradam, nem que seja para xingá-los na entrevista seguinte por contrariar o discurso da esquerda) eu me baseio pelo meio jurídico. Seja pelas dezenas de livros de direito constitucional que possuo em minha estante, seja por citações no STF, seja pelo fator de impacto de seus livros (transconstitucionalismo está mais para tema de concurso – que o entrevistado parece ter repulsa), ele está longe de ser alguém muito conhecido no meio jurídico – uma distância imensa em relação a Alexandre de Moraes.

Veja que ao contrário do que faz o entrevistado (e é a intenção da entrevista), não desmereço a pessoa do Marcelo Neves, e menos ainda ele como professor. Não entro na questão do seu conteúdo, de como ele é abordado ou para quais fins práticos ele serve. Falo somente da enorme infelicidade que foram as declarações dele – as quais a senhora, igualmente infeliz, corroboram.

Sobre a OAB repudiar a entrevista, a mesma liberdade de expressão que o entrevistado teve para afrontar a advocacia, sugerindo dar o agravante do cliente ao advogado, a OAB tem de emitir seu repúdio. E certamente ele ou a senhora não adotou esse discurso (de que advogados que defendem certos clientes não são legítimos para certos cargos políticos) quando Luis Roberto Barroso foi nomeado Ministro do STF, sendo que ele defendeu Cesare Battisti – terrorista condenado por homicídios em todas as instâncias na Itália e foragido no Brasil. A desonestidade intelectual da entrevista, pelo visto, também está presente em seu comentário...

Então, Sra. Cleide, façamos assim: acalme sua revolta partidária, deixe as baboseiras antijurídicas de atribuir o impeachment como um “golpe”, e daí voltamos a conversar, ok?

Abraços e boa semana! continuar lendo

Professor Marcelo Neves! Esse sim um dos maiores juristas desse país!
"Mas acalmem-se todos. Lembrem-se: o problema era o PT". Lamentável uma parte considerável da população brasileira (que certamente não é a maioria) se deixar ser enganada dessa forma.
O Temer não precisa explicar a fazenda dele; os partidos que apareceram no Panama Papers não precisam explicar nada; os Ministros que estão na Lava-jato podem assumir tranquilamente seus cargos...
E o pior é que quando simplesmente se defende que todos devem ser punidos, os "intelectuais de plantão" acham que você está defendendo o PT. continuar lendo

Olhando por outro prisma, caro Fausto Renato Vilela Filho, estou tendo a grata surpresa de observar e conhecer guerreiros e guerreiras que nao se deixam intimidar e continuam a lutar para que a Justiça se restabeleça em nosso Brasil, como é o seu caso.
Pessoas valiosas, como Marcelo Neves amplificam nossa luta para alem das fronteiras do Pais, por isto, tenho certeza de que parte da populaçao que se "deixa ser enganada" vai acabar sendo atingida pela verdade.
Aproveito para lembrar da importancia de exercer o direito da Cidadania aqui:

www.pcsa.com.br

Saudaçoes. continuar lendo

O problema maior foi agravado pelo PT, PMDB e PP ... são os maiores envolvidos. O Temer nada mais é que o cara que o PT escolheu pra vice ... farinha do mesmo saco. Mas só cairá um de cada vez e o Temer sabe que depois que os bolivarianos voarem ele será o próximo.

Voltar o PT não resolve, deixar seu vice não resolve ... eleições podem ser a solução, mas de nada adiantará se os mesmos voltarem sobre outras faces.

O problema é que tem gente que acha que votou na Dilma e não no Temer. Já não basta o PT ter feito o que fez e ainda deixou esta herança maldita.

Mas quanto a ser estado policial lembro o que ocorre na Venezuela, onde o governo deu aval para grupos chavistas reprimirem manifestações contra o governo.

Alguém lembra desta frase: “Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stedile colocar o exército dele nas ruas”?????

E aí? Reconhece este exército como Exército? Se é pra reprimir isso, sim, deve ser feito. continuar lendo

Se esse entrevistado tirar o terno vai ter uma camiseta vermelha com uma estrela e um 13 no peito! Até parece entrevista paga!!!

Tem que deixar o MST e esses anarquistas entrar na propriedade dos outros e destruir tudo??? Somos animais para permitir isso??? A Dilma e o Lula nunca fizeram nada e sempre pregaram que os ricos e classe média são amaldiçoados (à exceção claro deles mesmos que ficaram ricos às nossas custas e são abençoados)...

Só faltou pedir para canonizar o São Lula e a Santa Dilma e mandar para a fogueira os malvados Moro, STF, PF, MPF só porque fizeram tanto mal ao celeiro de Santos chamado PT!!!

Quanta asneira... continuar lendo

Perfeito. Esse pode acha que somos idiotas e que pode nos manipular com todas essas provas. Qualquer pessoa com 1% de bom senso, percebe essas leituras tendenciosas. continuar lendo

Entrevista bastante tendenciosa, os juristas deviam dar opiniões técnicas, ao invés de ficar tentando encontrar embasamento legal para justificar suas ideologias.
Ele simplesmente afirma que a fusão das pastas tem como objetivo enfraquecê-las, o que não faz sentido, e sequer explica porquê. Afirma que a repressão irá aumentar sem qualquer justificativa social ou jurídica.
Por mais que vivenciemos um Supremo extremamente ativista, a parcialidade maior é alegar que as decisões contrárias ao projeto da esquerda são "parciais" e as favoráveis são justas.

Nenhum jurista que chame o impeachment de "golpe", não merece respeito da classe. Por mais que não concordem, é o mecanismo democrático de controle do Poder Executivo, exercido pelos agentes públicos que representam os cidadãos e os estados da federação, que também foram eleitos, inclusive com o intuito de exercer esse controle quando necessário. continuar lendo